Poucas pessoas admitem que são supersticiosas. A palavra “superstição” lembra visões de passar por baixo de escadas, de gatos pretos etc. Contudo, há um significado mais profundo para a superstição, do que a crença em sorte ou azar. Um dicionário inglês define em parte a palavra “superstição” como: “Uma atitude abjeta e irracional da mente em direção a ... Deus, atitude essa procedente da ignorância, do mêdo irracional ao desconhecido e ao misterioso.” A superstição, portanto, nada mais é do que nossa própria ilusão baseada em opiniões mortais falsas.
A consciência despertada pelo estudo da Ciência Cristã à verdade de que há um Deus perfeito e Seu contrôle perfeito de Sua criação perfeita, anula a fé no desconhecido, a qual procede da imaginação baseada em falsas evidências e conduz a incertezas. Paulo disse (II Coríntios 10:3—5): “Embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas de nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e tôda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.”
Quando nos apoiamos em qualquer outro contrôle que não o do Princípio divino, Deus, estamos desobedecendo ao Primeiro Mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim" (Êxodo 20:3). Na Ciência Cristã aprendemos que Deus é todo poder, a única inteligência, ou Mente; portanto não existe outro contrôle que não o dÊle. Porque Deus é Espírito e totalmente bom, não pode haver govêrno do mal, nem chance de acontecer alguma coisa fora do contrôle divino. E essas verdades podem ser demonstradas em nosso viver diário. Em um parágrafo sob o título marginal “Provas atuais”, Mrs. Eddy escreve em Ciência e Saúde (p. 149): “Precisamos compreender as afirmações da Ciência divina, rejeitar a superstição e demonstrar a verdade de acôrdo com o Cristo.”
Jesus tornou claro que não era o homem humano, mas o espírito- -Cristo em ação, como a Verdade ideal de Deus, quem realizava suas obras maravilhosas. Para provar êsse fato em nossa própria experiência humana, devemos obter uma compreensão clara de Deus e da relação do homem com Êle. Então começamos a saber que, como o reflexo perfeito de Deus, somos governados sòmente pelas leis da Vida, da Verdade e do Amor. Seremos então capazes de “rejeitar a superstição e demonstrar a verdade de acôrdo com o Cristo”.
A sugestão de que o êrro, quer seja sob a forma de epidemias, sêcas, guerras, fracassos, tormentas, ou doenças, ocorra em ciclos, é superstição. Origina-se da crença errônea de que o universo é ao mesmo tempo material e espiritual, sob o contrôle tanto do bem como do mal.
Uma senhora que acreditava que a enxaqueca a atacava em ciclos, apressava-se sempre para realizar tarefas extras no que ela chamava de seus dias bons. Sentia que devia preparar-se antecipadamente para as horas miseráveis nas quais ela devia ficar acamada. Certa ocasião, uma amiga lhe trouxe um exemplar de Ciência e Saúde e pediu-lhe que o lesse. Ao fazê-lo, viu que estivera esperando que acontecesse algo pelo qual ela certamente não queria culpar Deus.
Compreendeu que por ser Deus, o bem, a origem e a condição de tudo o que é real, seus temores do retôrno de uma experiência infeliz eram baseados na superstição. Decidiu-se vigorosamente a rejeitar as falsas crenças e a superstição, porque aprendera que o homem experimenta sòmente o que Deus causa e sabe; portanto o homem só pode experimentar harmonia e saúde. Ela exigiu sua herança espiritual e curou-se completa e permanentemente.
Quantas vêzes Cristo Jesus disse a seus ouvintes que não temessem! Êle sabia que Deus é a única causa a o único criador e que Seu govêrno está eternamente estabelecido. Mrs. Eddy diz-nos: “Aquêle que consegue o conhecimento de si mesmo, o domínio próprio, e o reino dos céus dentro de si mesmo, dentro de sua própria consciência, se salva pelo Cristo, a Verdade” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany — A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Miscelânea, p. 161). Que grande oportunidade! Rejeitemos a superstição, silenciemos o temor, e enchamos nossos pensamentos com as verdades maravilhosas acêrca de Deus e do homem. Podemos fazê-lo por meio da compreensão espiritual de auto-govêrno e de auto-contrôle, sob a lei divina da sempre atuante perfeição de Deus.