A moralidade é o elemento fundamental da civilização. É a essência da civilização; é o cimento da sociedade. É o estabilizador e protetor das relações humanas.
Na medida em que os elementos da espiritualidade começaram a despertar nos homens, estes tornaram-se mais civilizados, mais humanos, e reconheceram a necessidade de regras que protegessem os direitos dos indivíduos e da sociedade em geral. A força que impulsiona para o bem, sempre foi espiritual, embora não tenha sido geralmente reconhecida como espiritual.
Ao judeu e ao cristão, a moralidade ordena: “Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás.” Êxodo 20:13–15; Além disso requer muitas outras coisas, mas esses três mandamentos do Decálogo Mosaico são as leis básicas da sociedade civilizada, e por mais limitada que tenha sido sua observância geral através dos séculos, se não fosse sua poderosa influência no pensamento da humanidade, haveria um caos completo no mundo de nossos dias. O pensador reconhece ser isso verdadeiro. E até mesmo as pessoas que não têm religião, têm de reconhecer que isso é verdadeiro.
Esses mandamentos, ou leis morais, não são meramente a opinião humana de um homem, como às vezes argumentam aqueles que não desejam pautar-se por todos os mandamentos. Os mandamentos surgiram como revelação, ou descoberta. Apesar de estabelecerem regras para o comportamento humano, sua origem é espiritual. Para que realmente tivessem significação e fossem eficazes, tinham de ter uma categoria mais elevada do que o mero raciocínio humano. São na verdade diretrizes divinas. Quando postas em prática, seus efeitos estabilizadores são provas de sua origem divina. Por exemplo, como seria a sociedade se não houvesse leis contra o roubo e o assassínio? Sem tais leis reinaria o barbarismo. O mesmo se pode dizer quanto ao adultério e a promiscuidade sexual. Sem um freio, também resultariam em barbarismo.
É verdade que o viver civilizado ou a retidão moral (e ambos são a mesma coisa), fazem exigências que são contrárias aos instintos e anseios físicos e animais, mas sem freios sobre esses instintos, não haveria civilização. O viver tornar-se-ia muito primitivo e reverteria ao estado animal. O humano deve sempre progredir sob o impulso do poder transcendental ou da constante influência espiritual do Ser divino, ou Deus.
A freqüente falta de familiaridade com as palavras “espiritual” e “divino” muitas vezes faz com que as pessoas as relacionem com o que é vago e indefinível, com coisas incompreensíveis. Um dos significados comuns da palavra “espiritual” refere-se aos mais elevados dons da mente humana, ao intelectual em oposição ao que é carnal, ou seja à natureza baixa, o bestial ou o animal. Mas Cristo Jesus elevou a espiritualidade a seu nível máximo ou mais elevado, por relacioná-la com Deus.
Aqueles que negam a origem espiritual, ou divina, das leis morais e sua relevância para esta época, podem não conseguir compreender ou então não sabem que a influência de tais leis atinge a todas as raças e a todas as nações. Uma regra fundamental do viver civilizado é a de que os direitos dos humanos não podem ser violados.
A sociedade geralmente aprova penalidades para o roubo e o assassinato, mas aqueles que ignoram as restrições morais em matéria de relações sexuais, são culpados de violar os direitos dos outros, tão certamente como os culpados de roubo e assassinato. São eles influência má na sociedade. Uma atitude condescendente para com a atividade sexual ilícita acarreta muitos tipos de sofrimento. Um só ato desses pode trazer sofrimento e tristeza a famílias inteiras.
Mas o medo às conseqüências ou ao sofrimento nunca eliminou a imoralidade sexual, a perversão ou a promiscuidade. É necessário que haja uma qualidade espiritual de pensamento, e coragem moral que tenha domínio sobre aquilo que é carnal, sobre os instintos animais. A coragem moral é o primeiro requisito para uma vida bem sucedida. Sem ela ficamos desorientados, sem direção, e somos muitas vezes um perigo para nós mesmos e para a sociedade.
Um dos problemas que hoje se apresenta à mocidade, e também às pessoas mais maduras, é a atenção exagerada que o sexo está recebendo em debates públicos, nas escolas, nos livros, no cinema, na televisão e no teatro. Enquanto em alguns casos essa atenção visa ser educativa, no geral sua influência é mesmérica e desmoralizante, produzindo apenas aquilo que é feio e depravado. Ignorando os aspectos morais do assunto, muitos lidam com essa questão do sexo como se fosse unicamente uma exigência biológica que não está sujeita à disciplina ou a restrições.
Infelizmente, o sexo é muitas vezes erroneamente mencionado como uma necessidade do corpo ou fome que precisa ser satisfeita, tal como a fome de alimentos necessita ser atendida. Não há em absoluto evidência alguma que apóie tal ponto de vista, mas há amplas provas de que a condescendência sexual não é necessária para que se mantenha uma vida sadia ou uma disposição normal, tanto no casamento como fora dele. Apesar disso, o ponto de vista de que o sexo é uma fome ou uma necessidade, é utilizado com insistência como uma aquiescência à condescendência à atividade sexual ilícita, e como justificativa para a luxúria desenfreada.
Até mesmo no casamento o sexo pode ser e é imoral quando o matrimônio baseia-se somente na luxúria. Os ensinamentos da Ciência Cristã classificariam tal casamento como “luxúria legalizada”. Em sua mensagem intitulada “«Escolhei vós»”, a Sr.a Eddy faz a seguinte declaração: “Tudo o que não é divinamente natural e demonstravelmente verdadeiro, na ética, na filosofia ou na religião, não procede de Deus, mas origina-se na mente dos mortais. É o sonho adâmico conforme a alegoria das Escrituras, no qual o homem supostamente deve começar do pó e a mulher ser o produto da costela do homem — o casamento sinônimo de luxúria legalizada, e os descendentes dos sentidos os assassinos de seus irmãos!” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, pp. 4—5;
É quase desnecessário dizer que tal condescendência sexual não está de acordo com a religião da Ciência Cristã. A menos que um casamento esteja baseado na união das qualidades mentais mais elevadas ou espirituais dos indivíduos, não tem raízes, e geralmente termina em fracasso. A Sr.a Eddy escreveu com clareza e profundidade sobre o uso e a finalidade do sexo, e ao escrever sobre isso sempre o associa ao casamento legal. Ela mostrou como o casamento pode trazer elevação. Escreve ela em Ciência e Saúde: “O matrimônio é o dispositivo legal e moral para a geração entre a espécie humana.” Ciência e Saúde, p. 56; Também diz: “Para ser normal, deve ser uma união dos afetos que tende a elevar mais alto os mortais.” Miscellaneous Writings, p. 52;
Aqueles que negam a lei moral e advogam a atividade sexual ilícita e indisciplinada, contribuem para a degradação da raça humana. Querem destruir tudo o que é doce e puro no casamento, e fora dele, e procuram obter autorização para a atividade sexual devassa. Jesus estabeleceu os padrões morais para os cristãos. Demonstrou sua aprovação ao matrimônio quando assistiu à boda de Caná. No entanto, considerou como pecado a infidelidade ao pacto matrimonial. Quando perdoou a mulher adúltera, disse: “Vai, e não peques mais.” João 8:11; E S. Paulo disse: “O corpo não é para a impureza, mas para o Senhor” 1 Cor. 6:13;, e “esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição.” 1 Tess. 4:3; Estes são ensinamentos morais cristãos que exigem virtudes cristãs.
A obediência à ordem “Não adulterarás” reforça nosso caráter e posição moral em todos os aspectos de nossa vida. Quando seu significado espiritual é compreendido, esse mandamento reforça nossas capacidades intelectuais, mas, acima de tudo, nossa percepção espiritual.
É uma decepção muito grande acreditar que se deve ter experiência sexual antes do casamento para estar preparado para as experiências da vida. Esse comportamento é pecado e rebelião contra as ordens divinas. Nenhum bem jamais surgiu desse tipo de conduta, mas sim muito sofrimento e conseqüências horríveis. Ainda é uma virtude válida e cristã o fato de os casais chegarem ao dia de seu casamento puros e imaculados. Tal começo pressagia sucesso e estabilidade. A pureza é o sinete do cristão e a Ciência Cristã eleva o pensamento humanitário acima do que é físico ou animal para o que é humano, e daí para uma compreensão da natureza do homem como filho de Deus, natureza essa que é perfeita, espiritual e isenta de pecado.
Ser capaz de utilizar o poder curativo, protetor e orientador da Ciência Cristã é a esperança do Cientista Cristão na terra. Para progredir na compreensão dessa Ciência que possibilita ao estudante demonstrar o poder divino, é preciso que sejamos puros de coração; precisamos ter moral. Jesus disse: “Bemaventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.” Mateus 5:8. A Ciência Cristã diz: Bemaventurados os puros de pensamento porque compreenderão a Deus e serão capazes de demonstrar o poder divino.
Servi ao Senhor com alegria,
apresentai-vos diante dele com cântico.
Entrai por suas portas com ações de graça,
e nos seus átrios com hinos de louvor;
rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome.
Salmos 100:2, 4
