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Os filhos da solteirona

Da edição de fevereiro de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã

Christian Science Monitor


Eu era solteira. O fato de não ter marido não me importava. Estava levando uma vida amplamente interessante e apreciava minha independência. Mas quando observava os diferentes tipos de solteironas que conhecia, parecia haver nelas uma espécie de introversão que afastava as pessoas. Eu não queria chegar a esse estado gélido.

Então pensei numa amiga, estudante da Ciência Cristã, com uns dez anos mais do que eu, que não era casada e no entanto ninguém poderia jamais associar com ela a palavra “solteirona”. Era generosa e vivaz, e sua cordialidade atraía pessoas procedentes de todos os caminhos da vida.

Certa noite, jantando em seu apartamento, eu lhe disse que o futuro de solteira importunava minha serenidade. Seu comentário tranqüilo foi: “Não ter a responsabilidade de cuidar de alguém é o que faz as pessoas ficarem secas, tanto as mulheres solteironas como também os homens solteirões.”

Bem depressa eu estava na defensiva. “Ora, você teve uma família de irmãos menores para cuidar. Daí provém o seu instinto maternal. Eu era filha única.”

Ela me serviu mais suco de laranja de uma jarra inesgotável e disse gentilmente: “O mundo inteiro necessita de mães — você tem muitos filhos.”

No caminho para casa aquilo ficou comigo: “O mundo inteiro necessita de mães.” O que brotou dentro em mim modelou-se na oração silenciosa que está tão cálidamente expressa na última estrofe de um poema de autoria da Sra. Eddy. Chama-se “Cristo, Meu Refúgio” e diz:

Orando, quero o bem fazer
Por Ti, aos Teus,
Pois vens amor oferecer.
Conduz’-me, Deus! Hinário da Ciência Cristã, n° 253;

Deste modo deixei Deus me guiar durante o dia seguinte. No escritório, abri as persianas para um colega que gostava de sol, embora eu apreciasse sombra, e ele praticamente caiu sentado com a grata surpresa. Foi um começo revelador e dupliquei meus esforços. Durante todo o dia muitas pessoas vieram pedir-me ajuda pela primeira vez. E Deus me mostrou o que necessitavam.

Ao final do dia, na lancheria do escritório, uma senhora idosa que seguidamente me fizera pequenas gentilezas, veio conversar comigo sobre o falecimento de seu filho único. Ofereci a ela o que a Ciência Cristã me ensinara sobre a eternidade do homem como filho de Deus. Conversamos por algum tempo e seu desespero ficou minorado. Com um sorriso me deu um forte abraço, dizendo: “Nunca me dera conta de que você é uma pessoa tão maternal.” Ela não podia saber o que essas palavras significaram para mim.

Acho que aquele dia marcou o fim do meu celibato. Sei que assinalou o início de uma disposição para escutar a orientação divina que me tem abençoado tanto que posso dizer: “Muito transbordou do meu cálice.” A cordialidade se tornou uma característica mais natural em minha vida e minha carreira o refletiu. Escrever para crianças tornouse minha ocupação integral e, em vez de uma pequena família de crianças para ensinar e confortar, tenho quase literalmente aquele mundo todo que minha amiga me ofereceu.

A primeira linha da Oração do Senhor, “Pai nosso que estás nos céus,” é interpretada pela Sra. Eddy assim: “Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso.” Ciência e Saúde, p. 16. Esta é a fonte de nosso instinto maternal. Como imagem de Deus, todos expressamos amor maternal — amamos como a mãe ama. Isso faz parte de nossa identidade e nunca podemos negá-lo; nem pode ser negado a nós.

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