O homem é a evidência de que Deus existe.
Como esse conceito, baseado em Deus, difere da crença geralmente aceita de que o homem seja um mortal insignificante que vive precariamente entre o nascimento e a morte, num corpo físico! O homem real (o verdadeiro você e eu) é semelhante a Deus, completo em todos os detalhes e está fora do físico restritivo.
A criação, portanto, é a evolução que procede da Mente divina, e não um processo biológico. Essa asserção poderá contrariar de modo gritante a evidência do sentido físico e, não obstante, é verdadeira. O efeito de uma causa imaterial, do próprio Espírito, tem de ser espiritual. E o Espírito se manifesta em idéias, pois o Espírito é Mente, a força absoluta, criadora e governante do universo. O homem é a mais formidável das idéias do Espírito. À matéria é impossível constituir o homem genuíno. A Sra. Eddy afirma com clara percepção: “A Mente cria Sua própria semelhança em idéias, e a substância de uma idéia está bem longe de ser a suposta substância da matéria não inteligente.” Ciência e Saúde, p. 257.
Aquilo a que erroneamente se denomina homem — uma criatura constituída de elementos moleculares, químicos e biológicos — não é de modo algum o homem. Trata-se de uma concepção errônea, que existe exclusivamente numa suposta mente mortal separada de Deus, e que expressa esta consciência errônea. Isso não quer dizer que o homem seja imperceptível ou insubstancial; ele é substancial e eterno porque Deus o é. Significa, porém, que o homem não pode ser mortal. Para que encontremos nossa verdadeira identidade precisamos compreender mais claramente o nosso criador, a Mente e o Espírito que refletimos. À medida que nos esforçamos para compreender Deus e amá-Lo, descobrimos que nós e as demais pessoas somos Sua nobre e indestrutível criação.
Como Deus é Alma, que dá origem a toda beleza, alegria e individualidade, cada um de nós, na realidade, expressa tais qualidades. Muitas pessoas pensam que a alma seja uma essência espiritual temporariamente aprisionada dentro de um corpo físico, que será libertada após a morte. A Ciência do Cristo, no entanto, explica com lógica que o homem é inteiramente espiritual, é o resultado do Espírito, da única Alma infinita. A compreensão desse fato fortalece-nos tanto mental como fisicamente.
Como Deus é a Mente imensurável, o homem expressa capacidades mentais ilimitadas. A inteligência não é determinada pelo cérebro ou pela hereditariedade. Quão útil nos é essa compreensão! Podemos levantar o fardo da crença numa inteligência restrita, em fadiga mental, deficiência mental, doença ou falta de criatividade.
O homem possui vida porque Deus é sua Vida. O homem ama porque como idéia do Amor, amar faz parte de sua natureza. É a própria emanação do Amor infinito, e nele habita com segurança. Inclui somente aquilo que é ideal, porque é a expressão da Verdade.
Há ainda outro sinônimo que nos auxilia a aprofundar a compreensão a respeito de Deus, fornecendo-nos, como conseqüência, um quadro mais nítido do homem. Deus é Princípio divino. Dele emana toda lei genuína e é Ele quem governa o ser do homem. O homem é inseparável desse poder orientador infalível. Reflete a integridade, a sabedoria e a pureza do Princípio.
Reconhecemos que o homem é idéia. E que bela idéia é ele! Que faremos, porém, com o corpo material que com tamanha insistência parece ser cada um de nós? Será que não precisamos nos elevar acima deste corpo físico a fim de representarmos Deus em maior plenitude? Porventura a verdade de que o homem é idéia de Deus tem valor prático, neste exato momento?
Em primeiro lugar, nosso propósito não é o de nos livrarmos de um corpo mortal. O fato é que a verdadeira identidade não é feita de matéria. O Espírito é a substância de todo ser. A matéria é um conceito da mente mortal, e a própria mente mortal é uma contrafação da Mente única e divina. Temos que nos livrar, isto sim, da crença errônea a respeito do corpo, ou da identidade.
O corpo físico é a contrafação da verdadeira identidade espiritual. A seguinte afirmação da Sra. Eddy projeta luz sobre o assunto: “Toda crença material sugere a existência da realidade espiritual; e, se os mortais estiverem instruídos nas coisas espirituais, ver-se-á que a crença material, em todas as suas manifestações, invertida, constitui o tipo e representante de verdades inestimáveis, eternas e bem à mão.” Miscellaneous Writings, pp. 60–61.
Manifestamos saúde e liberdade, ou seja, menos materialidade, na medida em que purificamos nosso pensamento, compreendendo que tudo aquilo de que temos consciência constitui nossa identidade atual. Os grilhões impostos pela crença numa vida orgânica e estrutural começam a romper-se na proporção em que cedemos, em nossa mentalidade, à onisciência da Mente única, que forma sua própria imagem imaterial. E veremos que a moléstia e a doença são curadas. No entanto, o que parece ser a cura de um corpo físico é, na realidade, a cura do pensamento.
Nada é exterior à consciência. Temos domínio sobre nossos corpos — domínio outorgado pela Mente. Embora as pessoas se satisfaçam, ou não, com a busca de causas ou curas materiais, a Ciência Cristã nos indica como nos podemos volver para a consciência divina em busca de toda a saúde. Mediante a oração apercebemo-nos das idéias sanadoras que nos são continuamente comunicadas pelo Cristo que em nós habita, a presença sanadora do Amor.
Ao referir-se à sua futura demonstração sobre os sentidos físicos, Cristo Jesus disse: “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei.” João 2:19. Ao interpretar essas palavras a Sra. Eddy escreve: “Jesus disse: ‘Destruí este santuário [corpo], e em três dias [Eu, a Mente] o reconstruirei’; e foi o que ele fez para renovar a confiança da humanidade cansada.” Ciência e Saúde, p. 494.
Podemos transformar nossa vida — até mesmo espiritualizar nosso conceito de substância e identidade — se cedermos ao poder ressuscitador do Cristo. Na realidade, estamos agora vivendo no reino do Espírito como as próprias e preciosas idéias do Espírito. O verdadeiro homem é espiritual e corporifica as qualidades divinas. Deus e o homem existem em unidade inseparável.
Nenhum argumento convoluto da mente mortal, nenhuma argumentação das ciências físicas, pode alterar os fatos espirituais da identidade, do propósito e da substância do homem. Nunca seremos menos do que o homem que Deus criou. Podemos fazer uso do puro poder dessa verdade para regenerar e curar nossa concepção atual de identidade. Podemos fazê-lo agora, pois a verdade é verdadeira agora já.
