No início dos anos 90, minha família pôde comprovar o cuidado infalível de Deus no decorrer da situação mais difícil que já enfrentamos. Na época, eu vivia na Flórida com meu marido e nossos dois filhos pequenos. Tendo sido criada na Ciência Cristã, já havia sido curada e também presenciado muitas curas em nossa família por meio da aplicação dos ensinamentos dessa Ciência. Meus pais eram Cientistas Cristãos dedicados, e eu sou muito grata a eles por incutirem em mim o amor a Deus. Quando tive minha própria família, continuei depositando minha confiança unicamente no cuidado amoroso e protetor de Deus para com todos nós. Além disso, meus filhos frequentavam regularmente a Escola Dominical. Embora meu marido não fosse Cientista Cristão, ele apoiava minha confiança na Ciência, pois já presenciara muitas curas que eu e nossos filhos havíamos tido.
Meu marido era piloto de uma companhia aérea cuja base ficava em Angola. Devido a isso, ele precisava ficar meses longe de casa. Tínhamos muito pouco contato quando ele estava fora, mas, durante um telefonema, ele manifestou a preocupação de estar constantemente em perigo. Angola estava em meio a uma guerra civil e já haviam tentado sequestrar aviões em sua base. Para se proteger durante os voos, ele havia comprado uma arma. Isso me deixou muito apreensiva e comecei a orar por sua segurança.
Vários de seus colegas pilotos manifestaram interesse em adquirir uma arma como a dele. Meu marido se ofereceu para comprar as armas para eles, já que tinha um bom contato. Ele fez a compra, mas, de maneira repentina e inesperada, foi demitido da companhia aérea em Angola, e não conseguiu vender as armas para os colegas, antes de retornar aos Estados Unidos. Como não podia levar as armas no avião de volta para casa, pediu a um colega que as enviasse para nosso endereço, observando as exigências legais, acreditando poder vendê-las para uma loja de armas de nossa região, e assim recuperar o dinheiro gasto na compra.
Certa manhã, alguns meses depois, quando eu estava chegando, fiquei assustada ao ver em frente à nossa casa, um grande número de carros da polícia, caminhões da empresa dos correios e veículos dos departamentos governamentais que investigam questões relacionadas a Armas e Táticas Especiais, bem como a Armas de Fogo e Explosivos. Aparentemente, as armas e a munição haviam sido enviadas ao meu marido pelo serviço de correio dos Estados Unidos e um aparelho de raio-X em um aeroporto americano as havia detectado. Acreditando que fôssemos contrabandistas de armas, as autoridades haviam nos vigiado por cerca de um mês, até decidirem mandar entregar o pacote em nossa casa. Haviam colocado dentro dele um dispositivo que os avisaria quando o pacote fosse aberto. Assim que meu marido o abriu, os policiais invadiram a casa. Meu marido foi detido e levado preso.
Fiquei grata quando soube, depois, que o plano fora realizar a entrega do pacote quando nossos filhos estivessem na escola. Eu passava horas, todos os dias, estudando a Lição Bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã e orando, e acredito que a decisão de não expor as crianças a uma situação assustadora havia sido o resultado desse trabalho de oração.
Depois da prisão de meu marido, eu me voltei para Deus em busca de orientação, e telefonei para uma praticista da Ciência Cristã que, imediatamente, me confortou lembrando-me de que, por sermos filhos de Deus, todos somos inocentes. Orei, baseando-me em referências da Bíblia e de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, a respeito de nossa inocência.
Também orei para superar o sentimento de raiva em relação a meu marido, por ele ter colocado nossa família naquela situação. Eu me concentrei em várias passagens da Bíblia, inclusive nesta: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem‑presente nas tribulações” (Salmos 46:1). Também orei com o Salmo 91, onde lemos: “Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio… Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo” (versículos 2, 4).
Eu orava diariamente em busca da orientação de Deus. Aos poucos, as demonstrações do cuidado divino começaram a se desdobrar, e adquiri uma confiança absoluta em meu Pai celestial.
O primeiro advogado com quem entrei em contato disse que cobraria 60.000 dólares de honorários para assumir o caso. Na época, tínhamos pouquíssimo dinheiro guardado, e o medo tentou me dominar. Mas, quando me voltei para Deus, esta citação dos escritos da Sra. Eddy me veio ao pensamento e trouxe conforto: “Deus te dá Suas ideias espirituais, e elas, por sua vez, te dão o suprimento diário. Nunca peças para amanhã; é suficiente o fato de que o Amor divino é uma ajuda sempre presente; e se esperares, jamais duvidando, terás todo o necessário, a cada momento” (Escritos Diversos 1883–1896, p. 307).
Para mim, a primeira demonstração do cuidado de Deus foi o fato de que, embora nossa casa tivesse parecido a cena de um crime, nenhum dos vizinhos parecia ter conhecimento da prisão de meu marido. Além disso, não houvera repórteres nem câmeras de TV.
A segunda demonstração foi que meu marido passara vários anos fazendo um belíssimo e cuidadoso trabalho de restauração de um carro esportivo antigo. Um amigo que sabia de nossa situação disse que conhecia um advogado em Nova York que aceitaria o carro em pagamento de seus serviços. Meu marido concordou com essa ideia e eu, de joelhos, agradeci a Deus!
Meu marido foi indiciado em 18 crimes. Informaram-nos que, se ele fosse considerado culpado de todas as acusações, poderia passar 18 anos em uma prisão federal, e nós perderíamos tudo. Continuei a orar diariamente com uma praticista e nunca aceitei o terrível cenário que nos fora descrito. Alguns meses depois, de maneira repentina e inesperada, recebemos um polpudo cheque proveniente da decisão favorável de uma antiga ação coletiva da qual nem mesmo nos lembrávamos. Meu marido e eu fomos às lágrimas e ficamos imensamente gratos!
Por fim, meu marido foi considerado culpado de trazer ilegalmente armas para os EUA, mas o juiz que, segundo nos haviam dito, era muito rígido, o condenou a 18 meses em prisão domiciliar, em vez dos 18 anos em uma prisão federal. Sua licença de piloto foi revogada, mas ele conseguiu um emprego na empresa de um amigo, onde trabalhou durante os 18 meses em que cumpriu a pena. Posteriormente, ele trabalhou como gerente em uma empresa de transporte aéreo de cargas.
Não tenho palavras para expressar o quanto sou grata a Deus e à Ciência Cristã. Nós certamente crescemos durante essas provações e podemos comprovar, sem sombra de dúvida, o poder onipotente de Deus!
Nome Omitido
