O verdadeiro cristão sabe que Deus lhe exige muito, e o homem elabora sua salvação do mal por meio de obediência a Deus. O raiar da Verdade sôbre o pensamento humano veio ao mundo como uma série de exigências de que os homens expressem justiça, e as exigências continuam a se desdobrar. O início da iluminação e da liberdade espiritual da humanidade acha-se descrito no primeiro capítulo do Gênesis, no mandato divino de “Haja luz” (Gênesis 1:3).
A Ciência CristãChristian Science — pronuncia-se: Crístian Çai’ens. segue o exemplo da revelação divina e interpreta o significado profético das passagens das Escrituras. No livro-texto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, Mary Baker Eddy escreve (p. 255): “Haja luz”, é a exigência perpétua da Verdade e do Amor, que transforma o caos em ordem, e a discórdia em música das esferas.” Através dos séculos, a humanidade necessitou de muito estímulo, súplica, advertência e mesmo de lições de sofrimento para conseguir o grau de obediência aos requisitos divinos que hoje existe na sociedade. A história da obediência a Deus mostra as bênçãos que advêm do fato de se cumprir com as exigências de amar a Deus, o bem, e ao nosso próximo.
A Ciência Cristã revela os fatos espirituais que são a base da exigência de obediência. Demonstra a presença do universo de Deus, ou o céu, no qual há ordem e harmonia eternas. Nesse reino, tudo o que foi criado, obedece absolutamente ao Amor, e o Amor é conhecido como Mente divina. Por ser Mente divina, Deus desenvolve uma criação de idéias, e uma idéia não pode resistir ou desobedecer à Mente cujo conhecimento lhe dá existência. O homem espiritual, a mais elevada idéia da Mente, obedece ao poder da Mente, a lei do ser, e é infinitamente abençoado.
Uma vez que vislumbremos a natureza do céu, compreenderemos melhor a missão de Cristo Jesus, que obedecia à vontade divina com total humildade. Conhecia as exigências do Pai e se esforçava por atendê-las. Explicou em que consistia o seu ministério quando disse: “Desci do céu não para fazer a minha própria vontade; e, sim, a vontade daquele que me enviou” (João 6:38).
A vontade de Deus é a fôrça do bem que opera constantemente para manter o universo em ordem. As estrêlas e os planêtas, a terra com seus mares, sua flora, sua fauna, suas estações, sua atmosfera, bem como a humanidade, gradativamente atendem à exigência de Deus quanto à forma e ordem. O caos e a discórdia cedem à realidade.
A humanidade não pode alegar para sempre uma vontade própria arbitrária. Por intermédio de Isaías, Deus proferiu estas palavras: “Diante de mim se dobrará todo joelho, e jurará tôda língua” (Isaías 45:23).
A Ciência Cristã acelera o cumprimento dessa profecia ao provar a veracidade da obediência, tal como esta se expressa eternamente no céu de Deus. Essa prova tira-nos tôda a dúvida de que Deus, o Amor, é quem faz a exigência, e não a personalidade humana. O Princípio divino requer que todo pensamento e tôda ação estejam em conformidade com a vontade divina. Essa exigência pede a demonstração da realidade, os fatos inerentes ao ser do homem — inteligência, saúde, atividade, habilidade, abundância e obediência.
Mrs. Eddy atendeu, em elevado grau, os requisitos do Amor divino, e foi suficientemente sábia para refrear-se de exigir qualquer coisa do Amor. Sabia que o Amor dota perpètuamente o homem com todo o bem e que é da responsabilidade individual do homem provar a verdade de seu ser. Mrs. Eddy expõe a situação nestas palavras: “Faço grandes exigências sôbre o amor, peço testemunhas ativas para prová-lo, e nobres sacrifícios e grandes realizações como resultado. A menos que êstes apareçam, ponho de lado a palavra como uma vergonha e uma contrafacção, que não apresenta o som do verdadeiro metal” (Miscellaneous Writings — Escritos Diversos, p. 250).
As “grandes exigências” notadas aqui não são sôbre o Amor divino, mas sôbre a qualidade, o amor, que todos nós devemos expressar. São exigências de dar e não de ganhar. Fazer exigências ao Amor é mera presunção e mostra uma grande ignorância dos fatos científicos. Um falso conceito de quem é que exige, nos poderia manter em um estado de carência e fracasso. Mas a mansidão, que nos faz exigir de nós mesmos as qualidades cristãs, e vivê-las, alcança a prova do govêrno de Deus com suas ternas bênçãos.
O livro-texto fala das exigências de Deus, as exigências de Cristo, as exigências da Ciência Cristã, mas nunca das exigências da humanidade à Deus. O Cientista Cristão aprende a desenvolver seus desejos corretos em compreensão científica de verdades espirituais, as quais invariàvelmente demonstram abundância, saúde e alegria no viver.
O progresso rumo à plena realização da vida no Espírito, a meta da Ciência Cristã, depende de simples humildade, pois a humildade nos impele a expulsar tôda crença na limitação do bem e a provar o poder de idéias espirituais para destruir os males da existência humana. Todos nós desejamos curar nossas próprias crenças de doença, mal, desajuste e carência, assim como também as dos outros. Portanto não ousamos esquecer a regra que Mrs. Eddy nos deu em Ciência e Saúde (p. 483): “Para curar pela Ciência, não se deve ignorar as exigências morais e espirituais da Ciência, nem lhes desobedecer.”