Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Que é a Bíblia?

8a. parte: A vida e a obra de Cristo Jesus

Da edição de junho de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


Os profetas do Antigo Testamento havia longo tempo esperavam a vinda do Redentor ou Messias que haveria de livrá-los da opressão. Muitas profecias concernentes a esse libertador aparecem no Antigo Testamento. [Ver (1) na seção Leituras adicionais no final deste artigo.] Essas profecias se cumpriram com o advento de Jesus.

Esse homem Jesus, o representante humano do Messias, ou Cristo, nasceu numa pequena aldeia chamada Belém. (2) Sua mãe, Maria, é muitas vezes chamada a Virgem-mãe. Ela era de pendor puro e podemos ter certeza de que possuía profundo sentido espiritual de Deus. No livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy descreve as condições que levaram ao nascimento de Jesus: “A iluminação do sentido espiritual de Maria reduziu a silêncio a lei material e sua ordem de geração, e fez nascer o filho de Maria pela revelação da Verdade, demonstrando que Deus é o Pai dos homens.” No parágrafo seguinte, acrescenta: “Jesus foi o progênito da comunhão autoconsciente de Maria com Deus.”Ciência e Saúde, pp. 29—30.

Pouco após o nascimento de Jesus, sua mãe e José tiveram de ir para Jerusalém a fim de cumprir com certos requisitos da lei judaica. Enquanto se encontravam no templo, Simeão, homem devoto e justo, viu o menino Jesus. (3) Tomando-o nos braços, louvou a Deus. Simeão havia reconhecido em Jesus o Messias que haveria de trazer salvação a toda a humanidade: “Luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel.” Lucas 2:32. O Cristo, a natureza divina e a condição de homem perfeito revelada por Jesus, estava destinado a ser o Salvador de toda a humanidade, redimindo-a das crenças materiais a respeito do homem, as quais haviam escravizado a humanidade durante séculos. Jesus estava tão consciente de que o Cristo era sua identidade real que este passou a ser o seu título. Muitas vezes a Bíblia refere-se a ele como “Cristo Jesus” e na Ciência Cristã essa designação é a preferida.

É praticamente impossível escrever uma biografia completa de Jesus. Sabemos muitíssimo pouco a respeito dos anos que conduziram a seu ministério e não sabemos o suficiente quanto à ordem em que ocorreram os acontecimentos durante esse ministério. Alguns detalhes são registrados pelos quatro evangelistas; outros por três, dois, ou apenas um deles. Mas podemos ter certeza de que os grandes acontecimentos relatados nos Evangelhos aconteceram de fato.

Muito pouco se sabe da infância de Jesus. No Evangelho de Lucas lemos que à idade de doze anos foi encontrado no templo a debater com os mais ilustrados homens de seu tempo. (4) Os anos que se seguiram a esse acontecimento são geralmente mencionados como “os anos desconhecidos”, pois não existe informação alguma a respeito da vida de Jesus. Várias teorias circulam quanto ao que ele teria feito e aonde fora, mas nenhuma dessas histórias fantasiosas têm qualquer base nas narrativas dos Evangelhos. O melhor seria que não dependêssemos delas.

O acontecimento seguinte então registrado, é o batismo de Jesus, à idade aproximada de 30 anos. (5) João Batista, o pregador justo que batisou Jesus, havia trazido ao povo de seus dias o batismo do arrependimento, a limpeza moral que se faz tão necessária se o pensamento deve elevar-se espiritualmente. O próprio Jesus mostrou a necessidade de purificação do pensamento quando aceitou o batismo a fim de “cumprir toda a justiça” Mateus 3:15.. Se o batismo era necessário para manifestar justiça, ou retidão, tem ele validade ainda hoje em dia. Não o ritual, o rito material de lavar com água, mas o lavar ou limpar do pensamento mediante as idéias puras e elevadas do Espírito. O resultado dessa limpeza é paz, simbolizada no caso de Jesus pela pomba. (6)

A seguir, vindo imediatamente após o batismo de Jesus, houve a tentação no deserto. (7) O diabo, o mal, tentou-o três vezes. Mas Jesus não concordou com as insinuações que o fariam duvidar de sua filiação com Deus. Como resultado, “vieram anjos, e o serviam” 4:11..

Podemos estar certos de que Jesus agia em obediência ao plano de Deus quando, depois de começar seu ministério público, escolheu um grupo de doze discípulos que o acompanharam em suas viagens, que foram testemunhas oculares de sua obra de cura e a quem ele dava às vezes instruções especiais, de modo que seus maravilhosos ensinamentos continuaram, mesmo depois que ele não mais se encontrava sobre a terra. (8)

Um dos primeiros discípulos foi Pedro, a quem a Sra. Eddy chama “o impetuoso discípulo” Ciência e Saúde, p. 137.. De acordo com a Bíblia, Pedro discerniu que Jesus era o Filho de Deus. (9) André, irmão de Pedro, foi outro leal seguidor e fiel amigo de Jesus. Mostrou grande percepção espiritual e receptividade. Foi André quem disse a Pedro que havia encontrado o Messias. (10) Foi André também quem trouxe a Jesus o menino com os pães e os peixes, quando Jesus alimentou a multidão. (11)

Havia também os irmãos Tiago e João, a quem Jesus chamava “filhos do trovão” Marcos 3:17.. Não se sabe ao certo o que Jesus queria dizer com isso; quiçá estava se referindo ao vigor do zelo deles. Sabemos que Jesus escolheu aqueles dois irmãos, e mais Pedro, para estarem com ele em algumas ocasiões muitíssimo importantes: ao ressuscitar de entre os mortos a filha de Jairo, ao dar-se a transfiguração e ao orar no Jardim de Getsêmani, antes da crucificação. Ver Marcos 5:37; 9:2; 14:33.

Havia ainda Judas. Este se deixou usar pelo ódio que a mente carnal tinha à espiritualidade de Jesus. No fim traiu seu amigo e mestre. (12) Tomé teve de haver-se com a dúvida, e talvez Filipe também. Ambos foram ajudados pela terna solicitude de Jesus e por suas respostas, que estavam ao nível da compreensão deles e lhes eliminaram as dúvidas. (13)

Mateus, segundo acreditamos, abandonou um cargo lucrativo de coletor de impostos, o que, na sua época, significava receber muita propina e pagamentos extras. Mas ele deve ter sentido que o tesouro espiritual que Jesus lhe havia aberto superava em muito qualquer riqueza material. (14) Havia ainda quatro outros discípulos de cujas vidas pouco se sabe. Nós, como discípulos dos tempos modernos, podemos aprender muito estudando a vida dos seguidores de Jesus. Tal estudo nos ensinará não só a evitar as armadilhas que eles encontraram, mas também nos revelará algo do espírito do verdadeiro discipulado.

Jesus, contudo, ensinou não só a seus doze discípulos, mas também ao povo, as verdades a respeito de Deus e do homem. Por isso, seus concidadãos chamavam-no freqüentemente de “Mestre” (professor). Como ensinava Jesus? Geralmente empregando simples casos, parábolas e metáforas tiradas do viver diário. Logo, temos muitas parábolas na Bíblia. Bom número delas diz respeito ao reino dos céus, o reino da harmonia dentro em nós: o semeador e a semente, o joio e o trigo, o grão de mostarda, as três medidas de farinha, a pérola de grande preço e outras. (15)

Algumas parábolas ressaltam a terna solicitude de Deus e Seu amor por todos, como, por exemplo, no relato da ovelha perdida (16) e na parábola do filho pródigo. (17) Há ainda o caso do fariseu e do coletor de impostos, em que duas personalidades são contrastadas e é mostrada a atitude diferente deles para com Deus. (18) Ou a narrativa que fala no homem rico e no mendigo Lázaro, com seu tema importante de que a riqueza material não tem valor duradouro e não confere privilégios especiais. (19)

Além das parábolas, há outro grande conjunto de ensinamentos de Jesus registrados no que geralmente é conhecido como o Sermão do Monte. Consta ele, na sua forma mais completa, no Evangelho de Mateus. (20) Apesar do título do discurso, realmente não sabemos onde teve lugar esse ensinamento. A Sra. Eddy nos informa: “Jamais chegaram a ouvidos humanos ensinamentos mais puros e mais sublimes do que aqueles contidos no que comumente se conhece como o Sermão do Monte — embora esse nome lhe tenha sido dado por compiladores e tradutores da Bíblia, e não pelo próprio Mestre ou pelos autores das Escrituras. Com efeito, esse título realmente indica antes o estado de ânimo do Mestre, que a localidade material.” Retrospecção e Introspecção, p. 91.

Esse sermão é ainda o diagrama de todo viver correto e do verdadeiro pensar de hoje. Aderir a seus princípios significa bom discipulado. Mateus registra que depois de Jesus haver concluído esse ensinamento, desceu do monte. “E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-o, dizendo: Senhor, se quiseres, podes purificar-me. E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra.” Mateus 8:2, 3. Se queremos curar da maneira como Jesus curou, temos de expressar o mesmo sentimento cristão que ele apresentava em sua vida e que descreveu no Sermão do Monte e nos seus outros ensinamentos.

[No próximo mês: 9a. parte: As obras de cura de Cristo Jesus]

Leituras adicionais

(1) Ver 7a. parte desta série — “O Cristo”.

(2) Mateus 1:18–25; Lucas 2:1–21.

(3) Lucas 2:22–35.

(4) Lucas 2:42–52.

(5) Lucas 3:21–23; Mateus 3:1–17.

(6) Ver Ciência e Saúde 584:27–28.

(7) Mateus 4:1–11.

(8) Mateus 10:2–4 (nomes dos discípulos).

(9) Mateus 16:13–19.

(10) João 1:40, 41.

(11) João 6:5–9.

(12) Mateus 26:47–56.

(13) João 14:8–11; 20:24–28.

(14) Mateus 9:9.

(15) Mateus 13:1–53.

(16) Lucas 15:3–10.

(17) Lucas 15:11–32.

(18) Lucas 18:9–14.

(19) Lucas 16:19–31.

(20) O Sermão do Monte está em Mateus, caps. 5–7. Lucas 6:20–49.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1982

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.