Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Talvez seja em tempos difíceis que melhor aprendemos de onde se...

Da edição de março de 1979 dO Arauto da Ciência Cristã


Talvez seja em tempos difíceis que melhor aprendemos de onde se originam nossa força e suprimento e de que modo capacitamo-nos a contar com a fonte, como a Ciência Cristã nos ensina a fazer.

Tais tempos difíceis vieram quando eu era recém-casado e começava num novo emprego. Logo depois de ter-me formado em direito, passei nove semanas estudando e assistindo conferências intensivas a fim de prestar exame para ingresso no tribunal de justiça. Alguns temores de fracasso já tinham se infiltrado e a terrível previsão de que “um dentre três não passará” começou a me perturbar. Como estudante da Ciência Cristã, compreendi a necessidade de aplicar seus ensinamentos à situação. Procurei um praticista da Ciência Cristã, o qual indicou a necessidade de eu manter-me acima das opiniões humanas e do mesmerismo do medo que se declarava ao meu redor e que eu estava reproduzindo.

Cinco meses depois e aos quatro meses no novo emprego, os resultados do exame foram publicados. Meu nome não constava na lista.

Para alguém que sempre obteve sucesso acadêmico com relativa facilidade, a notícia foi um grande choque. Caí em desespero. Examinando mais profundamente o meu pensamento, descobri que as aparentes limitações de medo e cansaço não eram a expressão da minha verdadeira identidade como filho inteligente de Deus.

Pela segunda vez iniciei um mês de preparação para os dois dias de exames, com duração de treze horas. No começo eu estava dando prioridade à preparação para o exame, com prejuízo da preparação das qualidades espirituais do pensamento. Meu progresso no estudo para o exame refletiu essa desordem de prioridades, que mais tarde vi como desobediência ao primeiro mandamento (Êxodo 20:3): “Não terás outros deuses diante de mim.”

Humildemente, em desespero, mais uma vez procurei um praticista e pedi apoio por meio de oração. Ele recomendou que eu desse um passo para trás e obtivesse uma perspectiva mais ampla, mais correta. A última estrofe do hino n° 218 no Christian Science Hymnal foi uma inspiração para mim:

O passo livre, o respirar,
Do horizonte o resplendor;
A Vida que é imortal,
Vida que tudo renovou.

Na manhã seguinte, enquanto lia a lição bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã, estas palavras do Apocalipse iluminaram-se e adquiriram vida para mim (12:10): “Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo.” Esse conceito de instantaneidade inundou meu pensamento. Senti uma grande pressão sair de sobre mim.

Daí em diante, todas as manhãs eu ponderava as palavras do hino n° 218, usando o dicionário para explorar o significado de cada palavra e obtendo de fato uma perspectiva mais ampla. Da mesma forma estudei a definição de “medo” que a Sra. Eddy dá no Glossário de Ciência e Saúde. A definição diz (p. 586): “Calor; inflamação; ansiedade; ignorância; erro; desejo; cautela.” Cada palavra foi profundamente considerada, e apliquei à minha necessidade os fatos espirituais opostos. Foi esse elevar da consciência acima das restrições e limitações humanas, que ocorreu durante aquele período de preparação mental, o que mais valorizo agora.

O exame começou numa segunda-feira. No primeiro dia, deixei Deus me inspirar cada resposta que brotava.

Naquela noite fui dormir cedo, mas duas horas e meia mais tarde eu estava bem desperto e com o temor: “Você não conseguirá dormir de novo e precisa dormir.” Mais uma vez telefonei para o leal praticista. Ele pediu-me para prestar atenção, em oração, à idéia da “certeza da imortalidade,” que nos traz refrigério. Indicou-me a seguinte declaração da Sra. Eddy (ibid., p. 387): “Quando chegamos aos limites da resistência mental, concluímos que nosso trabalho intelectual foi levado ao extremo; mas, quando nos damos conta de que a Mente imortal está sempre ativa, que as energias espirituais não sofrem desgaste e que a assim chamada lei material não pode invalidar os poderes e os recursos dados por Deus, podemos descansar na Verdade, retemperados pela certeza da imortalidade, oposta à mortalidade.”

Comecei a enumerar as certezas que percebia: os ensinamentos e o corajoso exemplo de Cristo Jesus; a visão e a persistência da Sra. Eddy ao estabelecer a Ciência Cristã; as muitas curas maravilhosas que eu obtivera com o estudo da Ciência Cristã. Reconhecer as curas parecia ser vital.

Não dormi mais naquela noite, mas passei uma noite descansada. Quando amanheceu, não estava dominado por um sentimento de fadiga. Dei cada passo como um passo com Deus; tomei cada pergunta como uma oportunidade para expressá-Lo, expressar Sua inteligência, Sua onisciência. À tardinha, a penúltima questão à primeira vista parecia desesperadamente difícil. Mas o refrigério espiritual e a cura que eu procurara estavam comigo. Frase por frase, desenvolvi uma resposta e o exame estava terminado.

Meses depois, quando deviam chegar os resultados do exame, consegui manter-me calmo, sabendo que o propósito de Deus estava evidente naquele momento e em todos os momentos — para mim, e para cada um dos Seus filhos. Cada um de nós enfrenta desafios que podem ser encarados como oportunidades para expressar a única Divindade. Sua vontade é feita, Seu suprimento é abundante, Sua inteligência é manifestada. Percebi claramente estes fatos, antes de saber os resultados humanos.

As lições aprendidas — uma perspectiva mais ampla de Deus como a inteligência divina — fizeram dessa experiência algo muito especial para mim. Sim, conquanto eu tenha sido aprovado no exame, sabe você que isso não foi o mais importante?


Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 1979

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.