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Original para a Internet

Alegria sagrada

A alegria procedente da Alma implica a convicção profunda de que o bem é supremo e está ao nosso alcance.

DO Arauto da Ciência Cristã. Publicado on-line – 3 de março de 2025


“A alegria é um tipo de protesto.” Há algumas semanas, escrevi essa frase em uma nota adesiva que colei bem no centro do espelho do banheiro. Fiz isso para me lembrar de que, mesmo quando as coisas parecem sombrias, a alegria espiritual é um poder sanador ativo e contínuo.

Então, soube de alguns eventos trágicos: sobre um ataque a tiros em meu estado e sobre pessoas passando por privações e submetidas a tratamento desumano em zonas de guerra. Quem consegue ficar alegre em meio ao sofrimento humano causado por um crime hediondo e por guerras? Tive vontade de arrancar a nota do espelho e jogá-la no lixo.

Mas, depois de algum tempo, percebi que aquele era exatamente o momento de não desistir, e de colocar em prática a verdadeira alegria, sagrada — a alegria que procede da Alma, Deus.

Essa alegria, infinitamente terna, é muito mais do que um estado de animação pessoal gerado por fatores humanos. A alegria procedente da Alma implica a convicção profunda de que o bem é supremo e está ao nosso alcance.

Essa convicção sagrada, que provém de Deus, está alicerçada na compreensão de que o homem foi criado por Deus, de que ele é plenamente espiritual, inocente, completo, que não pode ser prejudicado e está em segurança. Dessa base sólida e inabalável procede a alegria que não ingere uma dose diária de desespero. A alegria simplesmente não consegue se alimentar desse tipo de coisa. A alegria da Alma, portanto, é plenamente capaz de afirmar este fato espiritual radical, proclamado no livro-texto da Ciência Cristã: “O mal não é supremo; o bem não está desamparado; nem são primárias as chamadas leis da matéria, e não é secundária a lei do Espírito” (Mary Baker Eddy, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 207).

A alegria que provém de Deus é constante. Reflete a luz pura da Verdade. E geralmente é acompanhada por mensagens angelicais provenientes de Deus, as quais silenciosa e compassivamente restauram corações partidos e curam a mente e o corpo. Não há notícia que possa irritá-la, não há pensamento de ansiedade, tempestade ameaçadora, nem ato terrorista que a possam abalar. Isso porque a Alma, Deus, não examina nossos problemas mortais para tentar resolvê-los adotando soluções humanas limitadas.

Ao contrário, visto que a Alma tudo sabe e é infinitamente inteligente, a Alma eleva cada pedido de ajuda para muito acima do conflito humano, para a “…a paz de Deus, que excede todo o entendimento…” (Filipenses 4:7).

Por ser uma qualidade espiritual, a alegria é indispensável ao protestarmos contra aquilo que a Sra. Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, chamou de “horrível farsa da existência material” (ver Ciência e Saúde, p. 272) e ao afirmarmos o que Cristo Jesus ensinou — a Verdade espiritual que nos liberta. Isso muda nosso ponto de vista e, portanto, nossa percepção das coisas.

Certo dia, há alguns anos, eu não estava sentindo muita alegria. Era um dia gélido de inverno. Os frios raios de sol estavam produzindo sombras bem demarcadas na grama. O vento uivava do lado de fora da casa. Uma pessoa de quem eu gostava muito estava passando por dificuldades, e eu não conseguia me concentrar em nada mais. O medo parecia um tigre feroz assentado na minha sala. Tudo parecia opressivo, triste e desesperador.

Então, dei-me conta de que estava começando a cantarolar, bem baixinho. Era uma melodia suave, que me viera espontaneamente ao pensamento e que, de início, eu não tinha reconhecido. Mas, um pouco mais tarde, me lembrei desta estrofe de um hino:

Verdade, a luz nos mostrarás,
A senda vamos conhecer;
Os corações alegrarás.
Seguir-Te sempre é um dever.
(Simon Browne, Hinário da Ciência Cristã, 39, trad. © CSBD)

Essa era exatamente a mensagem de que eu precisava: a da alegria sagrada que alegra o coração.

Os hinos têm muito poder. Eles vêm a nós como a maré que está subindo, e elevam o pensamento acima do medo e da dor, na terna e poderosa corrente da Verdade. E esses pioneiros da alegria geralmente aparecem no exato momento em que precisamos deles.

Ao orar com aquele hino, senti o poder da alegria sagrada se arraigando em meu coração e meu pensamento. A isso chamei de minha árvore da alegria sagrada. Nas semanas que se seguiram, toda vez que o medo aparecia, eu o enfrentava com o poder da inabalável alegria sagrada. Essa postura mental produziu os frutos do senso espiritual — o oposto da crença material — confiança, conforto e luz. O medo debilitante deu lugar ao senso de paz. Conforme a alegria da Alma prevalecia, o desespero se dissipava. E aquela pessoa querida ficou em segurança.

Há pouco tempo, eu estava orando a respeito de um problema de saúde difícil e prolongado. No meio da noite, depois de me sentir como que sem esperança para continuar a orar, por fim peguei meu hinário e, em silêncio, comecei a ler alguns hinos. 

Mas isso não foi suficiente. Eu precisava cantá-los. Eu tinha de incorporar o profundo protesto da alegria. E foi o que fiz. Comecei a cantar — de início, devagar e baixinho, e depois, cada vez mais alto. Era cerca de meia-noite e eu estava soltando a voz, com alegria sagrada.

Eu estava aprendendo que a alegria não é para quem tem medo. Aliás, colocar em prática a alegria sagrada é uma das coisas que mais nos exige e dá força. A alegria é uma poderosa e contínua afirmação do bem, e é especialmente necessária quando uma situação se complica. Reivindicá-la e incorporá-la marcou uma mudança importante no pensar, o que por fim me levou à cura física.

Gosto muito de pensar na alegria como o que ela realmente é: nossa inerente resiliência. A alegria da Alma cura o pesar, elimina o desespero gerado pelo conceito que tenhamos de nós mesmos e dos outros, resiste à polarização e unifica famílias, comunidades e até nações. Expulsa a tristeza, faz desaparecer a depressão, dissipa a névoa mental e vence a doença. É um agente ativo na cura de crenças materiais limitadas, inclusive de doença, pecado e, até mesmo, morte.

Além disso, a alegria da Alma é uma testemunha incansável da Verdade. Ela não esmorece de medo, porque não adora no altar do desespero. Também não inclui desânimo nem autopiedade.

E há mais uma coisa que estou aprendendo: a alegria e a gratidão são grandes amigas. Eu já as vi caminhando de mãos dadas pela rua. Talvez você também já as tenha visto. Elas andam juntas, em total segurança, pelos lugares escuros do medo. Até mesmo as ouvi rindo das tempestades, enfrentando com confiança os mais fortes ventos, junto com outra fiel companheira — a coragem.

Acho que vou precisar de muitas outras notas adesivas.

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