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Emergindo da derrota

Da edição de novembro de 1978 dO Arauto da Ciência Cristã


O Espírito, Deus, é invencível.

Nosso verdadeiro ser nunca é o de um mortal em desespero. O homem não é mortal. Nunca derrotado, é ele a própria semelhança de Deus. Compreendendo estas verdades, é-nos possível emergir do pecado, do medo à violência e da enfermidade, e é-nos possível conquistar a crença universal na morte.

A pergunta crucial é: Como enfrentar a ameaça de derrota? Quando a decisão for feita do lado da matéria, ou da personalização do mal, o problema será sempre composto; quando a decisão for feita do lado do Espírito, ou Princípio, haverá vitória.

Uma ilustração disto ocorre na alegoria de Caim e Abel. Quando Caim tomou a decisão errada e recorreu à violência, caiu num desespero profundo a ponto de exclamar: “É tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo.” Gênesis 4:13; Estava ele mesmerizado pela mentira de que a vida e a personalidade existem na matéria. Claro está que ele não fez uma pausa para considerar as opções que havia.

Em nítido contraste, nos muitos meses que Noé despendeu planejando e construindo a arca, enquanto a terra estava, como o diz a Bíblia, “cheia de violência” 6:11;, deve ele ter-se voltado continuamente para a fonte de todo incentivo. Esta fonte é Deus, a Mente, o Espírito, que de contínuo sustenta e protege toda ação correta, não importa quanto possa ela ser mal-compreendida por outros.

Até mesmo grandes líderes como Abraão, José, Moisés, os profetas e o próprio Cristo Jesus não estavam imunes de todo ao desânimo, mas nunca foram por ele derrotados. Quando oprimidos pelas dificuldades, voltavam-se com êxito para Deus, provando com isso que o ser intrépido e corajoso deriva-se de Deus. O fato de se livrarem da discórdia e das conseqüências da hostilidade alheia estava ligado à percepção que tinham da realidade como algo divinamente espiritual. Eles se ergueram acima da futilidade da matéria ou da autoderrota do erro.

O sudário que envolve o pensamento em confusão, limitação e no mal quimérico acha-se simbolizado pela “neblina” mítica que “subia da terra” 2:6;. Cada um de nós, no entanto, é capaz de emergir de qualquer neblina ou miasma do mal, quer este apareça sob a forma de enfermidade, desemprego, receita deflacionada ou qualquer outra sugestão de derrota ou desculpa para ela. Convém lembrar prazerosamente que não há derrota na Verdade, bem como não há êxito real no erro. Não temos de ser mistificados ou frustrados pelos pseudodesafios apresentados pelo erro.

“Tem ânimo, caro leitor,” escreve a Sra. Eddy, “pois toda aparência de misticismo que cerca o realismo encontra explicação nas Escrituras: ‘Uma neblina subia da terra [matéria]’; e a neblina do materialismo desaparecerá à medida que nos aproximarmos da espiritualidade, o reino da realidade; que purificarmos nossa vida na retidão do Cristo; que nos banharmos no batismo do Espírito e despertarmos na Sua semelhança.” Miscellaneous Writings, p. 30;

Este despertar é o verdadeiro emergir, o elevar-se para fora do mal. Pouco a pouco podemos derrotar a “neblina do materialismo”, a pretensa violência do erro e a confusão de muitas mentes.

Por outro lado, se recorrermos aos meios materiais em busca de ajuda, excluindo o Espírito, Deus, este progresso é temporariamente sustado. Em vez de nos voltarmos para a Verdade a fim de corrigir um engano, estaríamos consentindo no erro ao ceder a um lapso da perfeição.

É possível obter-se alento do fato de que o mais singelo pensamento que se eleva começa de vez a contrapor-se à pseudo-influência ou atração do mal. Ao continuarmos a levantar o nosso pensamento, passamos a ver e sentir o apoio do Cristo, que é sempre adequado para atender à necessidade humana. Ver e sentir deste modo é uma possibilidade sempre presente, indicativa do despertar, do emergir irresistível. Nunca precisamos temer este despertar, o qual leva-nos para mais perto da saúde e do domínio característico dos verdadeiros filhos ou representantes de Deus. Descobrimos que a atividade toda compassiva do Cristo bane até mesmo as tentações da neblina. Ao emergir gradativamente, seremos cada vez menos burlados pela pretensão do erro de desarmar, desanimar ou derrotar o propósito de Deus com relação a nós.

Sem o reconhecimento genuíno da presença de Deus, não nos estaremos sobrepondo à mentira da tentação do mal, de cuja atração todos nós, quer o saibamos quer não, temos de por fim escapar. Nem precisamos esperar que apareça uma ocasião propícia. Toda experiência difícil é uma oportunidade de escapar da matéria para o Espírito, do desânimo, do pensar limitado, para a convicção mais profunda no Cristo.

Se inadvertidamente caímos em confusão, no cativeiro e na mediocridade das crenças materiais, nosso remédio na Ciência Cristã é rejeitar toda sugestão de derrota ou tristeza. O poeta Robert Browning deu voz a algo deste pensamento:

Se desci
Para um mar de nuvem de espantosa escuridão
Não foi senão por breve tempo; bem junto ao meu peito,
A lâmpada de Deus comprimo; seu esplendor, cedo ou tarde,
Vai varar a tristeza; hei de emergir algum dia.Paracelsus, 5ª parte;

Para progredir neste ponto é preciso uma visão mais clara da existência espiritual que leva a um sentido mais elevado da razão de se existir. Este sentido mais puro é inseparável de motivos melhores, de uma atitude menos egotista, de um reconhecimento melhor do bem que há nos outros.

Isto leva, por sua vez, ao maior e mais necessário de todos os passos — o crescimento espiritual. O pensador individual, guiado pela Ciência, é capaz de ver sem temor que a neblina mental do erro não tem direção, nem substância, nem identidade, nem a capacidade de limitar, obscurecer ou desanimar alguém. Nosso destino sustentado por Deus está fadado a emergir das limitações. A Sra. Eddy alentadoramente escreve: “Emerge suavemente da matéria para o Espírito. Não imagines poder apressar a espiritualização final de todas as coisas, mas entra com naturalidade no Espírito, através de melhor saúde e melhor moral, e como resultado de progresso espiritual.” Ciência e Saúde, p. 485;

Este emergir sagrado nunca é o mesmo para duas pessoas. Para não frustrá-lo é preciso abster-se dos sutis substitutos da idolatria, força de vontade, das práticas comerciais desonestas e do clamor por maiores porções de matéria.

A rivalidade insensata ou concorrência de outros assolada pelo medo tem pouca relação com o emergir progressivo de alguém ou com a cura que o acompanha. Só a “neblina do materialismo” inclui crenças em moléstia, desemprego, desgosto, tédio, miséria, fricção e todos os tipos de refregas discordantes. O emergir daquela neblina exclui progressivamente todas as crenças errôneas. Pensemos nisto! Recusando-nos a aceitar qualquer suposta derrota ou aparente revés de um empreendimento digno de êxito, podemos agir continuamente no sentido de restabelecer completamente a esperança.

Quais são algumas das características do nosso emergir? O egoísmo torna-se menos real. Sentimo-nos mais felizes. Somos menos perturbados pelas sugestões de injustiça porque confiamos cada vez mais no Princípio divino. Ficamos menos preocupados com os meios e os modos materiais. O poder do Cristo torna-se-nos mais real e mais prático e o nosso amor a Deus e ao nosso próximo passa a ser mais evidente.

Entramos numa atividade sem fim. Não teremos jamais de voltar a posições superadas. Nosso progresso será contínuo.

Servir de modo abnegado é parte deste emergir tão necessário. Escrevendo para Primeira Igreja de Cristo, Cientista, em Londres, na Inglaterra, a Sra. Eddy ofereceu este incentivo à humanidade toda: “Esforçando-se para ser bom, para fazer o bem e para amar o próximo como a si mesmo, a alma do homem está a salvo; o homem emerge da mortalidade e entra na posse do seu direito inalienável — o amor de Deus e do homem.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 200.

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