Procurar um sentido mais elevado de felicidade é um desejo muito justo. A Ciência Cristã ensina a humanidade a adquirir uma melhor compreensão acêrca de Deus, e assim supre um sentido mais elevado de harmonia. “Como Deus, o bem, está sempre presente, segue-se na lógica divina que o mal, o suposto contrário do bem, nunca está presente.” Essas palavras encontram- -se na página 72 de Ciência e Saúde, de autoria de Mrs. Eddy.
O estudante atento de Ciência Cristã trabalha dedicadamente para ganhar maior compreensão sôbre a onipresença de Deus e para refletir o espírito-Cristo cada vez mais todos os dias. Isso não lhe deixa tempo para parar e olhar ofensas passadas ou para tornar-se indulgente com o ressentimento. Algumas vêzes o ressentimento se encontra oculto no pensamento de alguém, disfarçado em uma roupagem quase irreconhecível, e sua presença, se sancionada, pode frustrar temporàriamente nosso mais sincero esfôrço. Mas Mrs. Eddy afirma em sua Message to The Mother Church for 1902 — Mensagem a A Igreja Mãe, 1902 (p. 19): “O Cientista Cristão não nutre ressentimento;” e ela acrescenta na mesma página: “Irmãos, assim como Jesus perdoou, perdoai também vós.”
Quem, enquanto está olhando para uma maravilhosa vista panorâmica, deixaria seu pensamento se ocupar temporàriamente com uma densa neblina que turvasse o panorama? Mas não é isso exatamente o que fazemos quando, em vez de fazer uso das muitas oportunidades para glorificar a Deus hoje, permitimos que nosso pensamento pondere os erros aparentes de ontem?
Alguém pode perguntar: “Como posso evitar ter ressentimento quando fui injuriado, injustiçado e magoado?” A resposta é que não podemos vencer um tal infeliz estado de pensamento só por meio de esfôrço humano, mas isso é possível por meio da ajuda divina, que está sempre à disposição. Na Bíblia lemos (Romanos 8:2): “A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus te livrou da lei do pecado e da morte.” Manter os pensamentos espirituais do ser no ponto mais elevado do pensamento, em vez de pensar em condições materiais, é realmente verdadeira sabedoria. Essa linha de pensamento positivo ajudará na destruição do mal. Sabemos que o ressentimento, uma forma de ódio, é mau, e que o perdão, uma qualidade do Amor, é bom. Assim se torna claro que o ressentimento não tem existência real, mas é apenas uma falsa sugestão, “o suposto contrário” do bem sempre-presente. À medida que estudamos a passagem bíblica (I João 4:7), “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquêle que ama é nascido de Deus, e conhece a Deus”, quão inspirador se torna o empenho de amar!
À medida que aprendemos a amar mais, a magnificar Deus, o bem, por meio da Ciência Cristã, tornamo-nos conscientes de nossa verdadeira identidade; vemos que o homem sempre reflete a seu Criador. Deus diz eternamente ao homem (Lucas 15:31): “Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.” Os atributos radiantes de Deus, que pertencem ao homem, ao verdadeiro eu de todos nós, por reflexo, são humanamente expressos em qualidades, tais como: vivacidade, inteligência, alegria, bondade, paciência, e a recusa a sentirmo-nos ofendidos. O constrangimento, a frouxidão, o descontentamento, o ressentimento e o mau temperamento não pertencem ao homem, porque não pertencem a Deus. Qualquer modo ou disposição desagradável que a mente mortal nos queira imputar, pode ser vencida por meio da compreensão dêsses fatos.
Para não nutrir ressentimento temos de ver nossos irmãos à verdadeira luz, como idéias espirituais de Deus — que amam, que são amadas e dignas de ser amadas. Essa maneira positiva de pensar sempre traz bons resultados, enquanto que pensar negativamente não traz nada de bom. Quando aceitamos um conceito falso do homem, quando acreditamos na evidência dos sentidos materiais e pensamos que nosso irmão não nos ama e que está expressando qualidades pouco gentis, sentimos que êsse falso acreditar nos rouba da plenitude de nossa alegria. Deixemos cair tão feias ilusões, e esforcêmo-nos constantemente para enxergar sòmente o homem verdadeiro, a idéia espiritual individual de Deus, o objeto de Seu contínuo amor, proteção e cuidado. Então, a humildade que acompanha a nossa boa vontade para abandonar o conceito errado acêrca do homem como mortal, nos capacitará a expressar perdão de maneira terna.
À medida que aceitamos as verdades apresentadas pela Ciência Cristã e começamos a considerar o fato de Deus ser Tudo e da perfeição da existência espiritual, veremos que o pensar errôneo se dilui, e com alegria compreenderemos que o êrro nunca existiu como realidade, e que nada há sôbre o que guardar ressentimento — nada a ser perdoado. À medida que continuamos nesse trabalho alegre, devemos manter bem claro em nosso pensamento o exemplo de nosso Mestre, de perdoar incondicionalmente. E embora isso possa requerer muita paciência, humildade, e a imolação do eu, mesmo assim o preço pago pela bênção de sermos capazes de perdoar é pequeno, comparado com a grande recompensa. A extinção completa de todo ressentimento traz alegria inexprimível, uma alegria acompanhada pela realização de liberdade e paz. Quem não estaria disposto a esforçar-se por alcançar uma tal recompensa, cuja jubilosa consecução eleva o pensamento à presença do Altíssimo?
Cristo Jesus deixou esta admoestação (Marcos 11:25): “Quando estiveres orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” Quanta gratidão brota em nossos corações pelo exemplo de nosso Mestre, pelo amor e perdão que a vida de nossa Líder exemplificou, e por seus ensinamentos, que nos inspiram a procurar obedecer os preceitos de Jesus!
