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Escutando a Deus na Escola Dominical

Da edição de junho de 1982 dO Arauto da Ciência Cristã


O tordo cantava forte e claro, a luz do sol penetrava em meu quarto num domingo de manhã. Enquanto eu descansava, gozando a beleza do novo dia, lembrei-me de repente, com certo agouro, de que iria substituir na Escola Dominical o professor de uma classe de meninas de nove e dez anos. Eu havia lecionado naquela classe durante os três últimos domingos — com pouca satisfação ou êxito. O grupo tinha conhecimento variado de Ciência Cristã, e duas das meninas eram um bocado precoces.

Passei, então, a limpo os meus pensamentos e comecei a refletir no que havia orado durante a semana toda: “Hei de escutar a orientação de Deus e achar Seu modo de curar a situação.”

Comecei a ver que o caminho estava aberto. Deus, a Mente divina, é a Mente única e sempre nos dá Suas idéias. Deus sempre nos guia. Atentos a Deus, podemos seguir no caminho por Ele indicado. É nossa tarefa abrir o pensamento à Mente de tal modo que fiquemos repletos das verdades espirituais que continuarão a orientar-nos durante a hora da Escola Dominical.

O amor cristão muito se faz necessário em nossas classes de Escola Dominical — amor sem sentimentos emocionais pessoais, mas dotado de afeição espiritual. Precisamos reconhecer a identidade espiritual de cada criança, ver a verdadeira idéia da criação de Deus e amar essa idéia. Precisamos ver que a ação do Cristo, a Verdade, toca e eleva cada membro da classe, não se limitando a apenas o professor e um ou dois alunos. Mas como fazê-lo quando se tem uma classe ou um aluno difícil? Cristo Jesus disse: “Tira primeiro a trave do teu olho e então verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão.” Lucas 6:42. Eliminar nossas próprias peculiaridades indesejáveis capacitanos a discernir as qualidades espirituais nos alunos de nossa Escola Dominical. Poderíamos começar por perguntar-nos: O que é que Deus vê em Seu filho? Certamente não um indivíduo indisciplinado, tímido ou apático, mas Sua própria expressão vital, inteligente, harmoniosa e bela.

Expressar afeição genuína significa comunicar gentileza, amabilidade, compreensão e amor inspirados por Deus, tão honestamente quanto pudermos. Significa ouvir a terna mensagem de Deus e com ela abençoar outros, vendo o homem como verdadeiro filho espiritual da criação de Deus. Nada há nisso de simulação — esta seria detectada imediatamente.

Na minha classe da Escola Dominical, naquela manhã, uma menininha não estava nada cordial, pois tinha sido repreendida no domingo anterior. Eu sabia que toda lisonja e adulação que eu pudesse reunir não resolveriam nada. Mas eu estava confiante, pois tinha orado por ajuda e, enfim, ouviria a resposta de Deus. Tudo o que tinha a fazer era escutar. As idéias que nos vêm de Deus não podem falhar.

Falei a todas as meninas, incluindo em pensamento a menina amuada, e não dei atenção ao quadro da mente mortal. Recusei aceitar e honrar o beicinho da garota ou a punir-me porque ela fazia de conta que não ouvia a discussão. Eu sabia que todas as crianças eram realmente a manifestação de Deus. Minha tarefa era a de dar provas de inocência e pureza na classe.

A discussão centralizou-se em “ouvir”, o foco de minhas orações durante a semana. As crianças estavam aprendendo como poderiam ouvir — não só as suas palavras ou as de outrem mas, acima de tudo, a Deus. Nossa amiguinha continuava alheia (por fora, é claro) e quase de costas, mas obviamente a par do que acontecia. Continuei pensando em que ela não estava separada do amor de Deus, de Sua presença e verdade.

Desse modo muitos caminhos se abriram. Discutimos a respeito de escutar o que Deus nos diz para fazer. Falamos sobre obedecer a voz de Deus. Discorremos sobre discernirmos quando é que estamos escutando a Deus e quando é que o erro nos fala e nos induz a violar o primeiro mandamento e a crer em outros deuses. Perguntei-lhes algo a respeito de alguns personagens bíblicos que haviam escutado a Deus. Bem depressa a classe inteira participava da discussão; até mesmo nossa relutante amiguinha juntara-se ao grupo outra vez. Duas alunas atentas mas quietas, do tipo que às vezes fica de lado, tomaram parte também. As ondas do erro haviam cedido e a harmonia da Alma se estabelecera.

Deus traz à luz Suas idéis, Seu amor e Sua inteligência para nosso uso a toda hora de cada dia. Nossa Líder assegura-nos: “Cada fase sucessiva de experiência desenvolve novas perspectivas de bondade e amor divinos.” Ciência e Saúde, p. 66. As lições-sermão constantes no Livrete trimestral da Ciência Cristã estão repletas dessas idéias, e quando escutamos atentos aumenta essa abundância. A cada domingo há novos pensamentos prontos para desdobrarem-se em cada classe de Escola Dominical no mundo inteiro — idéias que afugentarão o aborrecimento, a apatia, a falta de interesse e eliminarão as pretensões de haver vida na matéria, de existir alma na matéria.

Como professores da Escola Dominical não podemos fiar-nos em meios e métodos humanos — jeitos e trejeitos atraentes — quando ensinamos verdades científicas. Escutando a Deus e aprender no Espírito, ajudaremos as crianças a escutar a Deus e aprender a pensar espiritualmente. Aprenderão a resolver aparências materiais em realidades divinas e a incorporar mais plenamente as qualidades de Deus, afastando-se, assim, de personificar medo, ódio, doença e outras crenças mortais limitadas.

Ao orarmos por nossa classe da Escola Dominical poderíamos orar no espírito destas palavras: “Mostra-me, Deus. Dize-me o que fazer por estes Teus filhos, para ajudá-los a Te conhecer, para dar-lhes o que necessitam, para ensinar-lhes a serem fortes na Tua onipotência.” E sempre podemos finalizar com: “Obrigado, Deus.” Sim, “muito obrigado”, porque Deus sempre responde. Basta parar e ouvir. Deus está constantemente comunicando o que cada classe, criança ou professor precisa a cada domingo e durante toda a semana.

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