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Antes e depois

Da edição de fevereiro de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Gorda e de pele feia, mal-amada, pouco inteligente e simplesmente miserável — era assim que eu me via. Era baixa e tinha cabelos castanhos, mas queria ser loira porque algumas propagandas na televisão diziam que as loiras se divertem mais. Caminhava com a cabeça baixa porque não queria encarar ninguém. Tinha até mesmo um pequeno problema no falar.

“Mas você tem tanto pelo que ser grata, querida”, disse uma pessoa bem intencionada. “Bobagem,” pensei, “é tão fácil falar, para pessoas como ela. Têm a pele clara, são esbeltas, têm tudo.”

Fui a um praticista da Ciência Cristã, ouvi as coisas que ele me disse e, em seguida, as esqueci. Nesse meio-tempo, experimentei vários produtos que garantiam embelezar, mas não funcionaram. O que devia fazer? Era hora de saltar fora de mim mesma, de arrancar-me da areia movediça da autocompaixão. Eu queria alguém que sentisse simpatia humana por mim, mas o que precisava era de um empurrão de Deus, a Mente divina, que me colocasse no caminho certo para encontrar minha identidade verdadeira.

A sensação de insuficiência atrapalhava meus primeiros passos espirituais. Mas o amor expressado pelo praticista despertou algo em meu pensamento. Comecei a estudar Ciência e Saúde. Encontrei ajuda nas palavras da Sra. Eddy: “A Mente não depende necessariamente de processos educativos. Possui por si mesma toda beleza e poesia, e o poder de expressá-las. O Espírito, Deus, é ouvido quando os sentidos estão calados.” Ciência e Saúde, p. 89; Alguma coisa deu um estalo em minha consciência e afastou meu pensamento das qualidades físicas que eu achava fossem meu eu, levando-me a começar com as qualidades espirituais. O praticista perguntou-me: “O que você realmente deseja — um corpo perfeito, melhor matéria? O que você está procurando não será mais profundo do que a aparência de sua pele?”

Eu estava indecisa. Não tive uma conversão mágica à espiritualidade como parecia acontecer com outros. Eu sabia que ser reflexo de Deus era uma coisa boa, mas a matéria estava atirando um monte de iscas deliciosas. Segredava-me, por exemplo: “Você vai sentir-se tão bem, devorando essas barras de chocolate. Assista televisão e esqueça tudo e todos. Use cosméticos para cobrir as manchas — é muito mais fácil do que corrigir seu pensamento.” Então percebi que eu queria perfeição espiritual, nada menos.

Lembrei-me das palavras do praticista sobre o que eu estava realmente procurando e encontrei o argumento decisivo em Ciência e Saúde: “Não é prudente assumir uma atitude vacilante e parar a meio caminho, ou esperar agir igualmente com o Espírito e a matéria, com a Verdade e o erro.” E mais adiante: “O governo científico do corpo precisa ser conseguido através da Mente divina.” ibid., p. 167; Senti como se tivessem me atirado um balde de água fria no rosto!

Compreendi que, enquanto eu estava ocupada tendo dó de mim mesma, estava perdendo o tempo que poderia ter sido empregado aprendendo mais sobre Deus e a identidade espiritual do homem, e sendo útil às pessoas. Eu havia pensado que os outros tinham um pedaço da perfeição e estavam escondendo o segredo de como consegui-la. Sei agora que a perfeição é infinita e pertence à identidade de todos os que refletem Deus, inclusive eu! O impacto do amor de Deus é eterno e Deus nos ama independente do que nossa condição pareça ser humanamente. Somos — você e eu — os filhos de Deus e pronto. Há um único Deus, uma só perfeição, e esse Deus torna a graça e perfeição abundantes — e a felicidade também.

Começaram a acontecer coisas. Descobri que tinha talento para escrever e encontrei, também, um emprego voluntário ensinando crianças a ler. Esforcei-me por pensar uma coisa boa sobre cada pessoa que encontrava e por corrigir todos os pensamentos maus que tinha sobre os outros. Em Isaías, Deus diz: “A quem me comparareis para que eu lhe seja igual? e que cousa semelhante confrontareis comigo?”  Isaías 46:5; Isso era o que realmente importava — eu havia estado comparando-me com outras pessoas e seus padrões. Quando pensei sobre o padrão da perfeição de Deus, disse a mim mesma: “Aquele praticista estava certo. Desejo a perfeição que dura eternamente. Por que ficar limitada a um padrão humano de identidade, quando com Deus temos qualidades infinitas?”

É importante ter a mente aberta; permitir que Deus plante em nosso pensamento as sementes do reconhecimento de nossa identidade verdadeira e deixar que Ele as alimente. Você não precisa ficar verificando a evidência física para ver se Deus está trabalhando. Deus é nosso padrão de perfeição e esta é a melhor classificação que podemos ter. “Eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim.”  v. 9; Foi isso que me libertou de minhas preocupações — saber que Deus me vê perfeita. Continuei orando e vendo a perfeição nos outros. Certo dia, algum tempo depois, alguém comentou: “Deve ser agradável ser tão pequena e atraente como você é.” O desejo de ter pensamentos perfeitos dera-me uma perspectiva de vida totalmente nova — e tornou-me bem mais agradável à vista.

Cada um de nós é a expressão individualizada das qualidades de Deus. Deus nos ama exatamente como somos — Seus filhos perfeitos. Não compreendendo a identidade espiritual, poderíamos tentar impor limites às possibilidades da Mente divina. Poderíamos ver-nos como mortais tentando ser mortais melhores. Vigie seus pensamentos. Pergunte-se: estou tentando crescer no Espírito ou parecer melhor na matéria? Minha identidade é a verdadeira, a que reflete a Mente divina, ou é simplesmente uma imitação de imagens projetadas pela propaganda?

Deus é a fonte, a origem, de nossa identidade. Só porque uma pessoa possui certas características físicas não significa que seja uma pessoa melhor. Cristo Jesus perguntou: “Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?”  Mateus 6:25. Identifique-se com o que é espiritual, imutável e eterno — não com a matéria caprichosa e variável. Respeite sua identidade e habite no esconderijo de Deus, na presença enaltecedora de Seu amor.

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