Os jovens fazem com frequência perguntas diretas a respeito da vida e da conduta. Anseiam por respostas diretas.
Na Bíblia e em Ciência e Saúde de autoria da Sr.a Eddy, o pai ou a mãe, que é estudante da Ciência Cristã, encontra respostas definitivas a tais perguntas, inclusive àquelas a respeito do fumo, do álcool, da moralidade e de drogas. Esses são assuntos que muitas pessoas consideram relativos, nem sempre se prestando a respostas simples como um sim ou um não.
Tem o Cientista Cristão a responsabilidade especial de dar respostas definidas a tais perguntas, no caso de algum membro da família não pertencer à mesma religião? Como podemos dizer aos jovens o que deve ou não deve ser feito em uma vida inspirada, sem correr o risco de pôr em luz desfavorável aquelas pessoas cujo sistema de vida não está em conformidade com os padrões que desejamos inculcar?
A resposta reside na própria natureza da pergunta. O coração do cristianismo é o amor. O amor a Deus e ao homem é o fundamento sobre o qual se baseiam os ensinamentos da Ciência Cristã.
Sabendo isso, o Cientista Cristão olhará além da aparência exterior das coisas, isto é, para a espiritualidade do ser. Procurará dizer a verdade, abençoar somente, e jamais buscará apenas julgar ou coagir. Para ajudar seus filhos a viver como verdadeiros cristãos, o Cientista Cristão lhes ensina a bondade e a imparcialidade de Deus. Aceita alegremente a oportunidade de fazer de seu lar a prova palpável da universalidade do amor de Deus.
Como Deus não conhece pecado nem pecadores — e Deus, o Espírito, constitui todo o ser — o homem, o reflexo de Deus, tampouco os vê ou os inclui. A bondade, a pureza e o amor de Deus se expressam no homem. Qualquer característica dessemelhante de Sua perfeição — como por exemplo, a crítica mordaz, os maus hábitos, a intolerância ou a indiferença — não passa de falsa declaração a respeito do homem feito à imagem e semelhança de Deus. Não passa de inversão temporal daquilo que é verdade a respeito do homem real, o qual é espiritual e imortal.
Uma vez compreendida a diferença entre o ponto de vista verdadeiro e o falso, o lar não está dividido em facções, mas sim reflete, em certo grau, a família de Deus, harmoniosa, unida, e formada unicamente por filhos de Deus, idéias espirituais e perfeitas.
Os pais não precisam ter receio de tomar posição a favor daquilo que sabem ser o bem mais elevado. Podem firmemente compartilhar da verdade como a entendem. Qualquer resposta evasiva a perguntas sobre comportamento, pode ser interpretada pelos jovens como consentimento tácito, não importa quão delicadamente tenha sido dada para não ofender os outros. Tais evasivas carecem da honestidade e da convicção que os jovens querem sentir. Dizer: “Fulano pode fazer isso, mas você não”, deixa margem para esta eventual conclusão: “O que é bom para Fulano, é bom para mim.” É preciso guiar os jovens com amor.
A harmonia na família será mais segura se resultar da vivência em comum do respeito e da tolerância mútuos, sendo os direitos de cada um reconhecidos e exercidos com bondade e cortesia. A calma superficial no lar, encobrindo um ressentimento não manifesto, é contrafacção da harmonia que não traz felicidade real a ninguém.
Ao ensinar aos jovens que a promiscuidade, o álcool, o fumo, e a droga, não desempenham papel legítimo na experiência humana, podemos falar com confiança, embora com caridade. Se alguém retruca: “Muitos parecem deleitar-se nessas coisas”, podemos fazer ressaltar o fato de que o libertar-se do hábito de depender da máteria para conseguir felicidade, traz consigo paz de espírito, melhor saúde, e uma consciência mais aguçada acerca da verdadeira identidade.
Por ironia, é exatamente a procura dessas coisas o que freqüentemente leva as pessoas a descerem o falso caminho da experimentação e motiva a condescendência com relação ao materialismo. É importante alertar os jovens para o fato evidente de que a condescendência para com os maus hábitos somente leva de mal a pior. Até que a pessoa desista de procurar satisfação nas coisas materiais, e aprenda a procurar somente a fonte espiritual de todo bem, ela jamais encontrará a felicidade que procura.
Em Ciência e Saúde, a Sr.a Eddy escreve: “Muitos estão dispostos a abrir os olhos dos homens para o poder do bem que reside na Mente divina, mas não estão tão dispostos a apontar o mal no pensamento humano e expor os ocultos métodos mentais do mal para praticar a iniquidade.” Mais adiante, ela diz: “Foge ao mal, e qualifica de mordomos infiéis aqueles que viram o perigo e no entanto nenhuma advertência fizeram.” Ciência e Saúde, pp. 570–571;
O evangelho, ou as boas novas do poder e da alegria do Cristo, que os Cientistas Cristãos anseiam por partilhar com seus filhos, é a descoberta de que encontramos paz, saúde e verdadeira identidade (filiação com o Pai) quando cessamos de procurar satisfação na matéria e a encontramos no Espírito. Esta é uma razão fundamental para encorajar os jovens a absterem-se da condescendência material, mesmo quando a maioria ao redor deles se preocupa com ela.
O que fazer porém, se o jovem levanta a questão: “Só porque você não bebe, não fuma e não toma drogas, você se julga melhor do que os outros que fazem essas coisas?” Em outras palavras: “Está você se constituindo em juiz dos outros?”
A resposta é logicamente: “Não.” Cristo Jesus disse: “Não julgeis, para que não sejais julgados.” Mateus 7:1; E ele uma vez repreendeu um homem por dirigir-se a ele dizendo: “Bom Mestre.” Jesus perguntou: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão um só, que é Deus.” Marcos 10:17, 18; Se todo o bem provém de Deus, como pode alguém julgar-se melhor que outrem? E não é somente importante o que a pessoa não faz, mas também o que ela faz. Jesus disse: “Não é o que entra pela boca o que contamina o homem, mas o que sai da boca, isto sim, contamina o homem.” Mateus 15:11;
Quando os pais, que estão educando seus filhos na Ciência Cristã, ensinam o que deve e o que não deve ser feito no viver humano, podem ter o cuidado de incluir o padrão de referência de Jesus, esse padrão universal e inspirado. Isso tirará o peso do julgamento das costas daqueles membros da família que ainda não conseguiram libertar-se de certas limitações materiais, bem como alertará a todos contra o perigo de tornarem-se mesquinhos ou presunçosos.
A Ciência Cristã nos ensina a olhar além das aparências mortais, e a procurar e amar a verdadeira identidade espiritual de cada um. Eliminando a materialidade do nosso próprio pensamento, abrimos o caminho para vermos os outros em um sentido mais puro. Se alguns jovens recalcitrarem, achando tais padrões por demais elevados, eles mudarão de idéia quando entenderem que o dizer não às tentações materiais protege, na realidade, seus talentos espirituais. Previne, de fato, contra a poluição mental e habilita-os a ver de modo mais construtivo e verdadeiro, isto é, mais espiritualmente. Nem o egoísmo nem a justificação-própria, mas sim a boa vontade e o amor para com todos, são os motivos que impelem a pessoa a uma purificação do próprio sistema de vida.
É aconselhável lembrar que nem o pai, nem a mãe, fazem os filhos crescer. Só têm de deixar que cresçam. Não têm de legitimar ou desculpar o comportamento do mundo, nem racionalizar o pecado. Deus está sempre governando.
Ninguém precisa se esforçar para que a Verdade se torne verdadeira. Ela já é verdadeira. Em essência, a tarefa que nos compete é a de abrir a mente e o coração para recebê-la e aceitá-la. Ensinar os jovens a avaliar o que eles vêem, em termos de realidade espiritual, faz muito mais para o seu crescimento do que o policiamento de sua conduta ou a doutrinação do “faz isso” e “não faz aquilo”.
A oração guia ao encontro das respostas certas para perguntas difíceis, e traz a paciência necessária para deixar que os jovens elaborem suas próprias respostas. Uma confiança implícita no controle de Deus ajuda os pais a entender que, quanto mais cedo se livrarem da necessidade mental de controlar seus filhos, tanto mais cedo os jovens serão corretamente autogovernados.
Criar filhos em um ambiente onde haja poucos ou talvez nenhum outro Cientista Cristão pode ser conseguido com sucesso. Pode ser feito sem atritos ou compromissos morais, sem dedos em riste.
A Sr.a Eddy diz: “Cada dia exige de nós provas mais elevadas, em vez de profissões do poder cristão.” E no mesmo parágrafo acrescenta: “Eis aí um elemento de progresso, e o progresso é a lei de Deus, lei que exige de nós apenas aquilo que com certeza podemos cumprir.” Ciência e Saúde, p. 233.
É em conformidade com essa lei de Deus que os jovens podem receber respostas diretas a suas perguntas a respeito da vida, e podem assim conseguir o entendimento que os ajudará a perceber seu glorioso lugar no seio da família do Pai-Mãe Deus.
