Durante minha infância e adolescência, parecia que o dinheiro era sempre escasso em casa. Havia muitas e muitas noites em que minha mãe comia apenas torrada no jantar, porque não tínhamos comida suficiente. Quando eu era criança e via minha mãe, que normalmente era uma mulher forte e calma, chorar por falta de dinheiro para pagar a conta de luz ou comprar mantimentos, ficava amedrontada, como se a vida estivesse sempre em risco. Eu me sentia vulnerável, à mercê de forças que estavam fora de meu controle.
Quando me tornei adulta, era como se eu tivesse trazido comigo, da infância, muitos desses medos relacionados a finanças e suprimento. Embora tivesse um bom emprego e, às vezes, até mais do que um, durante muitos anos foi como se eu sempre estivesse tirando dinheiro de um bolso para colocar no outro, ou seja, eu ficava realocando o dinheiro para conseguir pagar as contas mais urgentes. Houve um momento em que a mensalidade da escola de meu filho mais a prestação da casa totalizavam um valor que estava além do que eu podia pagar. Tive então de vender a casa e me mudar com a família para uma casa menor. Mas, mesmo assim, parecia nunca haver o suficiente.
Em meu estudo da Ciência Cristã, eu havia aprendido que todas as ideias corretas vêm de Deus, e que Ele, nosso divino Pai-Mãe, nos supre de todo o necessário para essas ideias se concretizarem. Também havia aprendido que a oferta e a demanda tinham origem no único Princípio divino, que tudo governa, e que ambas se completavam reciprocamente.
Um dia, eu parei e decidi que já estava na hora de vencer esse medo de não ter o suficiente. Perguntei a mim mesma se eu realmente acreditava nas declarações espirituais que havia estudado na Bíblia e no livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, e também se eu reconhecia que Deus é meu Pai amoroso, que satisfaz a todas as necessidades. Ao longo dos anos, eu havia tido muitas curas, tanto de problemas físicos quanto de questões relacionadas ao trabalho, e essas curas me haviam mostrado que Deus é real e que podemos confiar em Seu amor. Lembrei-me das provas que eu tivera desse cuidado divino, e concluí que eu realmente confiava em Deus e nessas verdades. Após essas ponderações, o medo desapareceu, e foi como se um pesado fardo de muitos anos tivesse sido retirado de meus ombros.
Desde essa ocasião, nunca mais tive dificuldades para pagar as contas. O dinheiro que entrava em casa não sofreu alteração, e as despesas continuaram as mesmas mas, de alguma forma, quando as contas chegavam, sempre havia o suficiente para pagá-las. Atualmente, não me preocupo com quanto tenho ou não tenho em minha conta bancária. Eu tive provas de que, se existe uma necessidade, Deus a satisfará. Compreendi que o Amor divino tem uma infinidade de maneiras de atender às necessidades. Essa confiança no suprimento infalível de Deus me deu uma liberdade que permite que eu seja generosa para com os outros, apoie causas dignas e compartilhe a abundância maravilhosa do Amor. Eu continuo, todos os dias, a ser grata a Deus e à Ciência Cristã.
Deborah Packer
Camberra, ACT, Austrália
