Quinze dias depois de eu chegar em casa, após a jubilosa experiência da instrução em classe, minha família e eu devíamos partir para o Centro-Oeste, para ajudar meus pais na colheita de seus campos de trigo. Recebemos, porém, uma carta que nos dizia que mudássemos os planos que fizéramos para as férias, se o desejássemos, pois meus pais estavam certos de que não haveria colheita. A área em que moravam acabara de ser atingida pela pior tempestade de granizo jamais havida. Granizos do tamanho de bolas de tênis haviam quebrado janelas e danificado telhados e paredes laterais das casas, colheitas e quintais. A carta dizia que, dos campos de meus pais, apenas um havia sido atingido pelo granizo, os outros estavam incólumes; porém, após terem sido totalmente ou em parte assolados por granizos durante muitos anos a fio, meus pais esperavam que o mesmo acontecesse novamente.
A instrução em classe me havia dado tanto vigor e tanta segurança que telefonei a meus pais e assegurei-lhes que nós lá estaríamos para a colheita. Depois fui tentada pelo erro a duvidar de minha veemente afirmação, por isso, pedi imediatamente a Deus que guiasse meu pensamento para algo em que eu pudesse me firmar. Fui guiada a estudar, em Mateus 13, a parábola do trigo e do joio (V. vers. 24–30). Tornou-se-me claro que eu devia pensar menos em termos de matéria, e mais em termos de idéias divinas. Compreendi que, espiritualmente falando, a semente completa dentro de si mesma era governada, protegida e desenvolvida por Deus e se manifestava como suprimento para satisfazer às nossas necessidades diárias.
Em Miscellaneous Writings a Sr.a Eddy diz (p. 307): “Deus vos dá Suas idéias espirituais, e, estas, por sua vez, vos dão suprimento diário. Jamais peçais para o dia de amanhã: basta o fato de que o Amor divino seja socorro sempre presente; e, se esperardes, sem jamais duvidar, tereis a todo instante, tudo aquilo de que necessitais.” Declarei essa verdade não só para meus pais, como para todos os filhos de Deus. Para mim, o joio era o símbolo do granizo, da ferrugem, do vento, do medo, da superstição e da educação errada e eu sabia que não tinham poder, não eram uma lei, não eram nada, pois não foram criados por Deus e, portanto, não tinham origem. Não podiam, tampouco, destruir aquilo que Deus cria e protege.
Eu sabia que, em realidade, há apenas uma atmosfera — “a atmosfera do Espírito, onde a Alma é suprema” (conforme a definição de “Reino dos Céus” no Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras pela Sr.a Eddy, p. 590). Do livro de João (4:35), li o seguinte: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.” Para mim, isso significava que nós não precisaríamos esperar para colher aqueles campos. Podíamos, naquele exato momento, agradecer a Deus por Sua colheita, porque a colheita da verdade que aceitamos, está presente — agora mesmo, aqui!
De fato, fomos e fizemos a colheita e houve grande fartura. Até mesmo o jornal da cidade trouxe manchetes sobre a abundância das colheitas.
No primeiro dia em que fomos ao campo para iniciar a colheita, meu pai viu um vendaval que se encaminhava diretamente para nós, no caminhão que ocupávamos. Meu irmão gritou e a única coisa de que me lembro é ter declarado: “Deus não está no vendaval.” Quando olhamos para trás, meu pai disse: “Para onde foi ele?”
No domingo seguinte permaneci na cidade e, mais ou menos às duas horas da tarde, tudo se tornou escuro como se fosse noite. O povo corria de lá para cá, guardando seus carros nas garagens; e era muito grande o medo de que houvesse outra tempestade de granizo igual àquela de algumas semanas atrás. Saí imediatamente e, sozinha em nosso carro, pusme a declarar a verdade sobre a segurança e a perfeição de todo ser. Agradeci a Deus por ser Ele tudo o que estava verdadeiramente presente, por ser o único poder e todo o bem, e por nos mandar apenas o que é bom. Reivindiquei Sua lei da perfeição para toda a humanidade. Continuei a orar dessa maneira durante dez minutos mais ou menos, até que ouvi minha mãe, que me chamava para voltar à casa. Pouco depois, foi como se alguém tivesse partido ao meio aquelas nuvens negras. Elas se separaram e desapareceram; a tarde clareou novamente e tivemos uma chuva mansa e gostosa.
Na semana seguinte, quando estávamos chegando ao fim de nosso trabalho, meu pai e eu percorremos de carro vários quilômetros até o campo cuja colheita ficara para o fim. Esse campo era o que havia sido atingido pelo granizo e devia ser ceifado para satisfazer às exigências da companhia de seguros. Quando lá chegamos, vimos que o trigo, que o vento e o granizo haviam derrubado ao solo, estava ereto e as pontas, cheias de grãos. Meu pai perdeu a fala e achou que estava vendo um milagre. Com lágrimas de alegria e de gratidão, em silêncio, agradeci a nosso Pai-Mãe Deus por Sua bondade e Seu amor. Embora meus pais não fossem Cientistas Cristãos, eram cristãos maravilhosos e sabiam agradecer a Deus por seu abundante suprimento.
Em nossa família temos tido muitas curas — quer por nossa própria aplicação da verdade, quer com o auxílio de praticistas da Ciência Cristã. A alusão que Cristo Jesus fez a esta verdade, encontra-se no livro de João (8:31, 32): “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” Na Ciência Cristã, aprendemos a aplicar essa verdade.
Quando nosso filho freqüentava o curso primário, estava um dia brincando com alguns amigos, quando o cachorro de propriedade destes — um cão dinamarquês — mordeu-lhe o lado da cabeça. A cabeça e a orelha do menino ficaram dilaceradas. O pai, que não é Cientista Cristão mas já presenciou muitas curas pela aplicação da verdade, levou nosso filho para o hospital. O menino disse ao pai que não queria ir e, sim, que desejava apoiar-se somente em seu Pai-Mãe Deus para curá-lo. Quando chegamos ao hospital, meu marido perguntou se a lei exigia que houvesse tratamento médico, mas disseram-lhe que não. Meu marido solicitou, então, que apenas limpassem o ferimento e enfaixassem a cabeça do menino. Assim foi feito e não foram dados pontos, nem aplicados quaisquer medicamentos.
Pedimos a um praticista que nos auxiliasse com orações e nos apoiamos somente em Deus para obter a cura. Afirmamos a união do homem a Deus e reconhecemos que nosso filho — em seu verdadeiro ser — não poderia, por certo, separar-se dEle, que o parentesco deve permanecer para sempre intato. Isso aconteceu no sábado e lá pela quinta-feira não havia, em nosso filho, nenhum sinal de machucadura.
Por meio de suas próprias orações, ele teve também uma cura de verrugas; e nossa filha, orando por si mesma, ficou curada depois que seus dedos foram prensados em uma porta. Ambas as crianças tiveram curas de resfriados, mediante a afirmação de que não nasceram da matéria. O sarampo foi debelado em algumas horas, e, nossa filha, repetindo a “exposição científica do ser”, à página 468 de Ciência e Saúde, ficou curada em dez minutos, quando um prego penetrou em seu pé.
Que dívida de gratidão tenho para com Deus por Suas inúmeras bênçãos! Entre as mais caras estão a instrução em classe e a reunião anual da associação, sabiamente estabelecidas pela Sr.a Eddy. Sou realmente grata pela Ciência Cristã e pela verdade que me ensinou sobre nosso Pai-Mãe Deus e Seu amor por todos os Seus filhos.
Boise, Idaho, E. U. A.