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O que compete ao jovem — ser um metafísico

Da edição de setembro de 1975 dO Arauto da Ciência Cristã


Qual é hoje o dever principal do jovem? É vencer tudo o que se opõe ao bem. Essa incumbência não é hoje mais difícil do que era no tempo de Cristo Jesus. Foi ela o trabalho do metafísico cristão sincero em todas as épocas. A história está repleta de casos de homens e mulheres que, por meio de idéias corretas, superaram o mal.

Na Ciência Cristã* consideramos o metafísico como um pensador que percebe que tudo é a Mente e suas formações. Ele parte da única causa mental, a Mente, a fim de destruir tudo o que se opõe ao bem. Para tal pensador, a matéria não é nem um inimigo, nem um remédio. Quando ele enfrenta dificuldades, preocupa-se apenas com a causa mental. Para esse pensador, a Mente divina é o criador, e a criação é a revelação das idéias da Mente. Uma vez que a Mente é Deus e Deus é o bem, a causa mental básica de toda criação tem de ser boa. Para ele, o mandamento é não ter outra causa além da Mente, nenhum outro efeito além daquele que expressa a inteligência da Mente.

Partindo deste ponto, o metafísico moderno não teme quando se defronta com o mal, por mais sutil, intrincada, ou agressiva a sua forma. Sem ter uma mente para propagá-lo ou temê-lo, o mal se desfaz. O metafísico está isento disso, e é isso o que lhe dá domínio. Tal pensador é cidadão útil. Não há limite para o seu progresso individual, pois a Mente e sua idéia não podem ser restringidas. Ele é necessário em nossas igrejas, no campo da educação, no governo, nos negócios, como profissional liberal, nas artes e nas ciências, no lar, em toda parte. Onde quer que ele esteja, o mundo é um lugar melhor.

Em resumo, o metafísico é um pensador correto, um pensador profundo, que traslada para a evidência espiritual original o que quer que os sentidos materiais percebam. Insiste, em oração, na realidade do reino espiritual e na irrealidade do material. Tal oração tem um efeito transformador sobre sua existência humana, ajudando-o a libertá-la do pecado, da doença e da limitação.

Como é que o jovem desenvolve sua habilidade como metafísico? Pela prática. Suponhamos que ele se defronte com o argumento: “Você não sabe quem você é.” Eis a injeção da dúvida e do medo que perturba o domínio do estudante sobre suas insuficiências pessoais, seus defeitos e desvantagens. O estudante começa a pensar que não passa de um mortal limitado. Ao metafísico cumpre rejeitar essas falsas sugestões e pôr em prática a sua identidade dada por Deus, sua capacidade de ter idéias corretas obtidas por reflexo, sua filiação em Cristo, a Verdade. E assim ele liberta-se das limitações impostas pela mentalidade carnal.

Para o metafísico, a identidade do homem é a idéia composta que expressa a Mente. É a união harmoniosa de percepção, inteligência, alegria, pureza, amor, beleza, vigor, justiça e outras qualidades e faculdades espirituais. A individualização desses elementos, que são expressões do poder de Deus, constitui a única identidade real dos filhos de Deus. Esta identidade é permanente. Não pode ser perdida, estar decaída, ser insuficiente, estar doente, ser pecadora, maltratada, condenada, ou pressionada.

Quando o metafísico encontra expressões impróprias de personalidade em si mesmo ou naqueles à sua volta, recorre imediatamente ao reino da Mente de onde emana toda causa mental real. Uma vez que não há outra fonte de idéias além da Mente, a identidade só pode incluir idéias corretas. Para o metafísico cristãmente científico, o conjunto de moléculas de matéria chamado cérebro, não é o berço da inteligência. Deus, a Mente que o bem, é tal berço. E o homem reflete esta Mente.

Isto quer dizer que não há uma identidade errada “lá fora” a perturbar-nos, nem uma identidade imprópria que esteja “aqui dentro” e seja inadequada para enfrentar o mal. Existe apenas a identidade que individualiza o poder de Deus e que projeta o amor, a sabedoria e a justiça de Deus. O jovem metafísico, por reconhecer o controle da Mente sobre sua própria consciência, exerce domínio sobre o mal “lá fora” e “aqui dentro”. Daí resultam ordem e harmonia em suas relações com os pais, os professores, os colegas, os amigos e os incontáveis indivíduos a que chamamos gente.

Existem outras maneiras de desenvolver nossa habilidade como metafísicos. Por exemplo, há esta queixa tão comum que aborrece os jovens: “Talvez você não encontre seu lugar certo.” Os jovens muitas vezes se afligem buscando encontrar os cursos certos, a profissão certa, o caminho para o sucesso, a satisfação e as realizações. Esperam que o serviço militar ou outras demoras não lhes impeçam o progresso pessoal. Devemos condená-los por serem egocêntricos? Não. Mas Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, escreve em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “O andardes menos «ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber»; o terdes menos cuidados «pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir», fará pela saúde da nova geração muito mais do que sonhais.”1

O jovem encontra o caminho quando descobre que o reino do céu está realmente dentro em nós, como Jesus disse. Quando procuramos este reino em primeiro lugar, todas as nossas necessidades humanas são supridas, e nosso Mestre nos lembrou disto usando o exemplo dos lírios, que não trabalham. Este reino interno, ou consciência do poder da Mente divina, nos diz claramente quem está no controle. Em vez de ter de percorrer o caminho a sós, de submeter-se a situações perigosas, ou de depender de pessoas, o jovem de hoje tem melhores oportunidades. Pode exceder as gerações antigas na demonstração de ordem, harmonia, orientação e progresso que advêm-nos quando reconhecemos que a Mente, e não a matéria, é a causa primária orientadora da criação.

As dores do sentido — o desespero, o desânimo, o tédio, o medo, a insegurança — que desencaminham o jovem e o levam a extremos de conduta e atitude, provêm da ignorância. O metafísico sabe que a Mente, não a matéria, orienta cada idéia, sustenta-a e a supre de originalidade e poder. Nenhuma idéia escapa do reino ou controle da Mente. Nenhuma outra causa mental classifica ou diversifica as idéias que constituem a individualidade do homem. É um alívio para o jovem saber que o poder que orienta sua vida é um poder vivo e inteligente. Por isso, temos o poder necessário para encontrar nosso nicho certo, pois expressamos a inteligência, a ordem, a percepção, a força, a retidão e outras faculdades da Mente que nos mostram o caminho.

Para o metafísico, o lugar certo tem uma conotação mental em vez de física. Quer dizer estar onde a Mente está. É saber que a Mente é a criadora de idéias, não de ilusões; que a Mente forma modelos perfeitos do pensamento e não ilusões imperfeitas do sentido, que confundem, desorientam e assustam. E assim, o jovem atento descobre dentro de sua consciência a presença de intuições corretas, idéias de Deus, que o guiam na direção certa, pondo-o “no esconderijo do Altíssimo”2, onde não existe poder que se oponha ao bem.

Há ainda outra maneira pela qual o jovem pode desenvolver as capacidades de metafísico. Tratar da sugestão, de que “as pessoas não se entendem bem”. Problemas de relações humanas que envolvem pais, professores e amigos, bem como problemas matrimoniais, de igreja, em assuntos sociais, econômicos e internacionais, muitas vezes surgem de atitudes sobremodo críticas em relação ao próximo. O sentido pessoal acusa falsamente — presume uma mentira acerca do homem. Enxerga o homem mortal, não o imortal. O jovem metafísico deve estar alerta para superar as influências mentais internas e externas que possam incitar o ódio ou provocar atitudes de limitação em relação a qualquer indivíduo ou grupo de pessoas.

A tarefa espiritual que lhe compete, é a de compreender que o magnetismo animal não pode insinuar pensamentos .errôneos na Mente de Cristo, assim como a ignorância não pode invadir a inteligência e as trevas não podem se aproximar da luz. O ciclo tranqüilo e suave da Verdade que fala a toda consciência não pode ser degradado pelo sentido pessoal. Pelo contrário, por expressarmos a Mente de Cristo destruímos o quadro de discórdia e doença. No caso em que Jesus curou a mão mirrada, a Verdade dissipou o erro assim como o sol da manhã desfaz a mais negra noite. E o mandamento do metafísico é: não terás nenhuma outra Mente!

Ao Cientista Cristão cumpre reconhecer que as identidades criadas pela Mente são perfeitas e infalíves. Ele sabe que os dizeres do sentido material que mencionam o erro como um fato e descrevem o homem como um pecador, não são as verdades divinas da criação. Esse zunzum do erro provém da crença de que a mente está na matéria. Para o pensador cristãmente científico isso é apenas um recital de falsidade e ilusão a ser dissolvido pela inteligência divina. Cristo Jesus falou energicamente desse oposto da consciência espiritualizada e o chamou de adversário da humanidade ou o diabo.

A juventude de hoje talvez possa fazer um melhor trabalho de restauração da ordem e da harmonia nas relações humanas inamistosas do que qualquer geração precedente, porque a Ciência Cristã lhe fornece mais ferramentas para esse trabalho.

Há outras formas por meio das quais o jovem torna-se um metafísico e vence a crença num poder contrário a Deus. O que faz o jovem pensador com a sugestão de que “o padrão da Ciência Cristã é alto demais para mim”? Ele ouve informações sensacionais sobre o declínio da moral e da conduta dos jovens. Se aceitar o argumento de que ele e sua geração estão afundando cada vez mais na lama, lhe será muito difícil curar a situação.

Ao jovem metafísico compete reconhecer que a verdadeira criação não pode estar em declínio, porque o criador é invariavél. O homem à semelhança de Deus sempre foi perfeito e sempre o será. Isso significa que não há geração adulta para ser o acusador ou a causa da deterioração e não há geração jovem decadente. A criação não perdeu o poder espiritual, a presença da Vida, a semelhança da Verdade. Este poder, presença e semelhança é o mesmo, ontem, hoje e para sempre. O jovem pensador se fortalece no momento em que compreende que o poder do bem não pode cair num estado inferior chamado o mal. Estamos falando do poder espiritual do bem, Deus a revelar-Se, e do homem que individualiza o poder do bem. Não nos estamos referindo a um sentido pessoal falso de bem que, como o sentido humano de vida, está aqui hoje e amanhã se foi.

Através de identificação consagrada com o poder de Deus, o bem impessoal e espiritual, o pensador passa a considerar-se expressão do ser de Deus. Se o faz com persistência e clareza, liberta-se dos males que o prendem ao passado, lhe obscurecem o presente, ou ameaçam o futuro.

O padrão do Princípio não é mais alto hoje do que em tempo algum. Os homens não estão mais distanciados dele do que acreditam estar, independente de raça, cor, credo, nacionalidade ou idade. “Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, ao ponto de sermos chamados filhos de Deus”3, escreveu João, e a seguir diz que somos Seus filhos agora. Pelo amor do Pai, o padrão da perfeição, ou o bem sem oposição, está dentro de nosso alcance. Isso significa que o jovem pode demonstrar que o relacionamento entre o homem e o bem é indestrutível na Ciência. O que Deus fez nunca é menos do que bom. Qualquer outra coisa é apenas o adversário, o diabo, ou o sonho adâmico, que o metafísico se recusa a honrar.

Resumindo, o jovem tem um excitante desafio, que torna a vida na terra interessante, gratificante e variada. É o de aplicar as regras da Ciência a tudo o que os sentidos materiais informam como sendo limitação, frustração e obstrução do bem. Ser metafísico é colocar o fato espiritual de que não há oposição a Deus, o bem, exatamente ali onde o mal reclama estar. O jovem pensador que fizer isso mudará o mundo. E andará na companhia dos grandes pensadores de todas as épocas.

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