A vida real é a atividade da Vida divina, ou Deus. Deus é infinito, o Tudo. Não há lugar algum em que a Vida não está, nem tempo algum em que a Vida não existe. A Vida é irresistível porque em sua própria infinidade, ela não confronta nem inclui coisa alguma que lhe seja incoerente. A totalidade da Vida é a lei da Vida, e, em toda a eternidade, isenta de tempo, essa lei não foi quebrada pela ocorrência de uma só morte sequer. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy faz esta afirmação categórica: “Toda evidência material de morte é falsa, pois contradiz os fatos espirituais do ser.” Ciência e Saúde, p. 584;
Admite-se que basta pequena dose de ceticismo para alguém declarar: “Não venha me dizer que vou viver para sempre!” E acrescentar: “Não há dúvida alguma de que, cedo ou tarde, vou morrer!” Os mortais morrem mesmo, como o próprio termo o diz.
Ora, o que é o “eu” que insiste em sua mortalidade? O descrer que a Vida — o único Eu, ou Ego, na Ciência — seja inevitável e eterna, advém da pretensa consciência que está convencida de que a morte é inevitável. Essa consciência capciosa é na Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) denominada mente mortal. Nossa identidade única e real, conforme nos assevera esse ensinamento, é realmente a idéia da Vida divina, o único eu, e podemos começar a demonstrá-la. A manifestação da Vida imortal — o homem e o universo — não podem morrer como o não pode a Vida que é imortal. A morte da Vida seria uma contradição, uma inexistência, uma impossibilidade.
A Ciência Cristã jamais afirma que os seres mortais não morrem. Mas ela afirma, com profunda convicção e com o apoio de provas de cura, que uma pessoa mortal é um conceito errado, ou inversão, da idéia da Vida eterna, a única espécie de homem que existe. A Ciência também advoga que à medida que os seres humanos percebem a natureza de Deus como Vida e o caráter do homem como manifestação da Vida, a saúde melhora. A vida e a atividade de tal pessoa tendem a se prolongar!
Que Cristo Jesus compreendia a imortalidade e a presença da Vida está demonstrado pelo fato de que ele ressuscitou pessoas que aparentemente estavam mortas, bem como pela sua própria ressurreição e ascensão após ter sido crucificado. Não resta dúvida de que esse seu sentido de Vida excedia amplamente à visão comum de vida como uma força misteriosa que durante algum tempo aparentemente move, por aí, objetos que dizemos ser animados. Para Jesus, a vida não era simplesmente algo enclausurado num corpo físico durante alguns anos. “Para nosso Mestre”, a Sr.a Eddy escreve, “a vida não era simplesmente uma noção de existência, mas incluía o conhecimento de poder que subjugava a matéria e trazia à luz a imortalidade, tanto assim que as multidões ficavam «maravilhadas de sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não com os escribas». A Vida, como a definiu Jesus, não tinha começo; não era o resultado de organização, nem fora infundida na matéria; era Espírito.” Retrospecção e Introspecção, p. 58;
É inteiramente falsa a pretensão de que possuímos uma vida mortal encerrada num corpo material, e essa pretensão está baseada na ignorância da natureza de Deus como Vida e no fato de que o homem é o produto da Vida. Uma compreensão mais espiritualizada da Vida e do homem fornece a base sobre a qual a humanidade pode demonstrar a solução do problema do aborto, e dos problemas morais profundos que vêm à tona, à medida que progridem os experimentos sobre a assim chamada vida num tubo de ensaio.
Embora não tenhamos nos proposto a dar aqui consideração direta a certos pontos atualmente em debate, tais como o estágio em que um feto deve ser considerado um ser humano, é nosso propósito realçar a premência de se obter um ponto de vista metafisicamente mais preciso sobre a Vida e a crença na morte — de discernir a base científica para resolver essas questões mediante a demonstração e o viver que exemplifica tal base.
Bem que podemos procurar nos absorver cada vez menos na crença de que a assim chamada vida orgânica seja a vida real. Paulo recomenda que não atentemos “nas cousas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” 2 Cor. 4:18;. Não importa quão profundamente enraizada esteja a tendência de pensar que a vida está na matéria, o que importa é que temos de confrontá-la, temos de compreender quão fraudulenta é, e precisamos colorir nossas atitudes e nossas vidas de um sentido de Vida mais espiritualizado.
A Sr.a Eddy dá sucintamente na “exposição científica do ser” a essência desse ensinamento. Em sua frase inicial, ela insiste categoricamente: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria.” Ciência e Saúde, p. 468. Se queremos entender e demonstrar Ciência Cristã é essencial que aceitemos essa premissa de visão espiritual plena.
A Vida infinita é Deus, e a Vida é a nossa Vida. Nossa Vida, então, não é algo que vem ou vai, pois Deus não vem nem vai. A Vida real do homem real nunca está sujeita a fluxo ou refluxo. A Vida é Espírito, e a Vida nunca esteve na matéria, pois o Espírito é a única substância, e a substância não tem um oposto chamado matéria. Na Ciência absoluta, a morte nunca ocorreu nem pode ocorrer. A Vida divina é tudo que pode existir. Tudo que pode ocorrer, num sentido absoluto, é a expressão eterna e imensurável da Vida, que se manifesta em vida indestrutível.