Fico impressionado de ver que Jesus achou tempo para fazer tanto bem. Num ministério de cura tão breve — apenas alguns anos — esse jovem mestre de Nazaré, um ex-carpin-teiro, lançou fundamentos que iriam revolucionar o mundo.
Os quatro Evangelhos, repletos de curas e ensinamentos, relatam só uma pequena parte da carreira de Jesus. João deu uma idéia de quanto Jesus realmente fez, quando, ao concluir seu Evangelho, disse: "Há, porém, ainda muitas outras cousas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos." João 21:25; João certamente exagerou um pouco, mas suas palavras mostram quanto Cristo Jesus de fato fez e chamam atenção para o fato de que a limitação de tempo — somente 24 horas por dia — não predominou sobre ele.
A combinação de pressão acadêmica e falta de tempo tende a interferir com o êxito de muitos estudantes. É claro que a Ciência Cristã não consegue esticar o tempo ou acrescentar horas ao dia. Mas existe uma solução espiritual para as situações de muita pressão.
Aprendemos na Ciência Cristã que Deus, o Espírito, é Tudo, a única fonte do ser. O Espírito, a grande e única causa, é todo poderoso e sempre totalmente ilimitado. Toda nossa ação e volição têm sua origem no Espírito.
O homem é feito à imagem e semelhança de Deus, do Espírito. Vive, move-se e tem seu ser porque é a expressão do Espírito. Toda atividade do homem está sob a orientação divina do Espírito e por isso tem de ser ilimitada. O homem não é um ser mortal sujeito às tensões das limitações mortais. É espiritual, o filho de Deus, livre para expressar tudo o que se acha implícito nessa filiação divina. O homem goza da natureza ilimitada do ser divino, por estar eternamente unido a Deus.
A Sr.a Eddy define "tempo", em Ciência e Saúde, parcialmente como: "Medidas mortais; limites, dentro dos quais estão reunidos todos os atos, pensamentos, crenças, opiniões e conhecimentos humanos."Ciência e Saúde, p. 595; O tempo é em realidade apenas uma medida e não uma força poderosa a nos impelir.
O estudante universitário que tem diante de si variadas tarefas, horários de aula, um emprego, pode encontrar todo tempo de que necessita, contanto que se identifique como a manifestação do ser infinito e livre.
Muitas vezes é apenas sua limitada inspiração para o estudo ou a falta de idéias novas para escrever, que o impedem de terminar sua tarefa dentro do prazo. Mas a Mente, Deus, é a fonte de todo pensamento. O saber da Mente é sempre original, novo, inspirado e espontâneo. O saber da Mente é o único saber que está em ação, o único saber que o homem possui. Quando compreendemos que refletimos a Mente, conseguimos executar nossas tarefas mais depressa.
A Sr.a Eddy escreve, em Ciência e Saúde: "Partindo de um ponto de vista mais alto, elevamo-nos espontaneamente, assim como a luz emite luz sem esforço."ibid., p. 262; A espontaneidade, que é a natureza de nosso ser espiritual, é nossa para ser usada no reino humano.
A confiança na Mente divina destrói o medo do estudante de que sua inspiração seja limitada e elimina o esforço de longas horas na tentativa de forçar originalidade. Sabe que é o filho da Mente, sempre receptivo à revelação espontânea de tudo o que se faz necessário. Isto rompe a limitação dos "atos, pensamentos, crenças, opiniões e conhecimentos humanos", tão de perto ligados ao tempo.
A falta de tempo muitas vezes se reduz à falta de ordem na vida do estudante. É preciso saber como proceder, o que fazer a seguir. Um melhor senso de ordem se estabelece quando compreendemos que o Princípio, Deus, é o governante absoluto do universo, inclusive o homem. Ele origina e ordena todos os acontecimentos, todas as idéias, todos Os atos. Tudo se desdobra numa seqüência harmoniosa. A ordem do Princípio é eternamente exata, precisa e irresistível. Está presente agora mesmo e o homem é receptivo a ela. É impossível ao homem ficar excluído do governo do Princípio, que a tudo permeia. O Princípio não reparte seu governo com qualquer sentido mortal; é indivisível, completo. Quando aceitamos o Princípio como único governante, nossa experiência humana começa a desdobrar-se em sua ordem natural, com abundância de oportunidades para realizarmos tudo o que se faz necessário.
Qualquer argumento de limitação intelectual pode ser enfrentado, mas isto requer de nossa parte um investimento de tempo feito em estudo e oração com o fim de aprendemos mais sobre a Ciência da Vida.
Durante meus primeiros dois anos de faculdade, eu era um aluno muito fraco. Olhando para trás, posso ver que frivolamente desperdicei muito tempo. Estava decididamente, pouco inspirado, e me faltava muita ordem nos hábitos de estudo. Quando a situação se tornou realmente crítica, finalmente vi a necessidade de fazer as coisas mais importantes em primeiro lugar. Decidi estudar a Ciência Cristã sistematicamente, como se fosse uma matéria do currículo.
Gradativamente, consegui mais ordem e inspiração. Nessa ocasião também foram obtidas várias curas físicas. Quanto mais estudava e orava, melhores eram minhas notas e mais tempo me sobrava para diversões. Tudo passou a ser uma alegria em vez de uma carga.
Não é de mais tempo que precisamos; é de melhor compreensão da infinidade de Deus e das ilimitadas capacidades do homem como expressão de Deus. O assunto é decididamente infinito, e há muita coisa para ser pesquisada. Nas palavras da Sr.a Eddy: "Nem mesmo a eternidade jamais pode revelar o tudo de Deus, pois que não há limite para a infinidade ou para seus reflexos."ibid., p. 517.