Do ponto de vista humano poderá haver momentos em que não possamos compreender certas situações, ou em que, a despeito de todos os esforços mais intensos, não encontremos nenhum meio de sairmos de nossas dificuldades. Tais experiências poderão ocorrer freqüentemente, se não estivermos bastante vigilantes. Mas aprendemos, em Ciência Cristã, que elas de si mesmas, não têm poder para prejudicar-nos, por serem meramente o resultado da crença de que o mal tenha realidade. Ao compreender que o mal não é enviado por Deus, o bem infinito, podemos anular qualquer sugestão falsa e enganosa, que nos perturbe a consciência.
Muitas vêzes o autor verificou que quando sua necessidade era grande e êle se voltava para Deus em busca de ajuda, recebia fôrça para atravessar situações muito difíceis e desesperadoras, com coragem e ousadia. Aconselha-nos o Salmista: “Confia os teus cuidados ao Senhor, e êle te susterá: jamais permitirá que o justo seja abalado” (Salmos 55: 22) .
Quanto mais nos identificarmos como idéias espirituais, reflexos de Deus, e aplicarmos a lei de Deus aos problemas que se nos apresentam, mais seremos purificados e corrigidos por essa lei. Sempre e em qualquer lugar em que nos voltemos a essa lei divina com o coração agradecido, cônscios de que ela está sempre ao nosso alcance para a aplicarmos, poderemos demonstrar que Deus é Tudo. A lei divina é lei não apenas quando nos apercebemos dela, mas a todo momento.
Precisamos armar-nos de coragem para fechar as portas de nossa consciência à vontade própria que costuma tentar invadi-la, e então reconhecer que a graça de Deus nos bastará em tôdas as ocasiões. O plano divino mantém à disposição de todos nós bens em abundância a cada passo. Êsses bens já estão presentes: Deus supre as nossas necessidades antes que O invoquemos.
Se entramos na azáfama da vida mundana e pensamos que podemos obter do mundo alguma coisa que determine nosso êxito e nossas oportunidades de sucesso, estamos enganados. O verdadeiro sucesso nunca se pode obter de alguma pessoa ou de uma circunstância particular favorável, mas sòmente de Deus. Escreveu Isaías: “Em vos converterdes e em sossegardes, está a vossa salvação; na tranquilidade e na confiança a vossa força” (30:15).
O poder e o amor de Deus bastam para suprir tôdas as nossas necessidades, mas a nossa confiança e a nossa fé muita vez são pequenas, e essa é a razão dos nossos desapontamentos e aparentes insucessos. Numa rodovia reta, em dia de calor poderemos ver uma miragem, a qual nos fará crer que tenha chovido na parte da estrada à nossa frente. Mas quando chegamos ali, verificamos que está sêca. De modo semelhante pode uma crença em enfermidade, carência, ou mesmo em morte, haver-nos confundido os sentidos. Até quando nos deixaremos enganar por essa miragem, depende de nós. Como estudantes de Ciência Cristã, aprendemos a não nos deixar enganar pela ilusão do chamado sentido mortal e a compreender que não há inteligência a apoiá-lo e que, portanto, êle não tem poder sôbre nós.
Não nos deixemos intimidar pelo êrro, que não é coisa alguma. Examinemos ràpidamente cada situação que se nos apresente e cortemos pela raiz tôdas as pretensões do malévolo magnetismo animal ou mente má. Do contrário, poderemos ser apanhados desprevenidos pelo imprevisto e tentados a nada mais fazer senão lamentar a situação infeliz.
Mas podemos perceber a presença de Deus a cada momento. Diz- -nos Mrs. Eddy, em Ciência e Saúde (p. 520): “A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isso é o bastante!” Permanecendo firmes nessa verdade, podemos provar que não há lugar para experiências desarmoniosas.
Através dos ensinamentos da Ciência Cristã nós podemos compreender Cristo, a verdadeira idéia de Deus, a qual Jesus representou claramente. À medida que crescemos nessa compreensão, aprendemos a escutar e seguir as palavras e instruções de Deus, como o fazia Jesus, e aplicá-las para prover a tôdas as nossas necessidades diárias. E então o nevoeiro dos sentidos não pode ocultar-nos o que Deus planejou para nós, nem poderá circunstância alguma desviá-lo de nós. Chegaremos a compreender cada vez mais que sòmente o melhor nos está preparado, e que a bênção de Deus é lançada sôbre todos aquêles que, cheios de gratidão, se apercebem de Sua abundância e ilimitada bondade.
Na proporção em que aprendermos através do Cristo que somos na realidade a expressão perfeita do ser de Deus, então a matéria, com suas aparências, deixará de instilar- -nos o veneno do mêdo, porque teremos chegado à convicção de que a matéria é apenas a expressão subjetiva da chamada mente mortal. E, na medida em que confiarmos nossos cuidados ao Senhor, nos libertaremos da suposição de responsabilidade pessoal e também das sugestões enganosas que nos tenham mesmerizado.