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O “santo homem de Deus” que passa por nós

Da edição de janeiro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Deve ter sido numa das visitas do profeta Eliseu à casa da sunamita, que o pensamento dela se iluminou e ela percebeu a verdadeira natureza do visitante. Diz ela ao esposo: “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus. Façamos-lhe, pois, em cima, um pequeno quarto, obra de pedreiro, e ponhamos-lhe nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; quando ele vier à nossa casa retirar-se-á para ali.” 2 Reis 4:9, 10.

Seria possível ver-se nesse pedido a isenção da vontade de constranger o visitante e a confiança de deixar os acontecimentos se desenrolarem naturalmente? Com que confiante expectativa ela preparou o lugar para o visitante retirar-se! Mal sabia ela da grande bênção que estava para vir a seu lar por meio de sua gentil e amável preparação para acolher o “santo homem de Deus”.

A experiência da sunamita é análoga à do bibliotecário de uma Sala de Leitura da Ciência Cristã. Nossas Salas de Leitura têm sido consideradas como portas de nossas igrejas, abertas todos os dias da semana. As qualidades crísticas, límpidas e amáveis, tão bem expressas por aquela grande mulher há tantos anos — humildade, amor abnegado, alegre preparação, paciência — dão o exemplo para a preparação diária do bibliotecário de hoje. Essas qualidades abriram a porta ao “santo homem de Deus” naquela ocasião, e abrem a porta ao “santo homem de Deus” hoje. Contudo, com renovada visão, pois, por meio da Ciência Cristã, podemos ver — em cada pessoa — não apenas um dedicado ser humano, mas o homem espiritual e santo criado por Deus.

A consciência crística atrai o cansado e atribulado, consola o triste e cura o doente, assim como dá as boas-vindas ao espiritualmente elevado. Em nosso livro-texto, Ciência e Saúde, a Sra. Eddy dá-nos uma útil descrição da consciência inspirada pelo Cristo, quando escreve: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ciência e Saúde, pp. 476–477.

Que é que vemos quando com o olhar acompanhamos as pessoas que passam diante da porta de nossa casa, nossa igreja ou nossa Sala de Leitura? Se vemos pessoas doentes, solitárias, preocupadas ou malhumoradas, não estamos emulando Cristo Jesus e vendo “o homem perfeito”. Acaso sentimos, às vezes, que as pessoas com quem temos contato não são receptivas — que não cooperam, ou são descorteses, que fazem críticas? Jesus via o homem perfeito ali mesmo onde a mente mortal via um mortal que tinha a mão ressequida, ou um mendigo cego, ou uma criança moribunda, ou uma multidão faminta, com suprimento insuficiente de alimento. Se quisermos estimar corretamente o nosso próximo, temos de fazê-lo do modo como Jesus via o seu próximo — suprido sempre abundantemente, nunca tendo falta de coisa alguma.

O homem real, o “santo homem”, é o perpétuo reflexo de seu Pai-Mãe Deus. Precisamos reclamar diariamente nossa herança dada por Deus não só para nós como para todos. “Como o homem real está ligado pela Ciência ao seu Criador,” diz o livro-texto, “os mortais só precisam volver-se do pecado e perder de vista o eu mortal para acharem o Cristo, o homem real e sua relação com Deus, e para reconhecerem a filiação divina.” Ibid., p. 316.

Ser obediente a esta diretiva é gozar a paz e a perfeição que são nossas eternamente, aí mesmo onde parecem estar as pretensões do sentido material — tais como apatia, vontade humana, medo, ignorância, desinteresse, crenças de idade. Deus é Amor, e o homem feito à Sua imagem, ama. Nossa profunda dedicação a esse ponto de vista espiritual ajuda-nos a ser cooperativos, pontuais, inteligentes, dispostos e prontos para tratar dos negócios do Pai. E ajuda-nos a ver a natureza divina expressa em outros.

Acaso parece que encontramos o oposto das qualidades de Deus? Então precisamos ser mais diligentes em saber que o homem feito à semelhança divina nunca necessita ser mudado, mas que nosso conceito do homem necessita ser elevado até coincidir com o homem perfeito visto por Jesus.

O calor do amor em nossos corações, o desejo de ver somente o homem real, capacita-nos a erradicar falsos traços de caráter, a descobrir e destruir crenças de rancor e beligerância, a negar o medo, a desfazer a resistência e a ver essas falsas crenças se dissiparem em nada. O Salmista disse: “Vi um ímpio prepotente a expandir-se qual cedro do Líbano. Passei, e eis que desaparecera; procurei-o, e já não foi encontrado. Observa o homem íntegro, e atenta no que é reto; porquanto o homem de paz terá posteridade.” Salmos 37:35–37.

Embora se apresentem quadros de falhas ou frustração, de medo, condenação ou escassez, o pensamento completamente preparado e esperançoso do bibliotecário sabe que o inverso é verdadeiro. Essa rápida inversão é um desafio a todas as pretensões dos sentidos pessoais, e realizá-la abençoa a todos os que vêm à Sala de Leitura.

Espiritualizar o pensamento é algo particularmente necessário a todos os que servem na Sala de Leitura. O bibliotecário de hoje precisa ter uma percepção clara do direito inato do homem como filho de Deus. Essa comunhão com o Amor dá-lhe domínio sobre as sugestões agressivas que querem intrometer-se e perturbar a harmonia do dia. Ao bibliotecário compete ministrar e isso exige amor abnegado e dedicação. Esse pensamento iluminado vê, em cada pessoa que passa, o “santo homem de Deus”. Esse homem sente-se seguro, é reto, feliz e livre. Está atento à sua relação indestrutível com Deus, unido com o Cristo. Não está depauperado pela estimativa limitada que o homem mortal faz de si mesmo, mas é rico na abundante substância que aufere de seu Pai celestial.

A mulher sunamita, tendo sido inspirada a preparar um lugar para o “santo homem de Deus” que passava por ali, verificou que seu lar e sua família foram grandemente abençoados. Assim também o bibliotecário, ao preparar-se abnegadamente para receber os visitantes de cada dia, estará abençoando não só os visitantes, mas, em última análise, também sua própria experiência.

Abram-se as portas! O “santo homem de Deus” está passando.

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