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Original para a Internet

Um grato coração

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 23 de novembro de 2023


“Obrigado” é uma expressão de gratidão que usamos com frequência, em nossas interações diárias com os outros. Essa palavra pode ser dita simplesmente por hábito ou por formalidade, quando reconhecemos uma boa ação. Também podemos expressar gratidão, verbalmente ou em silêncio, como apreço por tudo o que temos.

Canais sobre psicologia, na Internet, enfatizam a importância de se cultivar a gratidão, relembrando bênçãos recebidas e sendo gratos pelo que há de bom em nossa vida. Sugerem que a gratidão, mesmo pelas menores coisas, provoca mudanças fisiológicas que beneficiam não apenas a saúde mental, mas também a física.

Muitas vezes, ao me sentir triste, insatisfeita ou frustrada, procurei fazer uma lista de coisas pelas quais sou grata. No entanto, para mim, esse não é um exercício psicológico. Para o Cientista Cristão, a gratidão é uma forma de oração. Nesse tipo de oração, não pedimos a Deus o que achamos que nos falta, nem tentamos fazer com que as coisas aconteçam do jeito que desejamos, pois Deus, em Seu infinito amor, já sabe o que precisamos e já está suprindo o necessário. A oração que começa com a falta de algo não é oração de gratidão. A genuína gratidão reconhece que o Amor divino é a fonte de todo o bem, e que todos a ele têm acesso, e todos o merecem, por serem filhos de Deus. 

A história bíblica de Agar e Ismael nos lembra que apenas precisamos despertar do sonho mortal da escassez ou da limitação, para ver e usufruir o bem infinito que Deus preparou para nós.

De acordo com o relato, depois que Abraão se casou com Sara, com quem futuramente teria um filho chamado Isaque, ele tomou a serva de Sara, Agar, para ser sua concubina, e teve um filho com ela. Esse filho recebeu o nome de Ismael. No entanto, Sara exigiu que Abraão expulsasse Agar e Ismael, por medo de que Isaque tivesse de compartilhar a herança com Ismael. Abraão fez como Sara lhe pedira e os mandou embora, dando-lhes apenas pão e um odre de água.

Não tendo para onde ir, Agar e Ismael vagaram pelo deserto. Podemos imaginar o medo e o desespero que sentiram. Parecia que haviam sido abandonados e excluídos de todo o bem. Depois que a água acabou, Agar, desesperada, deixou o filho debaixo de um arbusto para não ver sua morte.

Foi então que um anjo, uma intuição espiritual vinda de Deus, chegou a ela e disse: “…Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo” (Gênesis 21:17, 18). O versículo seguinte afirma que “abrindo-lhe Deus os olhos”, Agar viu um poço de água diante dela. Ela deu de beber ao menino e ele reviveu.

O anjo mudou a percepção de Agar, não mais centrada em recursos materiais limitados, mas no bem inesgotável. Ela pensava que a vida e a segurança de ambos dependiam de uma pessoa, ou de circunstâncias aparentemente fora de seu controle. Mas o anjo de luz apontou os recursos infinitos de Deus, os quais sempre estiveram ali, simbolizados pela fonte de água que fluía contínua e abundantemente.

A natureza de Deus foi revelada não apenas como o Amor, que cuida e mantém com ternura Sua criação, mas também como a Verdade e a Vida. Enquanto os sentidos materiais viam carência e limitação, a Verdade divina extinguiu as visões sombrias da existência material e deu a Agar a luz da compreensão espiritual. Ela viu o poço — que apenas o senso espiritual iluminado podia ver.

Em Gênesis 1, a Bíblia nos diz que Deus é a única causa e o único Criador, que nos criou espiritualmente à Sua imagem e semelhança. Como reflexos da Vida, somos completos, possuindo tudo o que necessitamos para nossa felicidade e bem-estar.

Mary Baker Eddy escreve em sua obra principal, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Se somos ingratos pela Vida, pela Verdade e pelo Amor, e apesar disso rendemos graças a Deus por todas as bênçãos, então não somos sinceros e incorremos na censura severa que nosso Mestre profere contra os hipócritas” (p. 3). Uma maneira de ser grato pela Vida, pela Verdade e pelo Amor é constantemente reconhecer a inteireza, pureza, inocência e beleza de Sua expressão. Meu marido e eu constatamos que isso era uma verdade, na educação de nossas filhas. Diariamente eu me mantinha atenta e procurava perceber nelas algo novo e belo. Em minhas orações, reconhecia que cada uma era a ideia espiritual criada por Deus, já completa, não sujeita a um processo de amadurecimento; não frágil ou limitada, mas com capacidades e habilidades ilimitadas. Reconhecer que nossas filhas já expressavam o bem, por serem o reflexo pleno de Deus, fez com que eu continuamente constatasse, com gratidão e alegria, suas maravilhosas qualidades e talentos.

Caso surgisse um comportamento que não provinha de Deus, como rebeldia ou desobediência, meu marido e eu orávamos para ter uma visão mais espiritual de nossas filhas, e para sentirmos mais gratidão pela natureza delas à semelhança de Deus. Quando compreendíamos que determinados comportamentos não faziam realmente parte delas, eles se desvaneciam.

À medida que abandonamos a perspectiva material da existência, passamos a reconhecer a Deus como Aquele que concede todo o bem: a única Vida, a única Verdade e o único Amor, e que Seus filhos — cada um de nós — não expressam, nem possuem outra coisa a não ser o bem. Essa compreensão é uma fonte de água que nos vivifica, revigora e sustenta em todas as circunstâncias. Por essa fonte, podemos ser eternamente gratos.

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