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“Queres ser curado ?”

[Original em alemão]

Da edição de maio de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


A pergunta que Jesus fez ao homem enfermo no tanque de Betesda: “Queres ser curado?” João 5:6; poderia facilmente surpreender-nos, uma vez que todos os esforços desse homem estavam evidentemente voltados para a cura. Era com essa finalidade que o enfermo se encontrava diariamente ao lado do tanque, o qual prometia curar aquele que primeiro nele entrasse quando a água se agitava.

Vale a pena examinar se a pergunta feita por Jesus é realmente tão surpreendente e se foi tão supérflua quanto parece à primeira vista. Não acontece, às vezes, que a Ciência Cristã é oferecida a uma pessoa enferma, e na aflição em que se encontra, essa pessoa a rejeita? O conceito dessa pessoa no que concerne à vida pode estar assentado em uma base material, e, embora os meios materiais não lhe tenham trazido cura, nem mesmo a prometam mais, é possível que a pessoa não se atreva a deixar a base material de vida e prosseguir em terreno desconhecido.

Ou pode ser que, sendo uma pessoa religiosa, creia que, se o fizer, perderá seu Deus. Assim sendo, prefere morrer nos braços de sua fé religiosa atual, embora esta lhe seja inútil. O desejo que tal pessoa tem de tornar-se sadia, obviamente não é suficiente para fazê-la abandonar seu conceito atual acerca da vida e sua fé na matéria, no caso de, na nova luz, serem estes vistos como inadequados.

A pergunta: “Queres ser curado?” tem de fato um significado enorme, não só para aquele que até agora nada sabe sobre a Ciência Cristã, mas para o próprio Cientista Cristão que esteja se defrontando com um problema físico. Deseja ele tornar-se sadio com seriedade suficiente para verificar se a atual base íntima de vida que possui está inteiramente de acordo com os ensinamentos da Ciência Cristã? Será que sua fé em Deus — como criador infinito e portanto único, que expressa Sua própria perfeição e bondade em todas as coisas — é suficientemente grande a ponto de impedi-lo de reconhecer como real a mais leve imperfeição?

Para algumas pessoas parece ser mais fácil suportar a doença do que negar com persistência a realidade dela e afirmar a onipresença da perfeição divina. Fazer isso, acham elas, pode estar além da capacidade atual que possuem. Não estão convencidas da necessidade de um reexame da atitude que mantêm a respeito de uma base espiritual de vida.

Quando fazem isso, acham que é preciso renunciar mais radicalmente ao conceito de uma existência material, se é que desejam aplicar com mais êxito a Ciência Cristã a algum problema. Isso decerto não é fácil. Requer muitíssima perseverança e amor à Causa da Ciência Cristã.

Por que motivo é preciso amor à Causa? O Cientista Cristão alistou-se para minorar o mal! Onde mais podemos começar senão conosco? Não deveríamos contentar-nos com uma solução parcial. É claro que não se pode forçar coisa alguma com vontade humana, mas não nos podemos permitir ser apáticos quanto a esforços honestos em busca de perfeição.

O consolo que obtemos ao declarar que a doença é uma crença falsa, não nos leva muito longe. A Sr.a Eddy tem a dizer o seguinte: “Encarar a doença como uma pretensão falsa é abater o medo que se lhe tem; mas isto não destrói a assim chamada realidade da Pretensão. A fim de sermos sadios, temos de ser insensíveis a qualquer pretensão do erro.” Unity of Good, p. 54;

Tal insensibilidade não se atinge sendo somente de relativo bom ânimo — simplesmente sendo esperançoso em época de boas perspectivas. Em outro livro, a Sr.a Eddy diz: “O homem é harmonioso quando governado pela Alma. Daí a importância de se compreender a verdade do ser, que revela as leis da existência espiritual.” Ciência e Saúde, p. 273;

As leis da existência espiritual são leis de Deus. Asseguram um curso perfeito e harmonioso em todas as fases de nosso reflexo da Vida, Deus. Na onipresença de Deus, o homem não tem existência em separado dEle, pois o homem existe como a expressão, a manifestação do Ser divino. Fazer, na consciência, admissão constante de fatos como esses, não é, para o Cientista Cristão, tarefa que exceda sua habilidade de fazê-lo. A pretensão de que seja uma tarefa excessiva é tão sem validade quanto a pretensão da própria doença, e pode ser negada com o mesmo vigor. Fazemos isso, reivindicando para nós mesmos a verdade de que Deus é não somente a Vida, mas também a Mente.

Para o Cientista Cristão, o desejo de ser sadio inclui muito mais do que um desejo compreensível de estar livre de dor e dificuldades. Nem mesmo a aspiração de exemplificar para os homens as verdades da Ciência Cristã é suficiente para tornar eficaz tal desejo, pois que, por meio dele, ainda estamos reconhecendo como real o quadro material, imperfeito, que se apresenta à humanidade.

Somente quando nosso único interesse é o de reconhecer a Deus como Espírito onipotente é que estamos em condições de abandonar o erro por ser ele irreal. Somente quando reconhecemos incondicionalmente a totalidade de Deus, e nos achamos cheios de gratidão sem limites por ela, é que a aparência material se torna irreal para nós. Então podemos nos elevar acima da aparência material e experimentar nossa liberdade, a qualidade eterna de nosso ser como manifestação de Deus.

Tal demonstração não somente abençoa aquele que foi curado por esse meio, mas também traz resultados que não podem ser avaliados desde logo. Mostra aos conhecidos dessa pessoa as possibilidades que existem. Estes se animam a dar o primeiro passo numa nova direção, encontram-se mais dispostos a responder afirmativamente à pergunta: “Queres ser curado?” e a aceitar os requisitos para tanto. A Sr.a Eddy escreve: “O mundo é lento em perceber o progresso individual; quando, porém, alcança o pensamento que o produziu, então está disposto a ser curado e não mais discute com o indivíduo.” Christian Healing, p. 8.

Com base em nossa compreensão demonstrada da realidade inviolável do ser, podemos, com a autoridade de Cristo Jesus, volver-nos ao próximo que sofre. E este, como o homem no tanque de Betesda, vai deixar tombar sua dependência íntima à matéria e “ser curado”.

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