Tudo aquilo que é real, já está completo.
Deus criou as coisas completas, e assim as sustenta. A Sua obra está terminada. A existência real é oriunda da Mente, Deus, e de nada precisa, nem lhe pode ser acrescentada coisa alguma. Nada que seja verdadeiro pode ser fragmentário, semi-acabado, embriônico. No Ser divino não há vácuos abertos, partes que faltam, nem coisas parcialmente criadas. O bem infinito não pode ser decomposto em objetos materiais, nem a eternidade reduzida à fração de tempo.
Esta compreensão é de inestimável valor quando se trata de demonstrar a Ciência Cristã e de resolver as dificuldades da vida. Ela nos confere espontaneidade e confiança.
Toda dificuldade repousa sobre a falsa pretensão de que alguma coisa não está completa ou inteira, mas a compreensão de que nenhuma parte de Deus ou de Sua expressão está faltando pode ajustar a situação. Os problemas de relacionamento humano querem fazer crer que o Amor e sua amabilidade estão apenas semipresentes. A pobreza, por seu lado, é a pretensão paradoxal de que uma parte da substância infinita possa estar faltando — e que estejamos dentro desse vácuo; entretanto, na verdade, a substância está em toda parte.
Muitos problemas de negócios surgem porque foi admitida a mentira de que o Princípio está apenas parcialmente em ação, isto é, que não está sendo expresso completamente. Os problemas ecológicos serão grandemente facilitados quando compreendermos que a criação espiritual de Deus — a única realmente verdadeira — está planejada inteira e não parcialmente.
Se os nossos resultados em aplicar a Ciência Cristã parecem, de certa forma, estar limitados, talvez estejamos aceitando a mentira de que o poder da Verdade, da Vida, pode algumas vezes ser diminuído. Negamos as sugestões de que o bem é incompleto, sob qualquer forma, quando compreendemos que Deus é um todo no ser e na expressão. A Sr.a Eddy nos assegura, em Ciência e Saúde: "O Princípio não pode ser encontrado em idéias fragmentárias."Ciência e Saúde, p. 302; O Principio, Deus, é expressado apenas naquilo que é completo.
Nossos tratamentos na Ciência Cristã serão mais imediatos, eficazes e espontâneos, à medida que percebermos que um tratamento, em sua essência espiritual, é autorizado pela Mente eterna. A partir deste ponto de vista espiritual, o tratamento está completo e a verdade está demonstrada, embora nos pareça que apenas o tenhamos iniciado. A Mente divina não produz idéias parciais ou semidesenvolvidas. Nada falta às suas concepções.
Da mesma maneira, a Igreja, sendo a exteriorização da Verdade divina, não é fragmentária, nem está se tornando universal numa futura plenitude do tempo. Não temos que acrescentar-lhe substância, inspiração, números, autoridade ou sucesso. A Igreja já inclui tudo aquilo de que necessita para cumprir o seu propósito; a Igreja não é apenas o arcabouço da Verdade, mas é sua estrutura completa. A compreensão disto ajuda nosso trabalho na igreja a ser mais curativo e repleto de realizações genuínas.
Não existe limite de tempo para o desenvolvimento divino. Os fenômenos de Deus — tais como a saúde e a vida genuínas — existem independentemente do fator tempo, não podem ser suprimidos, nem fragmentados pelo relógio. Daí o fato de que tanto a vida mortal, como a saúde parcial serem apenas ilusões. A criação de Deus não é incompleta e temporal, mas repleta e eterna. Decisivamente a Bíblia afirma: "Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada lhe tirar; ... O que é já foi, e o que há de ser, também já foi; Deus fará renovar-se o que se passou." Ecles. 3:14, 15;
Que dizer das dificuldades às vezes ligadas aos adolescentes? Falta de confiança na plena maturidade, e o desperdício da autodeterminação, para a qual já estamos preparados, podem causar profunda frustração. Ora, essa frustração pode ter origem nas pretensões insistentes de haver uma individualidade incompleta. Quer pareçamos jovens ou adultos, é de grande ajuda saber que o nosso eu verdadeiro não é como um quebra-cabeças, onde faltam pedaços que devemos procurar por aí para completar o jogo. Não precisamos esperar para que a identidade que nos foi conferida por Deus, se complete. Compreender este ponto diminui sensivelmente as dificuldades às vezes atribuídas à juventude.
Algumas dificuldades das pessoas idosas podem advir da crença de que perderam parte de sua individualidade, ou da inquietação por crerem que muitos elementos vitais de seu ser, tais como a saúde, o vigor, a visão, a audição, estão declinando ou decaindo. Mas não existem meros remanescentes do bem no ser real. Tudo o que existe, é bom e inteiro, e funciona com a máxima perfeição.
Apesar das pretensões do tempo ou da matéria, a nossa individualidade real é espiritual e inseparável de Deus. Nunca precisa que se lhe acrescente algo, nem pode algo lhe ser subtraído. A Sr.a Eddy escreve, a respeito de Deus: "Ele sustenta minha individualidade. Não, mais ainda, — Ele é minha individualidade e minha Vida. Porque Ele vive, eu vivo."Unity of Good, p. 48;
A mente mortal e seus fenômenos ilusórios são sempre incompletos. Conseqüentemente, os homens mortais parecem possuir habilidades restritas e desejos quase insaciáveis, e existir somente durante uma fracção do tempo. Mas, estritamente falando, as entidades materiais mortais e finitas não chegam nem a ser fragmentárias; tal como a própria mente mortal, elas, em realidade, nem chegam a possuir existência. O Cristo, que confirma para sempre a inteireza de Deus, nos confere o poder de demonstrar isso.
Jamais existe um momento em que Deus possa estar sendo expressado de maneira incompleta. O nosso dia de hoje real inclui somente a atividade total da Vida. O amanhã, do qual podemos talvez estar temerosos, poderá ser demonstrado como completo no bem quando o visualizarmos corretamente. E a compreensão, que pode parecer tão pequena, será fortificada assim que aceitarmos o fato de que Deus, nossa Mente, compreende completamente tudo o que realmente existe.
Não há fragmentos do bem no Ser divino, e a Ciência Cristã nos assinala o caminho para prová-lo. Nas palavras da Sr.a Eddy: "Deus deve ser reconhecido como Tudo-em-tudo, e não como uma parte do ser, e o homem como reflexo do Seu poder e bondade."Não e Sim, pp. 12-13.