O que é que significa estar vivo? Até mesmo do ponto de vista humano significa mais do que meramente respirar e ter pulsação; mais do que existir como um objeto físico móvel com percepção sensorial, capaz de comunicar-se com outras pessoas. Significa muito mais.
Estar vivo envolve pôr em evidência eterna e vibrante o ser que é a manifestação espiritual do único criador infinito de toda identidade verdadeira — a Vida imortal, Deus onipotente. Significa a expressão das qualidades do Espírito divino, o Amor infinito, com vitalidade sempre crescente e alegria total. Inclui ser alerta, inteligente, a idéia consciente da Mente, estar sempre desperto e capaz de apreciar a beleza e bondade do universo de Deus, a Alma. Significa ser forte, perpetuamente satisfeito com a abundância da Verdade, seguro nas eternas leis do Princípio divino, poderoso no domínio que Deus outorgou a todos os Seus filhos e filhas.
Se reconhecemos os relatos do Novo Testamento a respeito das realizações de Cristo Jesus, o homem que estava mais completamente vivo do que qualquer outro homem na história deve, sem dúvida, ser o Mestre. A seu respeito diz o autor do evangelho de João, que realizou tantas coisas maravilhosas que “se todas elas fossem relatadas uma por uma ... nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos” João 21:25;. E tudo isso se passou no espaço dos três anos em que durou sua carreira.
Ao comentar a extraordinária carreira de Jesus escreve a Sra. Eddy: “O homem que conhece a Vida como é, ou seja Deus, o bem eterno, não adquire meramente uma sensação de existência, mas uma consciência concomitante de poder espiritual que subordina a matéria e destrói o pecado, a doença e a morte.” E continua adiante: “Este poder espiritual, que cura o pecado e a doença, não ficou confinado ao primeiro século; estende-se a todos os tempos, habita a eternidade, e demonstra a Vida sem começo nem fim.” Miscellaneous Writings, p. 189;
Não há um único momento no qual todo e qualquer indivíduo, em seu verdadeiro ser, não exista como a perfeita expressão da Vida infinita, o bem eterno. Como Deus os conhece, todos os Seus descendentes estão vivos em seu mais alto sentido, manifestando abundante e triunfalmente as Suas qualidades. Todos nós podemos encontrar nossa verdadeira identidade no exemplo que Cristo Jesus deu ao mundo na sua própria vida, e não deveríamos hesitar em exigir para nós a mesma “consciência de poder espiritual” que ele possuía e que usou com tão bons resultados para o benefício das pessoas que o cercavam e que necessitavam de cura.
O homem real expressa sempre vida abundante, variada e vibrante, manifestando as qualidades espirituais da Vida divina. Ele não tem começo nem fim — não nasce e não morre. É sempre sadio na semelhança do bem infinito. Não se desenvolve e decresce, amadurece e então decai, expande-se e então se retrai. A vida para a idéia de Deus, o homem, é invariavelmente inspiradora, recompensadora, satisfatória, crescente.
Possuímos autoridade divina para esperar viver abundante e vibrantemente, aqui e agora. Estamos certos em exigir que assim seja. Não disse Cristo Jesus que podemos esperar que Deus “dará boas cousas aos que lhe pedirem” Mateus 7:11;?
Vida abundante significa coisas diferentes para diferentes seres humanos. Para alguns significa aventura — novos lugares, pessoas e impressões numa atmosfera e sociedade variada de excitações. Para outros significa uma rotina mais calma, sólida e previsível — não menos vital e recompensadora, mas menos peripatética. Dão valor à paz conferida por um companheirismo tranqüilo e pela satisfação encontrada no lar, na família, em idéias, e na alegria que se multiplica pelo ato desinteressado de compartilhar.
Seja qual for, porém, o estilo que venhamos a adotar na existência humana, podemos todos insistir em que nossa vida é na verdade totalmente representativa da Vida infinita, e esperar ver esse fato demonstrado. Deus não nos concede apenas a metade da vida, que expressa apenas algumas, mas não todas as Suas qualidades. Nem tampouco Seu plano permite a manifestação de fragmentação ou de um vaguear a esmo sem direção ou propósito. A lei de Deus assegura ordem e satisfação. Somos o renovo do Princípio divino, o criador supremo a respeito de quem a Bíblia diz: “Ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo passou a existir.” Salmos 33:9. Sua lei é incontestável e assegura a harmonia. Não há nenhuma outra lei ou poder que possa perturbar Seu governo perfeito.
A vida conforme foi vivida por Cristo Jesus e está explicada pela Ciência Cristã é realmente preciosa. Se não amamos o que conhecemos como vida humana — se nos parece que ela é mal sucedida e insatisfatória — não possuímos uma visão correta da Vida divina. Há uma só Vida, e essa é Deus, perfeita, divina e eterna. À medida que conhecemos Deus melhor e reconhecemos que Ele é a nossa Vida, começamos a ver mais claramente a vasta potencialidade de nossa existência e sentimo-nos mais vitalmente vivos.
Emergimos de um sentimento limitado e temeroso, de depender da matéria, do tempo e das condições do mundo, para usufruir mais completamente da energia espiritual que verdadeiramente pertence a cada manifestação individual de Deus. E então, equipados com a compreensão crística de que a vida divina é uma possibilidade presente, tornamo-nos aptos a progressivamente subordinar a matéria, a destruir as falsas condições mortais, e enfim nos elevarmos acima do conceito de vida limitada pelas ilusões mortais para demonstrar amplamente a Vida imortal, o Espírito. Passamos a conhecer nossa identidade verdadeira como isenta de começo ou fim e a reconhecer que estamos dotados da consciência de imensurável poder espiritual.