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Democracia essencial

Da edição de julho de 1976 dO Arauto da Ciência Cristã


A democracia praticada em qualquer filial da Igreja de Cristo, Cientista, impõe exigências especiais aos seus membros. A regra mais importante do procedimento democrático permite à maioria decidir pelo voto o que será posto em ação e nela se acha implícito que a minoria dará apoio ao que foi decidido, fazendo então causa comum. Os Cientistas Cristãos obedecem essa regra, mas lhe dão uma importância exagerada.

Ao falar no que chama de “a Carta Magna da Ciência Cristã”, a Sr.a Eddy escreve: “Seu governo, essencialmente democrático, é administrado pelo consentimento comum dos governados, no qual e pelo qual o homem, governado por seu Criador, é autogovernado.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 247;

Cristo Jesus deu o exemplo perfeito desse autogoverno governado por Deus. Disse, acerca de seu relacionamento com o Pai: “Eu faço sempre o que lhe agrada” João 8:29; e “Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo porque não procuro a minha própria vontade, e, sim, a daquele que me enviou.” 5:30; Para poder ouvir, ele deve ter escutado e, depois, agido de acordo com o que ouviu. Escutar o que o criador constantemente diz à Sua criação é a chave do trabalho eficaz na igreja.

Os números em si não podem garantir que as decisões da maioria estejam sempre certas. Na realidade, pode ser que estejam erradas. Portanto, os membros da igreja esforçam-se para pôr em ação nos assuntos da igreja, bem como nos seus próprios, a melhor defesa contra uma decisão errada: a oração eficaz. Isso significa que precisam saber e compreender persistentemente que o governo está nas mãos de Deus, que todo o ser, toda a sabedoria, todas as idéias corretas e toda a ação provêm dEle.

Para que as tornemos nossas, é preciso permanecermos por longo tempo com essas verdades que confortam, fortalecem e esclarecem. Então não usufruiremos da mera repetição de frases muito usadas, mas daquele fluxo vívido de inspiração que, sem palavras, fala da maravilha que é a presença de Deus e do poder de Seu amor, que jorra livremente e a tudo engloba. Começamos a ver, com maior clareza, o homem, e nós também, tal como verdadeiramente somos, a expressão perfeita da vontade de nosso Pai, agindo apenas de acordo com a Sua sabedoria que a tudo inclui. A necessidade humana que temos de tomar decisões certas capta o brilho candente dessa claridade refletida e, em conseqüência, nossa decisão é abençoada.

Inevitavelmente haverá ausência de decisões corretas, de crescimento e de vitalidade numa igreja filial cujos membros não souberem bem como orar, não importando quantas reuniões organizem ou quantas comissões estabeleçam. Poderíamos comparar tal igreja a um ônibus sem motor, cujos passageiros tentassem empurrá-lo estrada fora, usando apenas puro esforço físico.

Embora os anos de experiência, às vezes, sejam de utilidade, não são de primordial importância para o trabalho eficaz no progresso de uma igreja filial. Se assim não fosse, como poderiam ter surgido muitas das filiais de nossa Igreja? A disposição e a capacidade de orar — de pôr todo o nosso coração e o nosso pensamento de acordo com a vontade divina — é realmente o essencial.

Nem a juventude nem a maturidade podem monopolizar a oração. O membro mais novo pode orar com tanta eficácia como qualquer outro. Todos podem descobrir que é a inspiração de hoje, não a do ano passado, nem mesmo a de ontem, que contém respostas eficazes para problemas presentes.

São os recursos democráticos de cada igreja o que utiliza a inspiração e impele o trabalho, trazendo consigo inovações. Ao trabalharem juntos sob a orientação de Deus, os membros encontram novas maneiras de demonstrar à humanidade a existência do Consolador. Descobrem que o seu amor se renova num propósito conjunto e sentem aquela alegria espiritual abundante que só é conferida por tratarmos dos negócios do Pai.

Quando se põe em primeiro lugar a oração, é derrotada a vontade humana que exerce pressão, alegando: “Por que não se pode fazer à minha moda?” ou que, metaforicamente falando, bate os pés e afirma: “Sempre se fez assim.” As opiniões obstinadas não mais conseguem agir quando a maioria dos membros de uma igreja filial decide depor no altar de Deus a vontade e o planejamento humanos e põe-se a orar para que se faça a Sua vontade. Em tal igreja não podem formar-se grupos facciosos, e o aliciamento de membros para que votem, de certa maneira, em determinado assunto, torna-se algo que ninguém sequer sonharia fazer.

Há inúmeras conseqüências de tal ação. Dentre elas, está o fato de que tal atitude tira o peso das costas dos membros como um todo — e isso é algo que não se deve desprezar. Às vezes, uma ou outra comissão pede o apoio especial de todos os membros. Mas, pensando bem — salvo esse pedido tenha surgido, de fato, por orientação divina — será que tal plano não vem frustrar inteiramente a razão por que se criam comissões para cuidar especificamente das várias atividades da igreja?

Para que seja executada de maneira correta, é preciso que se devote oração específica a cada tarefa de uma comissão. Se todos os membros tivessem de dar apoio a todas as comissões, ou mesmo a várias comissões, em breve todos os membros ficariam sobrecarregados e estaria frustrada a razão primordial da existência de uma igreja. Quando cada membro ora primeiro para si mesmo, depois para sua igreja, e, a seguir, para as atividades que ele desempenha na igreja, sejam estas quais forem, toda comissão estará melhor capacitada a desincumbir-se da tarefa que lhe compete.

Se os membros todos acharem-se espiritualmente despertos, apoiarem os serviços de sua igreja, trabalharem devotadamente por meio de suas comissões, escutarem a voz do Pai e a ela obedecerem, não haverão de sobrecarregar injustamente a diretoria com uma avalanche de detalhes. Também não serão dominados pela diretoria, pois o contínuo excesso de trabalho pode levá-la a incumbir-se de tarefas que não são de sua alçada. Se todos os membros estiverem alerta, não animarão a diretoria a crer que só se ela disser à igreja o que é preciso fazer, é que haverá progresso e evitará que a igreja soçobre por falta de liderança eficaz. O agente propulsor de toda igreja filial deve ser os membros como um todo, e não a diretoria, ou a “democracia essencial” torna-se uma expressão sem valor.

No lado leste — no pórtico — do templo de Salomão, havia duas grandes colunas chamadas Jaquim e Boaz. Diz-se que esses nomes significam “Deus estabelece” e “Nele há força” V. The Abingdon Bible Commentary, p. 419;. Quando passamos pelo portal de nossa igreja, a caminho de uma assembléia geral, sentindo-nos talvez um tanto oprimidos por termos de ajudar a tomar certas decisões, podemos, mediante os vislumbres da realidade espiritual de que nossa religião nos supre com tanta abundância, irmos ao encontro dos pilares da Verdade e os abraçarmos. É de fato Deus quem governa, e nEle há força.

Terminada a assembléia geral, subjugada prazerosamente a vontade humana, e feita claramente a vontade de Deus, não haverá necessidade de que se realize uma assembléia extra-oficial no saguão, e o pensamento de todos poderá se voltar para a comunidade, a cujo benefício estamos dedicando os nossos esforços. Nesse amplexo bondoso, talvez nos venham à memória as palavras de João, no capítulo final do Apocalipse: “O Espírito e a noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem. Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.” Apoc. 22:17.

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