Nas férias de verão, fiz uma viagem pelo Texas, que havia sido atingido por grave seca nos meses anteriores. Além disso, algumas semanas antes, as temperaturas diárias haviam chegado acima dos 40 graus. Ao cruzar a região conhecida como baixa Panhandle, a temperatura estava ainda mais alta do que quando saí de Dallas, onde moro. Um posto de gasolina não me deixou usar o banheiro, porque tinham pouca água.
Tive muitas curas por meio do estudo da Ciência Cristã, inclusive de sérios problemas físicos. Mas a verdadeira cura sempre consistiu na espiritualização do pensamento — em obter uma compreensão mais elevada de que Deus é a Mente infinita e governa o universo em perfeita harmonia. Com base nessa compreensão, concluí que a seca não era mais real do que qualquer doença que eu já enfrentara antes. Se tudo o que é real é criação da Mente, então a harmonia tem de ser universal.
Uma descrição bíblica da harmonia universal é “o reino de Deus” (ver Mateus 6:33). Dar provas desse reino, em relação à seca no norte do Texas, é aplicar a lei da harmonia de Deus, que corrige o conceito errôneo, isto é, a seca, onde quer que esta se manifeste. Se esse fato espiritual é verdade no norte do Texas, é verdade em qualquer lugar — e vice-versa. Seria errado sentir-se privado ou com inveja porque chove “lá”, mas não “aqui”. Também não é certo orar por chuva “aqui” e aceitar o fato de não chover “lá”. Essa não é a lei divina da harmonia universal. A Ciência Cristã rejeita a noção de que o reino de Deus seja local ou regional. A harmonia opera localmente porque é universal. Visto que a lei de Deus é universal, a harmonia que existe em determinado lugar é o resultado da lei universal que produz a harmonia de modo confiável em todos os lugares.
Quando enfrentamos uma seca, pode parecer que haja algo errado com a criação de Deus, e que precise de ser ajustada. Mas será que Deus fez Sua criação com dificuldades inerentes? Não. O livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, descreve, como “a maravilha eterna”, o fato “de que o espaço infinito é povoado com as ideias de Deus, as quais O refletem em incontáveis formas espirituais” (p. 503). A seca é uma sugestão de limitação e falta, uma contradição da realidade, que é sempre boa. A oração não se trata de pedir chuva a Deus. Ao contrário, devemos compreender a Deus como o Amor divino, a Mente infinita. A criação de Deus expressa a Deus, em toda parte e de todas as maneiras. Você, eu e o universo somos o que Deus sabe a respeito do bem que Ele é, e de Sua perfeição. A criação é perfeita porque o Criador é perfeito.
A mentira fundamental sobre a seca é que as condições meteorológicas constituam um poder que desafia e usurpa a supremacia de Deus, e que temos de nos submeter a essa mentira como seres corpóreos sujeitos à matéria.
Em vez de focarmos em um problema material (falta de chuva) ou em um alívio material (chuva), podemos reconhecer que Deus e o homem são um como Princípio e ideia divinos e infinitos — Deus e Sua criação espiritual. O único sofrimento procede da crença de que a desarmonia seja real. A doença e a seca não têm nenhuma realidade. O efeito da seca é apenas a crença errônea de que ela seja real. O que é necessário, portanto, é anular a crença, e mudar o pensamento. É no pensamento que podemos eliminá-la.
“O Senhor é o meu pastor; nada me faltará. … Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários…” (Salmos 23:1, 5). Justamente onde a seca parece ser mais real e mais prejudicial, é onde nossa postura inabalável quanto à supremacia de Deus, o bem, é mais necessária e mais potente.
Quando voltei das férias, orei com esses pensamentos e comecei a anotá-los. Enquanto orava, o céu ficou nublado e começou a chover. Em pouco tempo a temperatura caiu mais ou menos 17 graus e veio uma chuva torrencial maravilhosa, que não estava prevista. Segundo os meteorologistas locais isso trouxe um alívio muito necessário, ainda que temporário.
O que aconteceu? Eu fiz chover? Não. O efeito da Ciência Cristã é revelar a harmonia universal que já é verdade. O que mais é necessário? O tratamento que corrige a mentira que é a seca traz à luz a evidência de que a criação de Deus é harmoniosa. Essa é a atividade do Cristo, ou a Verdade. A Sra. Eddy escreve: “O Princípio divino da cura fica comprovado pela experiência pessoal de todos aqueles que sinceramente procuram a Verdade” (Ciência e Saúde, p. x).
A Ciência Cristã não faz milagres. Não evoca leis não existentes. “O verdadeiro Logos é demonstravelmente a Ciência Cristã, a lei natural da harmonia que vence a desarmonia — não porque essa Ciência seja sobrenatural ou preternatural, nem porque seja uma infração da lei divina, mas porque é a imutável lei de Deus, o bem” (Ciência e Saúde, p. 134).
A lei de Deus está sempre em ação. A desarmonia é a crença de que a lei de Deus possa vacilar ou falhar, ou que esteja ausente ou tenha sido concebida para nos punir. A verdade é que a lei de Deus nunca está entorpecida, nunca falha, nunca está ausente, é sempre boa. A beleza da Ciência Cristã é que ela comprova esse fato. Apenas precisamos aplicar essa lei da harmonia universal em nossa própria vida, dia após dia, e veremos sua evidência em todos os aspectos de nossa vida.