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Identidade liberada

Da edição de março de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Por acaso você conhece alguém que é inteligente, digno de confiança e responsável? Alguém que você descreveria como possuindo tino comercial e capacidade de realizar negócios meritórios? Alguém que é ao mesmo tempo caridoso, compreensivo, forte, sábio e de espírito alegre?

Talvez você conheça alguém que se enquadre nessa descrição. É essa pessoa — esse amigo — homem ou mulher? Se nos fosse possível realizar uma pesquisa rápida, encontraríamos a grosso modo o mesmo número de homens e mulheres. As qualidades mencionadas, porém, constam da descrição bíblica de uma mulher virtuosa. Ver Prov. 31:10–31;

Deveríamos, no entanto, limitar tais qualidades apenas às mulheres? Ou deveríamos classificar outras qualidades, consideradas masculinas, como “só para homens”? Caridade, inteligência, sabedoria e assim por diante são qualidades universais, disponíveis a cada um de nós para serem expressadas individualmente. O mito de que devido a nosso sexo somente determinadas qualidades de pensamento são possíveis ou desejáveis deve ser destruído. Em lugar desse conceito, a Ciência Cristã define a verdadeira masculinidade e feminilidade como sendo puramente espirituais, refletindo todas as qualidades do Pai-Mãe Deus universal.

Esta definição, de que a identidade individual espiritual inclui todas as qualidades de Deus, é a resposta para a tão extensa busca por identidade, igualdade e valor. Raciocinar a partir da premissa de uma identidade espiritual proporciona uma abordagem prática e sanadora para as questões atuais relacionadas com direitos humanos, discriminação por causa do sexo do indivíduo e os vários aspectos dos movimentos feministas.

A identidade espiritual, baseada na criação espiritual como esta se acha registrada no primeiro capítulo do Gênesis, é a verdadeira natureza de cada um de nós. Nessa criação não é feita menção da matéria. Trata-se da revelação de idéias que desabrocham, entre as quais o homem — macho e fêmea — está incluído: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”  Gênesis 1:27; Ao referir-se a esse versículo, a Sra. Eddy escreve: “Para dar ênfase a esse pensamento momentoso, repete-se que Deus fez o homem à Sua própria imagem, para refletir o Espírito divino. Segue-se daí que homem é um termo genérico. Os gêneros masculino, feminino e neutro são conceitos humanos.” Ciência e Saúde, p. 516;

A identidade humana, mortal, homem ou mulher, é um conceito falso e restritivo. Os aspectos bons e puros da feminilidade e da masculinidade são na realidade qualidades espirituais, em vez de serem traços de sexualidade. Espiritualmente, incluímos tanto as qualidades masculinas como as femininas, porque individualmente refletimos o todo das qualidades divinas. Essa é nossa verdadeira identidade, o sentido correto de inteireza.

Cristo Jesus apresentou humanamente o perfeito equilíbrio das qualidades espirituais derivadas de Deus. Sua compaixão para com os doentes e pecadores era acompanhada de inquestionável autoridade ao curar as enfermidades deles. Suas respostas aos fariseus eram ao mesmo tempo sábias, corajosas e humildes. Apesar de estar a par da falsidade, inveja e ingratidão à sua volta, Jesus amava — não com um amor ingênuo, cego ao pecado e ao ódio, mas com o amor de Deus, o qual inclui discernimento. Ele reconhecia o erro, repreendia-o e não aceitava nenhum outro a não ser o poder de Deus, o bem.

A autoridade de Jesus não provinha de sua vontade masculina, mas de sua compreensão de que Deus é o Pai de todos. O amor que expressava fluía naturalmente de sua compreensão de que Deus é a Mãe que ternamente cuida de cada um de Seus filhos. Deus — que cuida, protege, apoia, fortalece, orienta e mantém o homem, e expressa em cada indivíduo todas as boas qualidades espirituais — era a base da identidade que Jesus manifestava.

A verdadeira identidade pode ser demonstrada por cada um de nós, mesmo quando nos defrontamos com a falsidade ou a discriminação. Há alguns anos uma Cientista Cristã encontrava-se numa posição de chefia que na ocasião era considerada como “trabalho de homem”. Tinha o treinamento, as qualificações e a experiência necessários, mas sua autoridade era questionada por todos os lados. Começou a ressentir-se da sugestão de que o trabalho tornar-se-ia dez vezes mais fácil se ela fosse homem.

Ao volver-se à sua compreensão acerca de Deus e Sua criação espiritual, rejeitou o conceito de homem ou mulher como sendo personalidades humanas possuidoras de características sexuais estereotipadas. Viu a si mesma e aos outros como idéias na Mente, refletindo a soberania da Mente bem como a sua percepção. Não era possível a ela refletir apenas a metade dos elementos da Mente, nem era isso possível aos homens com quem trabalhava. Todos, percebeu, eram idéias completas na consciência divina, Deus. Estudou a afirmação da Sra. Eddy: “Quando os preceitos divinos são compreendidos, desvendam o fundamento da fraternidade na qual uma mente não está em guerra com outra, mas todos têm um só e o mesmo Espírito, Deus, uma só e a mesma fonte inteligente, de acordo com o mandamento bíblico: ‘Que haja em vós a mesma Mente que houve também em Cristo Jesus.’ ” ibid., p. 276;

À medida que, com persistência, punha em prática essa perspectiva espiritual com cada pessoa que encontrava, a situação mudou. Foi capaz de dar contribuições de forma natural; suas idéias passaram a ser respeitadas. A discriminação desvaneceu-se.

Essa mulher não se masculinizou ao tratar com os homens. Nem tampouco adquiriu qualquer característica física masculina. Como o seu sentimento de inteireza estava baseado na identidade espiritual, nenhum aspecto humano quer de masculinidade quer de feminilidade achava-se aí envolvido. Percebeu que cada elemento de sua identidade espiritual derivava-se da Mente divina e era totalmente isento de matéria — de nascimento material, crenças de hereditariedade, processos psicológicos ou leis fisiológicas. Na verdade sua feminilidade foi destacada com a calma confiança e convicção íntima de seu verdadeiro valor, de acordo com a afirmação da Sra. Eddy: “Abandona a crença de que a mente esteja, ainda que por certo tempo, comprimida dentro do crânio, e bem depressa tornar-te-ás mais varonil ou feminil. Compreenderás melhor do que antes a ti mesmo e a teu Criador.” ibid., p. 397.

A verdadeira liberação, portanto, é um acontecimento individual tanto para o homem como para a mulher. É a mudança de um conceito meramente humano de identidade para o espiritual. Tal liberação consiste em substituir a sexualidade/personalidade pela identidade espiritual amadurecida. O resultado inevitável será a libertação dos efeitos das teorias materiais e a comprovação progressiva de quem e o que na realidade somos.

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