Contando apenas quatro anos de idade, Nanci gostava de ajudar a mãe e o pai em tôdas as tarefas do lar. Num sábado de manhã, estava ela ajudando a mãe a fritar panquecas quando, num momento de excessivo entusiasmo, queimou gravemente a mão. Sua mãe, uma estudiosa da Ciência Cristã, interrompeu a tarefa e dirigiu-se à sala de estar, para falar-lhe a respeito de Deus.
Em diversas outras ocasiões, mãe e filha haviam recitado a “exposição científica relativa ao ser,” que se encontra na página 468 de Ciência e Saúde, de autoria de Mrs. Eddy, e isso havia proporcionado grande alívio. Por isso, a mãe começou a recitar agora, para a filha, a referida exposição.
Ao terminar, reparou que Nanci chorava tanto, que era impossível ouvir as palavras recitadas. A mãe disse-lhe que a recitação deveria ser dita ao mesmo tempo, pelas duas. “Não,” disse Nanci soluçando, “você a diz.”
A mãe insistiu, dizendo: “Se você quiser que a mão pare de doer, deverá dizer a oração comigo.”
Começaram a recitar, juntas e devagar: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo. O Espírito é a Verdade imortal; a matéria é o êrro mortal. O Espírito é o real e eterno; a matéria é o irreal e temporal. O Espírito é Deus, e o homem é Sua imagem e semelhança. Por isso o homem não é material; êle é espiritual.”
Enquanto diziam isso, a mãe ficou cada vez mais convencida de que essa era a verdade eterna a respeito de todos os filhos de Deus, inclusive de Nanci. A princípio, ao pronunciar aquelas palavras, Nanci as estava simplesmente repetindo; porém, quando as disse pela terceira vez, sua voz tornou-se forte como a da mãe, como se ela também estivesse convencida das verdades que proferia. Até mesmo as palavras importantes como “infinita” e “manifestação”, foram ditas em voz forte, clara e cheia de compreensão.
A seguir, conversaram sôbre o verdadeiro ser de Nanci; sabiam que Deus estava cuidando dela a todo instante, e que Êle jamais a abandonaria. A mão dela estava na de Deus, e não poderia doer. Ela repetiu várias vêzes, com tôda convicção: “Não sinto dor. Minha mão está na mão de Deus.”
Seu pai, também Cientista Cristão, começou a falar-lhe mais a respeito do Cristo, a Verdade. Disse-lhe que o amor de Deus se assemelha a um grande círculo e que, por estar ela incluída nesse círculo, nada podia tocá-la a não ser os amorosos braços de Deus.
Nanci havia aprendido alguns dos mandamentos bíblicos na Escola Dominical da Ciência Cristã. Seu pai explicou-lhe que se ela realmente acreditasse no Primeiro Mandamento, “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3), não poderia acreditar em qualquer poder que não emanasse de Deus.
“Deus nada sabe a respeito de dores,” exclamou ela impulsivamente, “e Deus me fêz perfeita.”
“Certíssimo,” disse o pai, sorrindo para ela.
Pouco depois, a família pôde reunir-se para o almôço. A princípio, Nanci ainda derramava uma lágrima ocasional mas, a seguir, dava uma risada; gradativamente, porém, todos os membros da família recuperaram a alegria.
Ao cair da tarde, Nanci já não se queixava de desconfôrto nem tinha sinal algum de queimadura. Na verdade, à tarde, Nanci e seu irmãozinho mais nôvo brincavam fora, na neve, escorregando num disco. O pai deu-lhe impulso, e foi preciso que ela segurasse fortemente as cordas com ambas as mãos, para se manter no centro do disco. Dessa experiência nada restou senão alegria.
Três semanas depois, Nanci acordou de madrugada, queixando-se de dor de ouvido. A mãe foi ter com ela e esta pediu-lhe que se deitasse a seu lado. Nanci perguntou logo: “Não vamos começar a recitar, lentamente, “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria?”
“Certamente,” assegurou-lhe a mãe.
Depois de recitar duas vêzes a exposição científica do ser, juntamente com sua mãe, Nanci exclamou, tôda contente, “O ouvido já não me dói, mamãe!”
A mãe regozijou-se com ela, lembrando-lhe que Deus sempre nos cura quando aprendemos por nós mesmos quão perto Êle está.
