Investigações nas profundezas do cosmos ... exploração dos grandes leitos e depressões do oceano ... radiotelescópios a perscrutar os objetos mais remotos de nossa galáxia ... o microscópio eletrônico a esquadrinhar pontos minúsculos da vida material. Investigações em profundidade são um conceito familiar hoje em dia. E em nosso exame das verdades do ser como estão reveladas na Ciência Cristã — um exame mais importante do que qualquer outro em que a humanidade possa empenhar-se — podemos fazer mais do que estar paralelos em profundidade e vigor com essas investigações materiais. A Ciência Cristã nos urge a fazê-lo e nos habilita a fazê-lo.
Podemos, mediante o sentido espiritual, investigar a verdadeira existência com mais perspicácia do que qualquer lente ou instrumento pode examinar a matéria e o espaço. E quando o fazemos surgem conseqüências práticas. Por meio da Ciência Cristã podemos estender nosso discernimento ao próprio núcleo de todas as coisas. Fazer isso é orar. Esse foi, no correr dos séculos, o método de pessoas que possuíam mente espiritualizada. Desse modo perceberam coisas que a outros passaram desapercebidas. Quando o rei da Síria pretendia destruir Eliseu, este orou para que seu servo pudesse estar tão consciente quanto ele da segurança de ambos. E a visão espiritual do jovem foi aprofundada. Também “ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” 2 Reis 6:17; — viu que ele e seu companheiro estavam seguros.
Os meios modernos de supercomunicação dão-nos acesso aos especialistas nos diversos campos e às conclusões de suas pesquisas. Este fato é muito valioso em si mesmo, contudo, deveria ser um estímulo para o pensar individual ao invés de lhe ser um sucedâneo.
O propósito deste periódico não é só o de consolar, iluminar e curar, mas também o de incentivar a oração individual e a pesquisa espiritual — a profunda investigação do Espírito infinito e de sua criação toda espiritual. A Sr.a Eddy aponta claramente o modo de progredir, quando escreve: “Quem mais avança na Ciência divina é aquele que mais medita acerca da infinita substância e inteligência espiritual.” Miscellaneous Writings, p. 309; Nenhuma outra pessoa pode fazer por nós a nossa profunda meditação. Quando a fizermos, não mais estaremos satisfeitos com qualquer deleite simplesmente momentâneo em deslizar sobre a superfície da Ciência da Vida.
A Ciência Cristã nos impele a olhar outra vez para as coisas que pensamos serem verdadeiras e reais a fim de nos assegurarmos se de fato o são. Exige que removamos a cortina das aparências físicas e lancemos um longo olhar por detrás dela. Quando em nossa vida as profundas verdades metafísicas da Ciência Cristã têm menos ênfase do que outras coisas, podemos precisar inquirir se estamos penetrando em sua revelação com suficiente afeição ou se estamos por demais satisfeitos com o seu invólucro e relacionamento exteriores — suas palavras e frases familiares, suas práticas religiosas, nossos amigos que pensam como nós.
O desafio é escavar o precioso minério da Verdade desde as próprias profundezas do ser espiritual. Esse é o modo pelo qual enriquecemos nossa espiritualidade. Nada pode substituir nossa própria prospecção e mineração dos ensinamentos da Ciência Cristã. Essa revelação é proveniente do profundo estudo e reflexão da Sr.a Eddy. Examinou ela profundamente a vida e a obra de Cristo Jesus. Examinou profundamente suas próprias experiências e seu pensamento. Avançou contra o revestimento da evidência dos sentidos que pretendia bloquear nossa visão da substância infinita do Espírito — e sua comprovação aqui e agora. Persistiu até poder afirmar: “Nenhuma evidência ante os sentidos materiais pode fechar meus olhos à prova científica de que Deus, o bem, é supremo.” ibid., p. 277; Ela não era uma pensadora superficial, nem nós nos podemos permitir a sê-lo.
Como estudantes da Ciência divina, que revela cabal e definitivamente a Deus e ao homem — toda realidade — nosso lema é: “Ir ao âmago da questão.” Devemos persistir em fazê-lo e não aceitar nada menos. O estudo e a ponderação são as ferramentas com as quais podemos descobrir os elementos do ser da Mente, que constituem nossa única identidade autêntica.
Nosso exame da Verdade divina deve estender-se do infinitésimo ao infinito, abrangendo toda a gama da realidade científica. A espiritualidade e a cura advêm disso. A satisfação, a visão, a previsão e o discernimento advêm disso. Nada pode substitui-lo. Nada pode retardar-nos de começar agora. Nada pode furtar-nos de seus frutos. Não contentes apenas com religiosidade, precisamos ampliar nossa espiritualidade. Nossa exploração mental profunda, no esforço de abranger o Tudo da Verdade, pede-nos tanta coragem, convicção e determinação quanta possuía Fernão de Magalhães ao circunavegar o globo — e asseverando que somos o homem completo de Deus, podemos demonstrar qualquer coisa que necessitamos.
Nossas oportunidades são irrestritas. Não há limites para o que podemos descobrir sobre as realidades do ser eterno. Nossa capacidade de apreendê-las está assegurada pelo Cristo, a manifestação de Deus que demonstra Sua presença e totalidade. Nenhum problema físico, nenhuma pretensão de insuficiência intelectual, nenhum argumento de incapacidade espiritual pode impedir-nos de encetar esse curso. Todas as desculpas que procuram nos deter, são afastadas quando escutamos o Cristo.
Indicando o alcance de nossas oportunidades, a Sr.a Eddy diz-nos, no livro-texto da Ciência Cristã: “A Mente insondável já está expressa. A profundidade, a largura, a altura, o poder, a majestade e a glória do Amor infinito enchem todo o espaço. Isso é o bastante! A linguagem humana só pode repetir uma parte infinitésima daquilo que existe.” Ciência e Saúde, p. 520.
Acaso é cedo demais para começarmos a provar a magnitude de Deus, o Amor? Não.