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Um não peremptório

Da edição de maio de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


Um acontecimento mortal é uma crença efêmera e ilusória. Passa-se na consciência mortal, porque a existência mortal é um estado de consciência ou, pelo menos, assim parece ser. Mas, realmente, Deus é Vida, e tudo o que é real acontece nEle, na consciência divina. Quando em nosso presente conceito de vida há discórdia, isso é um escárneo à verdadeira criação e uma insinuação agressiva de que na criação de Deus exista algo além da harmonia. Mas, na verdadeira criação, a harmonia inclui a tudo.

O Princípio divino, Deus, é concordante, e podemos demonstrar esse Princípio, mediante a Ciência Cristã, nos nossos afazeres diários. Certa ocasião, acordei precisando tratar de uma curiosidade mórbida. Isto foi um exemplo de como um erro insidioso pode ser enfrentado e anulado.

De repente, encontrei-me na janela a olhar um acidente. Nós morávamos em uma esquina onde freqüentemente algum motorista impaciente resolvia dobrar à esquerda, no cruzamento, frente a um carro que se aproximava. Ao ouvir novamente o ranger de freios e a batida, a curiosidade me levou a olhar. Desobedecendo a tudo o que já compreendia da Ciência Cristã, eu deixei de proteger meu pensamento contra a investida da discórdia. Estava na hora de inverter tal apatia.

Tomei as concordâncias da Bíblia e dos escritos de autoria da Sr.a Eddy e me sentei para um período de pesquisa. Com a seguinte asserção, o livro do Pregador, ou Eclesiastes, me fez recordar o controle divino: “Deveras me apliquei a todas estas cousas para entender tudo isto: que os justos e os sábios, e os seus feitos, estão nas mãos de Deus.” Ecles. 9:1; Raciocinei que por haver Deus, a Mente divina, feito tudo, o homem, na realidade, é a expressão individual da sabedoria divina, e, portanto, tem o poder de expressar essas qualidades em decisões acertadas. A impaciência e o julgamento deficiente não conseguem motivar ninguém. Entretanto, um bom julgamento deve incluir a atenção apropriada ao veículo, de tal forma que não haja oportunidade para falhas mecânicas.

A seguir, encontrei esta afirmação da Sr.a Eddy em seu livro Ciência e Saúde: “Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal dessa crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.

“Sob a Providência divina não pode haver acidentes, porquanto na perfeição não há lugar para a imperfeição.” Ciência e Saúde, p. 424; Aí encontra-se a autoridade de minha compreensão de que o poder de Deus governa cada movimento de cada indivíduo. Ao ponderar essas verdades e a elas aderir, percebi que, sob a lei divina, nenhuma idéia interfere com outra ou é desalojada por outra. Portanto, a humanidade pode demonstrar harmonia contínua. Quando outra vez ouvi o ranger dos freios, reagi com um vigoroso Não. Mas, a sustentar esse Não, havia o Sim do governo divino. Desde que aprendi que “na perfeição não há lugar para a imperfeição”, não tive mais razão de correr à janela. Eu sabia que tudo estava bem. Segundo entendo, não houve mais acidentes perturbadores naquela esquina. Além do mais, meu pensamento ainda diz Não, instantaneamente, toda vez que ouço uma sirena ou o rangido de uma freada brusca.

O pensamento científico pode ser aplicado a qualquer experiência humana. O estudo e a prática da Ciência Cristã exigem esforços diários para regenerar o pensamento mortal, inundando-o de verdades espirituais. Parte desse trabalho é semelhante ao de estirpar ervas daninhas. É importante reconhecer os pensamentos que não estão de acordo com o bem fundamental. Quanto mais aprendemos a respeito do Cristo, a Verdade, melhor detectamos a falsidade. Um elemento importante desse detectar mental e da rejeição de qualquer crença que nos seja imposta, é o desejo de livrar-nos de tudo aquilo que não faz parte do todo harmonioso. Algumas vezes isso é fácil, especialmente se o nosso pensamento errôneo nos leva a sentir dor. Mas, se não vemos nada de errado em pensamentos frívolos, tais como os de curiosidade e os mexericos, e pensamos deleitar-nos na excitação causada por circunstâncias infelizes, talvez não estejamos preparados para rejeitá-los.

O desejo de que tudo seja bom, sem o necessário reconhecimento de que no reino humano o mal parece levar a cabo os seus propósitos, pode ser um tropeço ao progresso espiritual. Esse modo errôneo de pensar faz-nos ver apenas o que é verdadeiro, sem que a falsidade seja negada. Isto é semelhante a fazer uma sementeira e ignorar as pedras e as raízes profundas das ervas daninhas que irão impedir a maturação. Pode parecer que a mente mortal nos envie tentações. Mas um Não vigoroso é um ataque viril contra a crença de que condições estejam se desenvolvendo. O conhecimento para dar apoio a tal negativa é: visto que Deus é Tudo em tudo, não há, em essência, poder no mal que possa promover-se, nem causar discórdia. No processo da espiritualização do pensamento, devemos trabalhar para expulsar cada elemento que possa atuar como ímã para atrair qualquer sugestão mortal; então nos libertaremos progressivamente de suas exigências e castigos.

Quando aceitamos a Sr.a Eddy como Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, e nos identificamos como Cientistas Cristãos, somos obrigados a obedecer sua revelação. A Sr.a Eddy aprendeu, por experiência pessoal, a necessidade de ensinar seus estudantes como defender-se do mal e como o destruir, além de afirmar as verdades espirituais. Ela nos ensina a negar o que é negativo ao demonstrar o positivo. Escreve ela: “No tranqüilo santuário das aspirações sinceras, precisamos negar o pecado e afirmar que Deus é Tudo.” ibid., p. 15; E também afirma: “Negar as pretensões da matéria é um grande passo em direção às alegrias do Espírito, à liberdade humana e ao triunfo final sobre o corpo.” ibid., p. 242;

O Não, por si só, não cura. Mas quando o pensamento está imbuído da verdade do ser, um firme Não unido à consciência da realidade eterna da harmonia, pode deter uma ação inarmoniosa e, freqüentemente, o faz de imediato. Essa atitude decisiva domina a situação, roubando ao erro a oportunidade de tentar constituir-se num poder; ela põe o pensamento instantaneamente nos seus devidos trilhos, ao negar o erro, e dessa forma abre caminho para o que é verdadeiro. Essa negativa corta de todo a tendência de ser curioso acerca do quadro mortal e coloca a consciência ao nível de Deus, a Mente divina. Nós podemos pensar a partir do ponto de vista divino, em vez de a partir de uma tentativa de nos aproximarmos dEle a uma tímida distância. Então veremos o Cristo em ação nos afazeres humanos, porque na realidade não há nada presente a não ser o bem sempre poderoso.

Cônscios de nossa união com o Princípio amoroso, que cuida de toda necessidade humana, permanecemos na confortadora mensagem de Deus: “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador.” Isaías 43:11. Na medida em que essa verdade vital é espiritualmente mantida, também nós podemos instantaneamente retrucar a todo erro com um Não peremptório, o que significa em essência: “Você não existe, quer como mente, substância ou poder. Eu sei que Deus é Tudo.” Com essa força de percepção, nós estamos prontos para receber as bênçãos da harmonia percebida e comprovada.

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