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O amor cristão verdadeiro

Da edição de setembro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Cristo Jesus pacientemente preparou os discípulos para a tarefa de difundir seus ensinamentos entre a humanidade. “Eu vos farei pescadores de homens”1 foi um dos primeiros pronunciamentos que fez sobre o que iria caracterizar seus seguidores como dignos representantes de sua igreja. Em Ciência e Saúde a Sr.a Eddy escreve: “Jesus estabeleceu sua igreja e manteve sua missão sobre o fundamento espiritual da cura-pelo-Cristo. Ele ensinou a seus seguidores que a religião que apresentava tinha um Princípio divino, que expulsaria o erro e curaria tanto o doente como o pecador. Não pretendia ter inteligência, ação, nem vida separadas de Deus. Apesar da perseguição que isso lhe causava, usava seu poder divino para salvar os homens tanto corporal como espiritualmente.”2

O Mestre provou, com suas obras de amor e cura inspiradas por Deus, que seu Pai, ou Princípio divino, era a Vida, a Verdade e o Amor. Demonstrou o Cristo, o homem espiritual e perfeito, corporificando a natureza e o poder amorosos da divindade e incluindo, por reflexo, o universo do Espírito. Jesus exigia, como regra de conduta humana, que amássemos a Deus, o bem, supremamente, e ao próximo como a nós mesmos. De fato, amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo é a ordem natural do ser na Ciência divina. Deus é o responsável por criar a natureza divinamente amorosa do homem, pois a verdadeira consciência do homem é reflexo de Deus.

A lei do Amor, continuamente em ação no homem real ou espiritual, é a base da saúde, da harmonia e da imortalidade. À medida que é revelada na Ciência Cristã, a identidade espiritual do homem, as qualidades amorosas da verdadeira condição humana vêm à luz na experiência humana. Se parecerem surgir situações discordantes, ou não serem bem sucedidos os nossos esforços no sentido de atrair para nossa igreja o estranho, deveremos examinar bem o nosso pensamento a fim de certificar-nos se estamos obedecendo os dois grandes mandamentos sobre os quais repousa a prática eficaz do cristianismo científico.

Na Ciência Cristã, a Igreja, como idéia espiritual, é concebida e dada à luz divinamente, e essa idéia espiritual é a verdade acerca do que percebemos humanamente como a nossa igreja. Essa Igreja necessita ser edificada sobre a Rocha, Cristo — sobre a idéia espiritual de Deus e do homem à imagem e semelhança de Deus, e essa idéia espiritual salva, redime, aclara e abençoa.

Ao debater esse assunto com seus discípulos, Jesus pediu o testemunho deles, perguntando: “Quem diz o povo ser o Filho do homem?” (V. Mateus 16:13-18.) A Sr.a Eddy parafraseia essa pergunta em Ciência e Saúde, ao escrever: “Quem ou o que é que assim fica identificado com a expulsão dos males e a cura dos doentes?”3 Os discípulos responderam: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou algum dos profetas.” Jesus rejeitou essa resposta, indicando assim que nem a retidão moral de João Batista nem os vislumbres proféticos da Verdade contidos no Antigo Testamento são suficientes para. promover e estabelecer a idéia espiritual na consciência humana.

A retidão moral de João Batista não tinha de si mesma poder de atrair pessoas embora a obra desse pregador corajoso tivesse contribuído muitíssimo para preparar o pensamento humano para a gloriosa revelação do Cristo, a Verdade, a vinda do Messias. Parece que o dom de atrair pessoas se achava mais próximo do Mestre cristão, o qual, se bem que odiasse o pecado, ainda assim era conhecido como amigo de pecadores. É esse um ponto importante a relembrar quando estamos empenhados nas atividades da igreja e vamos ao encontro das pessoas de nossa comunidade.

Cristo Jesus manifestou seu amor, apesar de toda a resistência do mundo ao bem que ele revelava. Talvez seja exatamente nesse ponto que se nos torna necessário rededicar nossos esforços a fim de seguirmos mais de perto o exemplo do Mestre. Amamos os que parecem expressar menosprezo pelos padrões divinos que nos esforçamos por manter? Amamos os que fazem propaganda secreta ou declarada contra a forma democrática de governo? Não podemos escapar da obrigação de sentir amor até mesmo pelos que parecem ofender-nos com seus atos chocantes. Mas um falso conceito de superioridade moral, expresso numa atitude de justificação própria, frequentemente nos torna mais difícil pôr em prática o perdão, a compaixão e o amor cristão verdadeiro.

Em outras palavras, à medida que nossa tendência de moralizar se torna mais forte, nossas afeições compassivas e construtivas amiúde se tornam mais fracas. Pode-se dizer o mesmo acerca de nossas saudações corteses. Assim, uma interpretação estreita de moralidade com freqüência depõe involuntariamente alguma das armas mais persuasivas do arsenal cristão de Jesus: a boa vontade de saudar atentamente alguém ao entrar em sua casa, a boa vontade de esperar pela colheita antes de arrancar o joio, a boa vontade de compreender em maior profundidade por que as pessoas adotam sistemas que são prejudiciais a elas mesmas e a outras. É preciso ter cuidado com o que pensamos ser nosso ardor moral, se desejarmos conquistar o estranho para nossas igrejas. Lembremo-nos das palavras do Mestre: “Os sãos não precisam de médico, e, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não holocaustos; pois não vim chamar justos, e, sim, pecadores [ao arrependimento].”4

A não ser que exerçamos grande cortesia cristã em nossos esforços de promover os ensinamentos da Ciência Cristã e no que se refere a esses ensinamentos, será mais fácil despertarmos antagonismo do que obtermos anuência a eles. Como membros de A Igreja Mãe e de uma igreja filial é indispensável que apresentemos as obrigações e definições do cristianismo e da Ciência divina de um modo suficientemente interessante para que possam grangear o assentimento das pessoas. Jamais deveríamos permitir que um senso de superioridade moral ou um zelo despropositado por uma definição científica suplante nossa afeição, nosso profundo amor cristão por aqueles que desejamos alcançar com nossa mensagem. O apóstolo Tiago diz resumidamente em sua epístola: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo.”5

Já vimos que Jesus, na palestra com seus discípulos, rejeitou a opinião popular que o considerava uma espécie de médium. Insistiu no reconhecimento dos discípulos de que ele havia exposto o poder do Cristo, a idéia espiritual do Amor, em seu ministério. A Sr.a Eddy tece comentários a respeito, ao escrever: “No anseio de ser compreendido, o Mestre repetiu: «Mas vós, . . . quem dizeis que eu sou?»” E no parágrafo seguinte, acrescenta: “Com sua habitual impetuosidade, Simão respondeu por seus irmãos, e sua resposta expôs um grande fato: «Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo!» Isto é, o Messias é o que deste a conhecer — o Cristo, o espírito de Deus, da Verdade, da Vida e do Amor, que cura mentalmente.”6

A compreensão de Pedro de que a obra curativa do Mestre era a manifestação de Emanuel, ou “Deus conosco”, a manifestação do Cristo, a Verdade, sempre em ação, deu lugar a que Jesus dissesse: “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”

Aproximando-se o fim de seu ministério, Cristo Jesus revelou o propósito da obra de sua vida ao orar: “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que o Filho te glorifique a ti.”7 Ele conhecia a glória do Amor divino e dedicara sua vida à revelação da vontade do Pai. Jesus revelou o clímax de seus preceitos divinos na dádiva que deu aos discípulos, constante do novo mandamento de que deviam amar-se uns aos outros como ele os amou. Peçamos também nós a inspiração desse amor puro e altruísta para que ele possa caracterizar todas as nossas ações. Estaremos assim dedicando nossas vidas, nossos objetivos e nossas afeições a glorificar a Deus, o bem; então seremos verdadeiros seguidores de Cristo.

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