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Entrevista: com um cientista em Física Óptica

Da edição de fevereiro de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


No décimo aniversário da primeira alunissagem da espaço-nave Apolo, o recebeu citação especial da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) por seu trabalho como principal analista das amostras de rochas trazidas da lua. Essa análise foi feita juntamente com outras pessoas, inclusive os pesquisadores do Observatório de Paris e das Universidades de Hull e Leicester, na Inglaterra. De acordo com a NASA, o estudo feito sobre a luminiscência e propriedades ópticas do material lunar “aumentou significativamente o conhecimento e a compreensão do homem sobre a natureza da lua e do seu ambiente”.

O Dr. Geake é atualmente instrutor da cadeira de Física do Instituto de Ciências e Tecnologia da Universidade de Manchester, onde chefia o Grupo de Física Instrumental e a Unidade de Física Aplicada, órgão de consultoria industrial. É Cientista Cristão ativo, membro de Quarta Igreja de Cristo, Cientista, Manchester, na Inglaterra.

Como Vossa Senhoria aplica a Ciência Cristã no seu trabalho de cientista em Física Óptica?

O aspecto mais importante do meu trabalho é o de imaginar novos instrumentos ópticos. O modo mais proveitoso que achei de encarar o assunto foi o de reconhecer a verdadeira fonte das idéias — reconhecer que elas provêm da Mente divina, a Mente ilimitada.

Como Cientista Cristão V.Sa. toma por base a totalidade da Mente divina, e, no entanto, trabalha na feitura de instrumentos para a Física Óptica. Não o acha contraditório? Deus nada sabe sobre instrumentos ópticos.

É verdade, mas creio que o que realmente importa num instrumento óptico não são os componentes, o vidro do qual é feito, mas os “princípios” sobre os quais está baseado, e qualidades tais como perfeição em operação e utilização. Essas são qualidades essencialmente metafísicas. Provêm de Deus.

Acerca de tais “princípios” a Sra. Eddy diz: “Aquilo que, em linguagem comum, é denominado o princípio da vibração harmoniosa, o princípio da conservação do número em geometria, o princípio do plano inclinado em mecânica etc., outra coisa não é senão o efeito de uma causa universal, a emanação do único Princípio divino, inteligente, que mantém a terra na sua órbita pelo poder espiritual gerado, que rege as ondas e os ventos, assinala a queda de um pardal e governa tudo desde o infinitésimo até o infinito — isto é, Deus.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 226.

Creio que quando alguém reconhece isso, os componentes propriamente ditos, ou seja, o modo de realizar algo, tornam-se evidentes.

Pode V.Sa. lembrar-se de um caso específico em que aplicou a verdade de que a Mente divina é a fonte real das qualidades e dos “princípios” empregados no projeto de um instrumento?

Sim, houve a ocasião em que eu estava desenvolvendo um instrumento óptico para uma usina de força nuclear. Eu havia calculado todos os ângulos necessários, mas quando chegou a hora de submetê-lo à prova, por alguma razão que eu era incapaz de discernir, ele se recusou a funcionar.

E como resolveu o problema?

Em breve constatei que tinha de encarar o assunto de outra maneira. Eu estivera pensando inteiramente do ponto de vista da óptica. Eu tinha de desenvolver o raciocínio a partir de uma base metafísica.

Orei para que meu modo de tratar do assunto fosse guiado pela Mente divina. Que na perfeição da Mente não há lugar para imperfeição. E que, portanto, não há lugar para enganos, não há lugar para erros ou falhas. A Mente divina não comete enganos.

Compreendi que as qualidades do instrumento eram essencialmente metafísicas, qualidades de perfeição, de discernimento, de pensamento.

Enquanto assim raciocinava, veio-me a idéia de dar um valor específico ao ângulo entre dois componentes especiais. Não era o valor que eu havia calculado. Eu tinha inventado a teoria subjacente a esse instrumento e minha teoria dera resultado diferente. Não obstante, prossegui no rumo indicado pela intuição e, quando ajustei o instrumento a esse ângulo, a coisa funcionou. Submeti o instrumento à prova e o teste teve pleno êxito.

Isso mostra realmente quão prática é a orientação da Mente.

Sim. E os testes resultaram num funcionamento muito melhor do que teríamos podido esperar das limitações físicas desse dispositivo. Durante o teste surgiram evidências que eram, na minha opinião, exemplos muito específicos da direção divina. Alguém poderia ter dito que eu havia sido extremamente afortunado, por certas coisas terem acontecido como ocorreram. Mas vejo nisso o resultado direto da liderança da Mente.

Será que V.Sa. aplicou a Ciência Cristã em outras áreas além de na invenção de instrumentos?

Sim. Tive o caso de um interessante conserto eletrônico que estava sendo executado.

Havíamos construído um equipamento para analisar o espectro das amostras de meteoritos. Nosso equipamento parecia estar funcionando tão bem que se tornara muito conhecido de todos. De fato, um famoso astrônomo vindo de outras terras perguntou se ele podia vir e utilizar nossos instrumentos, colaborar conosco. Ficamos muito satisfeitos com isso, mas no dia em que ele devia chegar, o instrumento enguiçou.

Foi possível descobrir a causa do enguiço?

Ora, aconteceu que um dispositivo especial de fornecimento de energia de alta voltagem se estragou. Não era um equipamento que nós houvéssemos projetado, de maneira que não sabíamos os pormenores de sua eletrônica e não podíamos tê-lo consertado logo. Assim, tive de ir até o aeroporto para receber o astrônomo, embora soubesse que havia dado as costas ao laboratório com o tal equipamento fora de funcionamento, e que talvez a visita do astrônomo fosse em vão.

Que foi que V.Sa. fez?

Enquanto eu estava no aeroporto aguardando a chegada do avião, decidi que seria bom colocar os meus pensamentos numa base mais espiritual. E quando me dei conta, eu simplesmente estava repassando a Oração do Senhor. Andei para lá e para cá tentando penetrar nas palavras de Cristo Jesus e sua interpretação espiritual dada pela Sra. Eddy em Ciência e Saúde. Ver Ciência e Saúde, pp. 16–17.

Como é que a Oração do Senhor foi aplicada a um dispositivo estragado que se destinava a conduzir energia elétrica?

Naquela ocasião quase não consegui entender como isso era relevante, até que cheguei à frase final, ou seja, “Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre” Mateus 6:13.. De repente veio-me a percepção de que eu devia tomar o significado dessas palavras em seu sentido literal. Precisávamos de uma fonte de energia. E essa é Deus! Deus é realmente o único poder, isto é, a única força ou energia. Mas se reivindicamos a Deus esse poder, somos também obrigados a dar glória a Deus. Senti-me chocado ao constatar que talvez estivéssemos um tanto orgulhosos demais do nosso feito, com a visita desse personagem famoso que desejava usar o nosso equipamento. Talvez devêssemos dar glória a Deus. A partir desse ponto tive a plena certeza de que tudo estava em ordem.

Recebi o astrônomo e o levei ao laboratório. Meus colegas vieram ao nosso encontro, dizendo: “Oh! Não sabemos o que foi que aconteceu, mas parece que todas as coisas estão novamente funcionando.” O dispositivo funcionou durante toda a estadia do visitante e tudo quanto tivemos de fazer em conjunto com ele ficou completo. Esse contato inicial foi o começo de muitos anos de cooperação proveitosa com esse homem, e vale dizer que me levou diretamente a cooperar no programa espacial Apolo.

Na sua opinião, qual a coisa mais importante que aprendeu desse incidente?

Que, se invocamos a Mente divina como fonte de todas as idéias verdadeiras, somos compelidos a dar sem reserva o crédito e a glória também à Mente. Um inventor não deve considerar-se criador privilegiado, nas palavras da Sra. Eddy. Ver Ciência e Saúde, p. 263: 1–4.

Como Cientista Cristão, de que modo V.Sa. encara seu papel de inventor ou de pesquisador?

Somos simplesmente o canal pelo qual as idéias vindas da inteligência divina se tornam humanamente expressas. Creio que o senhor disse que Deus não sabe coisa alguma acerca de instrumentos ópticos, nem sequer sabe que eles existem. Por outro lado, os elementos que estão envolvidos, a percepção, a inteligência, a utilidade, são, em essência, oriundos de Deus. É o caso de se ficar à escuta do que a Mente divina está dizendo e, depois, vêm a nós as introspecções, tanto quanto os métodos de levá-las praticamente a efeito.

E que me diz quanto aos problemas morais envolvidos no emprego da tecnologia e da ciência? Por exemplo: Um sistema óptico que V.Sa. desenvolveu poderia, teoricamente, ser empregado nos armamentos dotados de raios laser, os quais poderiam ser bem destruidores. E muita gente está preocupada com as implicações da engenharia genética, da força nuclear e do mau emprego dado aos computadores.

Se alguém está sinceramente procurando ser guiado pela Mente divina, parece-me muito menos provável que a tecnologia venha a ser empregada de alguma maneira prejudicial. Acredito que esse é o ponto número um. Cientistas Cristãos que trabalham em campos tecnológicos são obrigados a confiar na direção divina e a saber que a Mente não contém nenhuma idéia má e não acarreta nenhuma conseqüência má.

O segundo ponto é que não creio que, como Cientistas Cristãos, possamos invocar a direção divina para nós mesmos e não invocá-la também para outras pessoas. Quer o saibam quer não, existe apenas uma Mente única. É preciso orar para a comunidade científica assim como se ora para a igreja ou para a família, orar para protegê-la das influências más. E isso só se pode fazer ao afirmar a perfeição da Mente divina e o controle total que esta exerce sobre tudo quanto realmente está acontecendo.

Isso não nos impede de expressar opinião sobre qualquer solução tecnológica em especial, mas julgo que é preciso manter no pensamento, em primeiro plano, a verdade do ser e conscientizarmo-nos de qual é a origem do controle.

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