O verdadeiro eu do homem é espiritual e ilimitado. Sua identidade e capacidade são infinitamente maiores do que as que parecem ser inatas ao organismo físico, dirigido pelo cérebro, e que se chama um mortal. Esse fato acha-se implícito no primeiro capítulo do livro do Gênesis, onde está escrito que Deus, o Espírito incorpóreo e infinito, ou a Mente divina, criou o homem à Sua própria imagem.
Evidentemente, a imagem, ou reflexo do Espírito ilimitado, tem de ser tão desimpedida como seu criador. A expressão do Ego criador, chamado Deus, tem de incluir as variegadas capacidades infinitas desta causa una e única. Nela não há a possibilidade de existirem limitações ou medo de fracasso, porque todo o saber e fazer reais estão sendo realizados pelo próprio Deus — a única consciência real ou a Mente — que é individualmente expresso por Suas idéias, Seus filhos e filhas.
Essas são verdades reveladas a Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristaChristian Science — pronuncia-se: kris'tiann sai'ennss., enquanto ela perscrutava as Escrituras, e que ela, mais tarde, tornou acessíveis a todos nós por meio de seus escritos inspirados. A Sr.a Eddy provou que essas verdades eram práticas por aplicá-las na sua própria vida, demonstrando capacidades e habilidades em constante desenvolvimento, que lhe permitiram fundar, e liderar com tão notável êxito, seu grande movimento. Escreve ela baseada em experiência própria, quando diz em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: "Um conhecimento da Ciência do ser desenvolve as faculdades e possibilidades latentes do homem. Estende a atmosfera do pensamento, dando aos mortais acesso a regiões mais amplas e mais elevadas. Eleva o pensador a seu ambiente nativo de discernimento e perspicácia."Ciência e Saúde, p. 128;
Que glorioso panorama de possibilidades se descortina ao estudante sincero de Ciência Cristã à medida que ele estuda a Bíblia à luz dos escritos da Sr.a Eddy, e depois começa a aplicar na sua própria vida aquilo que está aprendendo! O estudante percebe a possibilidade de conseguir todo o bem, mas logo aprende que isso tem de ser feito passo a passo, e que apenas pode utilizar e comprovar aquilo que já compreende. Assim como um estudante de matemática começa com a aritmética simples e depois resolve progressivamente problemas mais difíceis, também o estudante que progride no conhecimento da Ciência divina precisa comprovar seu caminho por etapas — e a cada etapa de crescimento descobrirá que suas capacidades estão se desenvolvendo e as limitações desaparecendo.
A Sr.a Eddy diz: "A Ciência revela a possibilidade de se conseguir todo o bem, e põe os mortais a trabalhar para descobrir o que Deus já fez; mas a falta de confiança em nossa habilidade de conseguir o bem desejado e produzir resultados melhores e mais elevados, muitas vezes impede que experimentemos nossas asas, e desde o início torna certo o fracasso." ibid., p. 260;
Acaso estaremos, de vez em quando, encarando com desconfiança nossa capacidade de resolver um problema difícil, ou, talvez, de curar um amigo, ou a nós mesmos, de algum mal-estar corpóreo? Porventura o problema ou a doença parecem muito reais e difíceis, e nossa compreensão espiritual, muito pequena? Se assim for, precisamos, então, ir mais a fundo e perceber com maior clareza a natureza espiritual do homem. Precisamos ver com maior nitidez e reivindicar com maior empenho o fato de que a verdadeira consciência do homem é a expressão individualizada do próprio Deus, a Mente divina que tudo sabe. Essa Mente é, no universo, a única que sabe e que faz, é o Amor que não só cura como também informa; e todos nós podemos refletir em nossa condição humana as idéias que curam e resolvem problemas, idéias essas que emanam de Deus.
Não possuímos poder que não seja derivado. É sempre o sentido pessoal, a crença de que o homem tem uma mente pessoal separada de Deus, o que parece contaminar nosso pensamento com dúvidas acerca de nossa capacidade de efetivamente saber e fazer o que se faz necessário.
Cristo Jesus não tinha um sentido pessoal de suas obras poderosas. Ele foi o mais eficiente solucionador de problemas de todos os tempos, mas em profunda humildade dava inteira glória a Deus. O Mestre sabia que, para todas as coisas, ele dependia inteiramente da Mente divina. Disse: "O Pai ama ao Filho e lhe mostra tudo o que faz ... Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer." João 5:20, 21; E noutra parte, disse: "Tudo é possível ao que crê," Marcos 9:23; — até mesmo ressuscitar os mortos!
Os ensinamentos de Jesus fornecem-nos a chave das capacidades ampliadas. Ensinam-nos que é através da humildade que compreendemos e utilizamos a habilidade ilimitada do homem como expressão da Mente. O Mestre sabia melhor do que qualquer outra pessoa que toda consciência verdadeira tem sua fonte em Deus, e que, à parte de seu Princípio divino, ele nada poderia fazer de si mesmo.
O ser concreto se evidencia através da bondade vivida nos pormenores de nossas vidas. É um ser concreto que tem de ser apresentado em amor, pureza e honestidade — no ato amável e desprendido, na integridade pura de um viver disciplinado e orientado pelo Princípio.
Isso feito, a realidade do ser vem gradualmente à luz, e nossas capacidades se desenvolvem de acordo com esse desdobramento. Nossa percepção adquire a convicção de que a Mente é Deus, em todos os casos e sob quaisquer circunstâncias, e que somos o reflexo inseparável do ser ilimitado de Deus. Alcançado este ponto, seremos capazes, tal como Jó, de dizer de Deus: "Se ele resolveu alguma coisa, quem o pode dissuadir? ... Ele cumprirá o que está ordenado a meu respeito." Jó 23:13, 14.
