Dessa vez era diferente! Ao invés de meramente ler a lição bíblica, No Livrete trimestral da Ciência Cristã. eu estava descobrindo sua profunda mensagem. Não me encontrava simplesmente lendo palavras, mas ponderando idéias. Não me achava meramente passando pelas várias seções, mas ia sendo tocada pela gratidão, enquanto cada uma das citações me deixava repleta do poder do cuidado preservador do Amor para com toda a sua criação. Que é que transformara esse estudo diário, de hábito em acontecimento? As vestes nupciais.
“Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça.” Eclesiastes 9:8. Aproximamo-nos de Deus na medida em que mentalmente nos revestimos das vestes alvas da oração — qualidades puras como atenção, humildade, expectativa, obediência. Certamente não nos faltará o bálsamo da inspiração quando abordamos nosso estudo diário revestidos dessas qualidades — das vestes nupciais — pois elas no-la asseguram.
“A intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua idéia, o homem” Ciência e Saúde, p. 284., diz-nos a Sra. Eddy. Porventura abordamos sempre o estudo diário ouvindo com atenção — ansiosos por vislumbrar aquilo que Deus sabe de Seu universo perfeito — ou estamos por demais ocupados em dar a Ele nossa opinião a respeito das coisas?
Estamos receptivos e sensíveis à Sua intercomunicação, ou estamos resistindo à verdade espiritual, com o testemunho do sentido material encapuçado como se fora o nosso próprio pensamento?
Estamos revestidos de petições sinceras, pedindo a Deus que nos mostre como fazer Sua vontade? Ou estamos implorando-Lhe que execute a nossa?
Estamos envolvidos na oração que espera o bem ilimitado, ou estamos presos na teia ilusória do medo de sermos obrigados a aceitar algo inferior à cura completa?
Nossa veste de alegre louvor pode ser sem costura, tecida com gratidão infindável pela onipresença do bem espiritual. Precisamos nos recusar a aceitar a contrafacção do bem (a matéria) e é mister parar de tentar reconciliar a evidência material com o bem, Deus. Podemos nos revestir de humildade, reconhecendo a majestade, o poder e as obras multiformes da única Mente, ao invés de ficarmos presos às fraldas da nossa própria importância ou da autopiedade. Podemos procurar diligentemente o todo do Cristo, a Verdade, ao invés de aceitar os andrajos das limitações materiais.
Na parábola das bodas do filho de um rei (ver Mateus 22:1 – 14), Cristo Jesus dá ênfase à importância de trajarmo-nos para a festa com vestes nupciais. Nenhum instante poderia ser mais valioso que o daquele momento de comunhão com Deus, em nossa oração e estudo diários, que a cada um de nós une cada vez mais à idéia espiritual, ou Cristo. Essa é, em certo sentido, a festa das bodas, e todos estão convidados a dela participar. Oração diária une nosso desejo puro de conhecer a Deus com a compreensão e a convicção espirituais de que o Espírito é o único criador, o único poder e, de fato, é Tudo.
A parábola de Jesus a respeito da festa de núpcias modificou meus hábitos. Em vez de simplesmente ler a lição cada manhã, procurei realmente assimilá-la e demonstrá-la diariamente. Meditando nessa parábola, comecei a valorizar, como nunca antes valorizara, a festa de núpcias que o Amor me prepara a cada dia. Meu apreço pelo que há de especial nesse estudo diário, faz com que eu queira estar pronta para a ocasião, revestida dos meus pensamentos mais verdadeiros.
Gosto de primeiramente afirmar que estou em união com a Mente divina e, portanto, receptiva, natural e necessariamente, à Sua sabedoria e orientação. Como minha unidade com a Mente infinita implica que sou inseparável de Sua onisciência, posso negar a existência de qualquer outro poder que pretenda esconder ou impedir as instruções do Amor. Estou livre para reivindicar, como minhas próprias, as qualidades de gratidão, alegria, honestidade, obediência voluntária, expectativa e humildade. Fecho mentalmente a porta a qualquer devaneio, dúvida ou distração que se intrometam e intentem desviar meu pensamento da inspiração da lição. Assim procedendo, mantenho a porta aberta às idéias espirituais. Ao terminar o estudo, estou armada da certeza da proteção do Amor, desperta para as promessas do Amor e amparada pelas provas de cura do todo-poder do Amor — tudo isso proveniente da Palavra inspirada da lição bíblica. Estou pronta para o dia.
Certa manhã, determinado trecho da lição ficou especialmente gravado em meu pensamento. Dizia: “No interior, a filha do Rei é toda formosura.” Salmos 45:13 (conforme a versão King James). Mais tarde, naquele dia, vi minha filha coberta de urticária. Imediatemente, lembrei-me da passagem a respeito da filha do rei, o que impediu meus pensamentos de serem obstruídos por indagações, como “o que será isso” e “por que isso”. Permanecendo com o significado espiritual da citação — a pureza e a perfeição do filho de Deus — desapareceu-me todo o medo. Ao findar-se o dia, a urticária tinha desaparecido, para nunca mais reaparecer.
A Sra. Eddy escreve: “Em balsâmico uníssono com a natureza, os mortais estão aguardando e trabalhando, desfazendo-se das vestimentas que já lhes são pequenas, que estão gastas ou imundas — os prazeres e as dores da sensação e o pano de saco da espera — em troca da primavera da Alma.” Christian Science versus Pantheism, p. 1. Não foi isso que o cego Bartimeu fez quando se aproximou de Jesus para ser curado? “Lançando de si a capa, levantou-se de um salto, e foi ter com Jesus,” Marcos 10:50. lemos na Bíblia. Trocava a veste suja das limitadoras crenças materiais a respeito do homem, pela veste nupcial da esperança e da receptividade, e isso obliterou seu hábito diário de pedir esmolas e substituiu-o pelo evento celestial de ser curado!
“Hoje viestes ao banquete do Amor”, escreveu a Sra. Eddy aos membros de A Igreja Mãe em junho de 1900, “e vos ajoelhais diante do seu altar. Oxalá estejais trajados com a veste nupcial nova e velha, e possa o toque da orla dessa veste curar o doente e o pecador!” Message to The Mother Church for 1900, p. 15. Ao iniciardes vossa oração e estudo, lembrai-vos de que o Amor preparou-vos a mesa, e que o banquete divino e abundante da Alma satisfaz a cada hóspede faminto. Estamos prontos para ser alimentados com sua verdade e a curar com ela? Se trajamos as vestes nupciais, podemos estar prontos, agora.
