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Como tornar feliz o casamento

Da edição de maio de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Uma pessoa solteira às vezes tem a impressão de não ser necessária ou querida. Deseja casar-se a fim de poder partilhar com outra pessoa aquilo que já é seu, e para ser amada e querida por alguém. Por outro lado, uma pessoa casada pode ser igualmente infeliz ou ainda mais. Pode achar que não está recebendo dessa união o que havia esperado receber de alguém por quem devotasse amor e de quem seria amado.

O número de divórcios aumenta a cada ano, em muitos países. Torna-se evidente, pois, que o casamento, por si só, nem sempre é o caminho que conduz à felicidade. Muitas vezes é ele o caminho para a infelicidade. É importante reconhecermos que precisamos compreender nosso eterno e perfeito relacionamento com Deus, pois somos expressão espiritual Sua. Na proporção em que estamos conscientes de nossa união com Ele e refletimos Suas qualidades, temos a base para a harmonia em nossas relações humanas. No entanto, quando buscamos encontrar nas pessoas o que deveríamos buscar em Deus, é comum surgir a discórdia e o desapontamento. Em Retrospecção e Introspecção a Sr.a Eddy nos proporciona algumas afirmações tranqüilizadoras: “As sombras terrenais servem ao propósito do céu de purificar os afetos, repreender a consciência humana, fazê-la voltar-se com satisfação de um sentido material e falso de vida e felicidade, para a alegria espiritual e a apreciação verdadeira do ser.

“O despertar que nos eleva acima da noção errônea de que haja vida, substância e mente na matéria, é ainda imperfeito; mas bendigo a Deus pelas claras e inesquecíveis lições do Amor, que conduzem a esse resultado.” Ret., p. 21;

Um jovem, que estava planejando casar-se, perguntou-se: “Será possível a duas pessoas que se amam escalar juntas a montanha? Em muitos casamentos uma já se encontra na montanha enquanto que a outra persiste em rodeá-la apenas.”

Nem sempre duas pessoas encaram a mesma coisa sob o mesmo ponto de vista ou têm a mesma opinião. Tampouco lêem invariavelmente o mesmo trecho e dele obtêm a mesma inspiração. Nem sempre duas pessoas têm os mesmos amigos ou gostam dos mesmos divertimentos. Por terem formação diversa, por terem presenciado diferentes exemplos de casamento, e por terem tido amizades e atividades bem diferentes, podem ser totalmente diferentes em suas necessidades e temores, suas metas e prazeres.

Para tornarmos esse relacionamento degraus a novas alturas espirituais, é necessário que amemos e pratiquemos as verdades acerca do verdadeiro ser. Pode ser que alguém não consiga levar seu companheiro até o topo da montanha, mas está ciente de que, apesar de seguir à frente, lhe é possível guiá-lo, encorajá-lo e abençoá-lo devido ao que já viu e já sabe.

Se acreditarmos que, fundamentalmente, estamos tentando unir duas pessoas e mantê-las unidas, teremos uma sensação de desunião. As diferenças se destacarão. Daí surgirão as tensões, a insatisfação e a frustração. Podemos, no entanto, volvermo-nos do conceito finito e limitado de pessoa para a compreensão da verdadeira identidade de cada indivíduo como a idéia perfeita e espiritual da Mente, Deus. E podemos nos dedicar a saber mais a respeito do que cada um está recebendo de Deus, e o que cada um está verdadeiramente transmitindo aos outros devido à sua união com Deus. Assim, o casamento torna-se mais harmonioso e abençoado.

Uma jovem esposa disse que não gostava de pedir dinheiro a seu marido, ou de recebê-lo dele, pois antes do casamento sempre fora financeiramente independente. Perguntou a um praticista da Ciência Cristã como poderia dar maior apoio metafísico a seu marido, que estava enfrentando grandes desafios em sua carreira. A jovem senhora gostaria de saber como orar quando o visse apreensivo, sob pressão, tenso e cansado. “Por que você não quer aceitar o apoio que ele lhe pode dar, com a mesma dignidade e gratidão que ele está recebendo o seu?” perguntou o praticista.

A jovem senhora sentiu-se aliviada e maravilhada. Compreendeu com mais clareza que ambos realmente partilhavam de um relacionamento onde havia reciprocidade.

Quando nos esforçamos por adquirir uma compreensão melhor das qualidades e idéias espirituais que recebemos de Deus, e o que temos para dar das dádivas divinas, e quando percebemos com mais clareza que o marido e a esposa têm a mesma capacidade de receber e dar, o relacionamento torna-se mais recíproco, cada um suprindo a necessidade do outro.

É provável que tenhamos de cessar de procurar numa determinada pessoa o marido ou a esposa “ideal” e começar a compreender que o ideal precisa ser formado em nosso próprio pensamento pelas verdades espirituais que estamos afirmando acerca do homem. Quando os sentidos físicos atestam haver ausência de bem, ao invés de orarmos para que a outra pessoa se modifique, será preferível orarmos para que nos tornemos melhores transparências aos raios da Verdade, que regeneram, iluminam, inspiram e curam. Passar horas estudando a verdade acerca do homem e de sua imutável filiação com Deus e depois ficar à espreita para ver se a pessoa mudou — não é acalentar alguém e projetar luz em seu caminho ascendente.

Olhar para além do homem físico e deixar que nosso sentido espiritual nos diga o que o homem verdadeiro, a manifestação de Deus, inclui, fortalece o casamento. Mostrando a diferença entre a natureza humana e a nossa identidade imortal e real como a descendência completa e espiritual do Espírito, Cristo Jesus disse: “Os filhos deste mundo casam-se e dão se em casamento; mas os que são havidos por dignos de alcançar a era vindoura e a ressurreição dentre os mortos, não casam nem se dão em casamento.” Lucas 20:34, 35; “Os filhos deste mundo” que se casam motivados pelo desejo de abençoar e estão decididos a honrar e manter os votos feitos, podem orar para que seu relacionamento se eleve acima daquilo que seja discordante ou provenha do sentido pessoal, e poderão provar a filiação divina de cada um dos cônjuges.

Se alguém casa por motivos egoístas — deixando-se levar por pressões tais como idade, insegurança econômica, ou a necessidade de livrar-se de uma situação infeliz — é muito provável que seu casamento não venha a ser uma união abençoada por Deus. Seria desonesto alguém desejar esconder uma aberração sexual tentando apresentar-se sob o escudo de um relacionamento “normal”; essa união estaria provavelmente fadada a um final infeliz. Em tais casos há necessidade de um despertar espiritual e a purificação de motivos e desejos antes de poder haver um casamento capaz de abençoar e ajudar os cônjuges na vereda do Espírito.

A Sr.a Eddy define “ressurreição” como “espiritualização do pensamento; uma idéia nova e mais elevada da imortalidade, ou existência espiritual; a capitulação da crença material ante a compreensão espiritual” Ciência e Saúde, p. 593.. Quer sejamos felizes no casamento, ou infelizes, quer sejamos solteiros e estejamos desejosos de casar, ou solteiros e não desejando casar, precisamos nos esforçar para “ressurgir” a nós mesmos do conceito ilusório e pessoal acerca de nós mesmos e dos outros. Precisamos espiritualizar nosso pensamento até que possamos sentir a presença das qualidades harmoniosas e permanentes de Deus. Precisamos nos despojar de todo e qualquer conceito limitado de felicidade — a crença de que a felicidade seja proporcionada por pessoas ou subtraída por pessoas.

Podemos nos alegrar pelo fato de que a felicidade pertence a todos porque Deus está satisfeito com Sua criação e a alegria é universalmente expressa no homem.


Bem-aventurado aquele que tem
o Deus de Jacó por seu auxílio,
cuja esperança está no Senhor seu Deus.

Salmos 146:5

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