Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer
Original para a Internet

Os “olhos bons” de que Jesus falou

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 1º de agosto de 2024


Especialistas afirmam que temos aproximadamente seis mil pensamentos por dia. Por isso, não é de surpreender que, quando nos propomos a orar, às vezes não consigamos manter o foco de nossas ideias. E, nos dias de hoje, em uma cultura altamente tecnológica, as distrações são mais numerosas e persistentes do que nunca.

Cristo Jesus, no entanto, no Sermão do Monte, nos apresentou uma solução simples quando disse: “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso…” (Mateus 6:22). Não há dúvida de que Jesus se referiu a algo que vai além do sentido físico da visão.

O que significa ter “olhos bons”? O Glossário do livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, define olhos como “discernimento espiritual — não material, mas mental” (Mary Baker Eddy, p. 586). Ter “olhos bons” não seria, então, manter o foco no que é verdadeiro, naquilo que Deus criou? Quando nos distraímos — um dos significados do prefixo dis indica negação, separação — não estamos sendo atraídos pelo Espírito, Deus, a causa e o Criador de tudo o que realmente existe. Estamos permitindo que nossa atenção salte de uma impressão ou preocupação material para outra, e ficamos propensos a nos preocupar e a ficar ansiosos.

Nos dias atuais, muitas pessoas sentem a necessidade de disciplinar o pensamento. Algumas praticam a meditação como uma forma de se acalmar e manter o foco. Outras procuram superar as distrações com métodos mais radicais. Recentemente, um conhecido jogador de futebol americano, confrontado com decisões importantes em sua carreira, passou um longo período em um “retiro de escuridão”, uma experiência de isolamento total, em um espaço completamente escuro. 

Embora esses e outros meios de manter o foco mental proporcionem paz e clareza temporárias, eles se baseiam no conceito de que o cérebro seja a fonte da inteligência e do pensamento. No entanto, Ciência e Saúde, ao referir-se a Deus como a Mente, afirma: “Todo conceito que parece começar no cérebro, começa errado. A Mente divina é a causa única, o Princípio único, da existência” (p. 262).

Você e eu, como imagem e semelhança de Deus, Seu reflexo puramente espiritual (ver Gênesis 1:26, 27), não precisamos conseguir o foco, pois este já faz parte de nossa natureza. O reflexo não tem uma mente própria passível de distração. Existe apenas uma Mente infinita — que é Deus, totalmente bom — e essa Mente está cem por cento focada em cada uma de suas ideias. E, por sermos ideias da Mente, cada um de nós reflete e expressa esse foco absoluto no bem, que não pode ser perdido ou ganho — mas que simplesmente existe porque, na realidade, não há nada mais em que focar! 

O que precisamos é reivindicar nossa coexistência com essa Mente, que nunca está confusa, perturbada, insegura ou distraída. Como diz a Bíblia: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus…” (Filipenses 2:5). Jesus se recusou a ter qualquer outra mente que não fosse a Mente. Ele se recusou a agir de acordo com pensamentos que não viessem dessa Mente. Devemos nos esforçar para fazer o mesmo.

É natural deixar que a Mente governe o foco de nossa atenção. Na realidade, não temos opção, pois somos a própria expressão da Mente. Contudo, aquilo que a Bíblia identifica como a mente carnal, ou seja, a crença em uma mente separada de Deus, nos faria pensar que temos uma mente pessoal que pode ser confundida ou perder o foco.

Ha alguns anos, quando eu morava na cidade de Nova York, meu vizinho do andar de cima mudou temporariamente para a Califórnia para trabalhar como professor, e sublocou o apartamento. O novo morador era um artista que gostava de trabalhar até altas horas. Todas as noites, depois de me deitar, eu não conseguia dormir devido à música alta e às batidas no chão.

Dizer que a situação me tirava o foco seria um eufemismo. Tentei resolver o caso de diversas maneiras, como pedir que ele baixasse o volume da música, convidá-lo para almoçar para conversar sobre a questão, e até pedi que o proprietário do apartamento intermediasse o assunto. Nada resolveu. Na verdade, as batidas aumentaram e a música ficou mais alta.

Certa noite, em um ataque de raiva, subi as escadas correndo, bati na porta, e aos gritos pedi que ele abaixasse o volume. O barulho continuou. Frustrado, voltei para meu apartamento, fiquei na cama, tentando descobrir o que fazer. Veio-me claramente a ideia de que deveria orar — o que deveria ter feito desde o início — pois era a única opção que restava.

Em desespero, repeti pausadamente a Oração do Senhor, permitindo que cada frase penetrasse profundamente em minha consciência. O que torna essa oração tão benéfica é que ela nos assegura da perfeição espiritual, presente agora. O trecho “Venha o Teu reino” é interpretado em Ciência e Saúde como “O Teu reino já veio; Tu estás sempre presente” (p. 16). Isso nos inspira a aceitar, não apenas a totalidade de Deus, mas também Sua presença imediata. Afirma a paz e o poder de Deus como a única realidade, agora.

Quando terminei a oração, eu estava calmo. Envolto no doce abraço de Deus, adormeci. No dia seguinte, o proprietário do apartamento veio da Califórnia e pediu o apartamento de volta. O inquilino que o havia sublocado foi embora, e o novo inquilino era uma pessoa tranquila, e a tranquilidade permaneceu pelo resto do tempo em que morei lá. 

Quaisquer que sejam as distrações com que nos defrontamos, um fato absoluto permanece: tudo o que na realidade acontece, seja onde for, seja em que momento, é o bem infinito, e o foco da Mente no bem que dela emana nunca sofre interferência. Com “os olhos bons”, sempre conscientes da Mente divina e de suas ideias perfeitas e perfeitamente harmoniosas, podemos manter esse foco livre de interferências, trazendo harmonia à nossa vida e à de outros. 

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

More web articles

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.