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Estadista ou político?

Da edição de abril de 1977 dO Arauto da Ciência Cristã


Artimanhas políticas, escândalos, suborno, corrupção — o mal assume vários aspectos nos atuais sistemas governamentais do mundo todo. O partidarismo mesquinho, a fraude e os interesses egoísticos parecem predominar. O que pode ser feito para ajudar a libertar nosso mundo das “pretensões da política e do poder humano” contra as quais a Sr.a Eddy nos alertou? Sua declaração total, sob o título “Liberdade insuficiente”, diz: “A meu ver, os perigos mais iminentes que ameaçam o século vindouro são: a espoliação da vida e da liberdade das pessoas sob a égide das Escrituras; as pretensões da política e do poder humano, a escravidão industrial e a insuficiente liberdade de competição honesta; e o ritualismo, os credos e consórcios em lugar da Regra Áurea: «Tudo quanto pois quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles».” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 266;

Como é que nós, individualmente, como cristãos, consideramos a política e os políticos? Como é que os escolhemos, votamos neles e os apoiamos? Como colocamos as melhores pessoas nos cargos públicos? Como nos comportamos em nossa vida particular de modo a sustentar o mesmo padrão que exigimos de nossos representantes eleitos?

Ouvimos freqüentemente dizer que, na vida pública, precisamos de estadistas ao invés de meros políticos. Mas, qual é a diferença? O dicionário inglês de Webster indica que “político”, em seu pior sentido, sugere interesses mais restritos e freqüentemente mais egoísticos do que os de um estadista. Este último é capaz de visão ampla e de sábia providência nos negócios de estado. Foi dito que a diferença entre o político e o estadista é que o político pensa em si mesmo e em seu partido, ao passo que o estadista pensa no povo e na nação.

Na Bíblia, vemos que os homens que mais fizeram em prol de suas nações, liderando-as, provendo ao seu bem-estar e protegendo-as do perigo, foram estadistas. Grandes homens, como Abraão, José, Moisés e Neemias foram estadistas de primeira ordem. Interesses egoísticos, vontade própria e o enriquecimento ilícito, eram coisas alheias a seus pensamentos e ações. Formando contraste, muitos líderes políticos e reis, na Bíblia, tais como Jeroboão, Zinri, Acabe e Peca (para mencionar somente alguns), não deixaram nenhum marco na história e pouco fizeram para elevar suas nações.

Talvez um dos maiores exemplos de estadista encontre-se na pessoa de José. Nele temos um homem que, vendido como escravo, elevou-se em terra estrangeira até o posto de primeiro-ministro dessa nação. Integridade moral, visão e interesse compassivo pelos outros foram as qualidades relevantes que o elevaram até a segunda posição, em importância, daquele país. Sua integridade moral, no meio de graves e contínuas provocações, fê-lo recusar-se a baixar seu padrão de moralidade, apesar de que, se o tivesse feito, poderia ter conseguido promoção, imediata. Era ele homem de visão, de pensamento aberto, horizonte vasto, imaginação audaz e, ao mesmo tempo, administrador e negociante capaz. Ele não era interesseiro, mas sim servidor. Mesmo na prisão, seu interesse genuíno pelos outros o levou a perguntar a seus companheiros de prisão, oficiais do faraó: “Por que tendes, hoje, triste o semblante?” Gênesis 40:7;

Enfim, José deixou que Deus se valesse dele, e assim tornou-se grande. Não permitiu que a malícia, o ressentimento, a vingança, por mais que fossem justificados, motivassem ou impulsionassem suas ações. O exemplo brilhante de José é um dos que bem faríamos em ponderar e imitar.

Aqueles que ocupam algum cargo em nossos governos necessitam de nossas orações — orações para que as qualidades inatas de estadista possam ser desenvolvidas e estabelecidas em nossos líderes. A oração por nosso governo — como toda oração — começa com a totalidade de Deus, a união do homem a Deus como Sua expressão espiritual, e a nulidade do mal. Ao trabalhar a partir desse ponto de vista, podemos perceber que as únicas qualidades que podem estar ou estão ativas em qualquer lugar, são, em termos absolutos, as que manifestam, através do Cristo, a Verdade, a onipotência de Deus. O verdadeiro governo — o governo de Deus — é a evidência do Princípio em ação, promulgando leis espirituais, justiça impessoal, estabilidade inamovível e autoridade eficaz. O governo de Deus é a evidência da Mente em ação, desenvolvendo idéias inteligentes, originalidade, sabedoria infalível, pensamento e visão infinitos.

O governo de Deus evidencia a Alma em ação, desenvolvendo, em doce serenidade, uma variedade infinita de idéias.

O governo de Deus manifesta o Espírito em ação, expressando substância indestrutível, capacidades e recursos ilimitados, energia divina e o supremo poder sempre presentes. O governo de Deus é a evidência da Vida em ação e reflete atividade isenta de pressa e vigorosa, a inteireza e o frescor ininterruptos e perpétuos.

O governo de Deus é a evidência do Amor em ação. E o nosso reconhecimento desse governo traz à nossa vida — e pode trazer às nossas nações — compaixão, perdão misericordioso, justiça imparcial e afeição sem preconceitos. O governo de Deus é prova da Verdade em ação e exige franca honestidade, sinceridade destemida, integridade indesviável, e convicção baseada em Deus, de todos os que desejam ver seus efeitos no mundo.

Reivindicar esse conceito verdadeiro de governo para nós mesmos, para nosso país e para o mundo é oração eficaz, e ajudará a apoiar, purificar e elevar aqueles que ocupam cargos públicos. Podemos esperar manifestarem-se evidências de que estes estão correspondendo sempre mais ao que é bom e verdadeiro, e de que os métodos excusos do mal, que usa artimanhas e procura sua própria glória, estão falhando por não terem quem lhes dê ouvidos.

Embora não nos seja permitido ficar cego às coisas erradas no governo, à desonestidade e ao mal nos que ocupam cargos públicos, nosso pensamento correto a respeito deles pode ajudar a fortalecer sua expressão da integridade que provém de Deus. A visão espiritual do homem como imagem e semelhança de Deus, expressando a atividade correta, construtiva e impulsionada pela Alma, é a visão real, a qual trará o controle de Deus mais e mais em evidência em nossos círculos individuais e governamentais.

Será que o leitor já notou que, quando apontamos o dedo para alguém, três dedos ficam apontando em nossa direção? Certifiquemo-nos de que nós também estamos manifestando as qualidades de estadista que desejamos ver expressadas nos governantes. Será que pensamos estritamente em nós mesmos, em nossos interesses egoístas, em nossos familiares mais chegados e em nossos próprios interesses financeiros, ou será que estamos pensando mais expansivamente, incluindo solicitude pelos outros, por aqueles de formação diferente, por aqueles que possam estar em competição conosco? Temos nós, pela criança esfomeada, com uma cor de pele diferente da nossa, no outro lado do mundo, o mesmo tipo de solicitude que sentiríamos por crianças de nossa redondeza ou de nossa própria família? Pensamos altruisticamente nos interesses de todos, embora pareçam estar em desacordo com nossas necessidades individuais? Estabelecemos, às vezes, compromissos com nossa consciência, racionalizando que o fim justifica os meios? Excedemos limites de velocidade, subornamos nossos filhos, contamos mentiras inocentes a nossos empregadores ou empregados?

Somos meticulosamente honestos em nossos relatórios de despesas, nos negócios da casa, nas declarações de rendimentos para fins de impostos? Somos realmente o que parecemos ser, ou montamos uma aparência para impressionar outros? Discursamos sobre ideais altissonantes e ao mesmo tempo escondemos preconceitos, ódio e apatia no fundo do coração? Praticamos, às vezes, maquinações artificiosas ou manobramos outros, com o pretexto de fazermos o bem, apesar de que, se procurássemos em nosso coração, acharíamos vontade própria ou interesses próprios à raiz de nossas ações? Ou procuramos expressar persistente e pacientemente percepção aguçada e julgamento impelido por Deus, em nossa visão do mundo e dos que nele estão?

Foi dito com razão que cada país tem o governo que merece. Se nosso país parece ter um governo que precisa de cura, não deveríamos desinteressar-nos pelo problema, como se estivesse “lá” — nos distantes gabinetes governamentais — mas deveríamos começar exigindo o verdadeiro governo, e as qualidades dignas de um estadista, em nosso próprio lar e nos nossos negócios. Sejamos, nós mesmos, aquilo que queremos ver nos outros, especialmente naqueles que elegemos para cargos públicos. A Sr.a Eddy escreve no livro-texto da Ciência Cristã: “Pergunta-te: Estarei vivendo a vida que se aproxima do bem supremo?” Ciência e Saúde, p. 496; Seria bom que orássemos e refletíssemos, antes de respondermos essa pergunta, e antes de ousarmos fazê-la a outros. Nesse espírito, podemos orar com profunda humildade: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável. ... Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti. ... Então te agradarás dos sacrifícios de justiça.” Salmos 51:10, 13, 19.


O Senhor julga os povos ;
julga-me, Senhor, segundo a minha retidão,
e segundo a integridade que há em mim.

Salmos 7:8

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