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Original para a Internet

O caminho para superar o ódio

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 21 de outubro de 2024


Ódio ardente, incandescente. Nós o reconhecemos assim que o vemos — ódio que alimenta guerras, que gera profundas divisões políticas. A maioria de nós anseia ver o ódio dar lugar pelo menos à tolerância, mas é claro que dar lugar ao amor seria o ideal. Mas, como chegar lá?

Talvez você esteja pensando: “Eu não odeio”. Ou: “Pessoalmente, não preciso lidar com o ódio”. Mas, ao olharmos mais de perto, podemos reconhecer a maneira pela qual sentimos antipatia, animosidade ou, até mesmo, hostilidade. Por exemplo, somos isentos de animosidade quando se trata de política? Podemos até acabar racionalizando nossa atitude porque, afinal de contas, parece haver inúmeras razões para que esses sentimentos negativos existam.

Se nos dermos conta de que estamos lutando para abandonar alguma forma de ódio, o primeiro passo útil pode realmente ser o de examinar as razões dessa luta íntima. Olhando mais de perto, podemos ver que o ódio muitas vezes tem como base o medo ou uma perda real: medo de que algo importante possa ser tirado de nós, ou uma sensação de perda porque alguma coisa importante nos foi tirada. Frequentemente, o ódio é uma reação instintiva a circunstâncias que parecem estar fora de nosso controle.

O ódio talvez pareça uma espécie de emoção protetora — que pode até nos fazer sentir poderosos — ao passo que, reagir com amor à crueldade, a algum dano ou a uma perda imposta por outra pessoa, talvez pareça nos colocar em uma posição de fraqueza. Mas Jesus ofereceu um modelo que mostra que o amor é realmente o único poder. Ele nos ensinou a amar em vez de odiar nossos inimigos. E ele viveu exatamente assim. Durante sua crucificação, ele orou por aqueles que o haviam colocado na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). E no final de sua trajetória, a capacidade de Jesus de responder com amor, mesmo em tal situação extrema, trouxe o triunfo final: sua ressurreição, três dias depois.

O exemplo de Jesus mostra que a oração nos coloca em contato com Deus, que é o próprio Amor, e nos oferece um caminho para sair do ódio. Em comunhão com esse Amor divino expansivo, ficamos mais conscientes da presença do Amor, o que nos ajuda a sentir um amor tão profundo, que o ódio é substituído pelo perdão.

Se estivermos realmente lutando para nos livrar do ódio, simplesmente desejar não ser dominado por qualquer forma de ódio pode começar a nos mover em direção à cura. Esse desejo abre nosso coração à onipresença do Amor como um poder transformador. 

Vivenciei isso em minha própria vida. Durante anos, eu odiei minha mãe. Ela havia abandonado nossa família quando eu tinha cinco anos e, mesmo em minha idade adulta, eu sentia aquela enorme sensação de perda. Era como se o ódio me ajudasse a manter minha mãe à distância, para que ela nunca mais pudesse me causar dano.

Muitas vezes, parecia que o ódio dominava meu pensamento. Eu desperdiçava tempo e energia mantendo vivo esse sentimento. Com o passar do tempo, porém, e continuando a praticar a Ciência Cristã, eu percebi que precisava fazer algo para vencer o ódio, ao invés de permitir que ele fervilhasse em minha consciência e ditasse meus pensamentos e ações. 

Finalmente, compreendi que a única maneira de me livrar daquele sentimento era perdoar minha mãe. Sei que isso parece óbvio, mas nunca havia me ocorrido antes que eu pudesse perdoá-la. Eu não sabia como poderia perdoá-la, depois de ter permitido que uma vida inteira de ódio corrosivo dominasse minhas emoções.

Um dia — que por acaso era o Dia das Mães — eu senti que havia chegado a hora. Reservei várias horas, naquela tarde, para orar e eu simplesmente pedi a Deus que me mostrasse como perdoar.

Deus me respondeu e me mostrou ternamente o que fazer. Fiquei em silêncio e abri completamente meu coração. Eu estava muito ansiosa para ser curada daquele hábito horrível. Isso me tornou receptiva à ação sanadora da Verdade divina.

De repente, reconheci, pela primeira vez, que minha mãe não havia optado por ir embora; tudo havia sido simplesmente o resultado de circunstâncias infelizes. Senti algo que nunca havia sentido antes: compaixão por ela.

Continuei ouvindo a Deus e senti que estava envolvida pelo Amor divino. Não foi um amor específico por mim ou por minha mãe; foi uma libertação para sentir o Amor como um poder e uma presença totalmente abrangentes. Abri mão da forte resistência que sentia e que havia me impedido de perceber o Amor sempre presente durante todos aqueles anos. Com lágrimas escorrendo pelo rosto, meu coração ficou repleto de um perdão profundo e purificador.

Então, para minha surpresa, compreendi que eu também precisava perdoar a mim mesma por ter alimentado o ódio. Mas isso me pareceu mais difícil. Entretanto, reconheci que eu estivera apenas tentando me proteger para não ficar magoada, e isso me pareceu algo perdoável. Durante aqueles momentos de oração, fiquei completamente livre do ódio de uma vida inteira que eu havia nutrido por minha mãe, e da decepção que sentira ao perceber minha própria falta de compaixão. 

Essa cura me ajudou muito porque eu ansiava ver menos ódio manifesto no mundo. Existe a crescente convicção em meu coração de que pessoas e lugares que parecem consumidos pelo ódio podem ser vistos com uma compaixão sanadora e isso poderá derreter até as formas mais arraigadas de ódio. Como explica a Ciência Cristã, visto que todos nós somos criados por Deus, é possível ver que todo e qualquer indivíduo é digno de amor e capaz de amar, e que todos podem reconhecer a presença do Amor em sua vida. 

Nosso mundo é composto de muitas pessoas. Se quisermos nos libertar do ódio e de seus efeitos, é melhor começar por nós mesmos. Podemos aprender que o ódio não é uma defesa confiável, mas uma barreira ao progresso. Mais eficaz que o ódio é a descoberta de que o Amor supera, restaura, redime e cura. Este trecho escrito pela Descobridora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, oferece esperança: “O poder da Ciência Cristã e do Amor divino é onipotente. É realmente capaz de romper as amarras e destruir a doença, o pecado e a morte” (Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 412).

Cada um de nós, sendo filho de Deus, tem a capacidade natural de se sentir livre das garras do ódio e de perdoar. O ato de perdoar tira toda a seiva do ódio. O que resta, então? Vidas transformadas, que trazem a promessa de paz entre famílias, vizinhos, países, raças e para toda a humanidade.

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