Será que entre seus conhecidos, há alguém que seja uma fonte de exasperação para todo mundo? Às vezes parece que em todo escritório (escola e família), há uma pessoa assim. Aqueles que precisam trabalhar ou conviver com uma pessoa nessas condições, muitas vezes comentam os defeitos dela, mas sentem-se frustrados nos esforços para corrigi-los.
Essa situação apresenta um desafio especial ao estudante de Ciência Cristã. Ele sabe das recomendações de Cristo Jesus, no Sermão do Monte: “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.” Lucas 6:27, 28; Por isso um Cientista Cristão não se compraz em mexericos. No entanto, ele se desagrada de ver aceitas sem reprimenda as palavras grosseiras e a falta de cooperção de quem parece ser um mortal maldoso.
Em tal caso, o estudo em espírito de oração da “Regra para Motivos e Atos” constante do Manual de A Igreja Mãe, de autoria de Mary Baker Eddy, é muito proveitoso. A Regra diz, em parte: “Nem a animosidade nem o afeto puramente pessoal devem ditar os motivos e os atos dos membros de A Igreja Mãe. Na Ciência, só o Amor divino governa o homem, e o Cientista Cristão reflete os suaves encantos do Amor, repreendendo o pecado, em verdadeira fraternidade, caridade e perdão.” Manual, Art. 8°, §1°;
A obediência a essa Regra requer nosso mais elevado conceito de homem — ver a ambos, a nós mesmos e a pessoa a quem se fala, como filhos amados do Pai único. Essa atitude é o contrário da condenação autojustificadora de alguém que perde muito tempo em espalhar à toa crenças em defeitos alheios. Essa espécie de conversa — em realidade, mexericos — apenas perpetua o sentido de erro.
A Sr.a Eddy escreve: “Temos de amar nossos inimigos em todas as manifestações nas quais e pelas quais amamos nossos amigos; precisamos até mesmo tentar não expor as faltas deles, mas fazer-lhes o bem toda vez que a oportunidade ocorra.” E mais adiante ela diz: “Seria para mim um prazer tomar pela mão todos os que não me amam, e lhes dizer: «Euvos amo, e, conscientemente, jamais vos causaria dano».” Miscellaneous Writings, pp. 11–12.
Amar nossos colegas de trabalho certamente inclui a boa disposição de conversar com eles sobre problemas mútuos — mas não comentálos com outros por detrás das costas deles — e afirmar em nosso pensamento sua perfeição como filhos de Deus. Quando tivermos apagado de nosso próprio pensamento o falso quadro que apresenta um mortal pecaminoso, e tivermos orado sinceramente por orientação divina quanto ao que devemos fazer e pensar, poderemos deixar que o Amor divino, Deus, nos leve a dar os passos humanos acertados para a solução do problema.
Que transformação o Amor produz num relacionamento humano aparentemente difícil! Em vez de lutar com a consciência dos defeitos ou hábitos irritantes de outra pessoa, podemos abandonar esse conceito falso e tentar amá-la. Isso não é coisa fácil de fazer, protesta a crença humana. Mas é bem mais fácil do que continuar a sofrer as conseqüências de aceitar a crença falsa!
Uma Cientista Cristã num novo emprego notou que uma das funcionárias mais antigas a criticava constantemente. Essa pessoa era geralmente considerada por todos os demais no escritório como uma fonte de aborrecimentos. Absortos nesse estado de ressentimento, eles mesmos cometiam muitas vezes enganos desnecessários, e até pagavam na mesma moeda as grosserias que recebiam.
A Cientista Cristã trabalhou durante longo tempo a fim de ver essa pessoa como uma idéia de Deus. De fato, descobriu nela muitas coisas que lhe agradavam e pelas quais a admirava. Mas nada parecia mudar.
Certo dia, então, ao corrigir uma afirmação feita por essa pessoa, a Cientista Cristã ouviu-se a dizer, tal como muitas vezes havia dito quando corrigia os filhos: “Eu gosto muito de você, mas ...” Houve uma reação inacreditável.
Que transformação essas poucas palavras produziram! Daquela hora em diante a outra funcionária cessou de criticar e aproveitava toda oportunidade para demonstrar amizade para com a nova colega. O relacionamento difícil evoluiu finalmente para uma amizade agradável e duradoura.
É natural que os indivíduos sejam companheiros agradáveis no lar e no trabalho. Podemos romper o enganoso fascínio da condenação mental, obedecendo aos mandamentos de Deus, e por manifestarmos o Amor divino, podemos concretizar a realidade celestial de benefícios mútuos e de bênçãos em todo relacionamento humano.
