Diz velho ditado que toda criança nasce com um pão debaixo de cada braço. Isto aponta para o fato espiritual de que cada filho de Deus recebe suprimento necessário.
O problema mundial de saúde mais comum é o da subnutrição, que muitas vezes leva à morte por inanição. A alta taxa de mortalidade nas regiões superpovoadas e, muitas vezes, atribuída a diversas doenças, mas em geral se considera como causa fundamental a falta de alimentos. A Ciência Cristã não aceita a inanição como fazendo parte válida da criação de Deus; mas, muito mais do que simplesmente afirmar isso se faz necessário. Os desafios do mundo, às vezes, parecem tão grandes que desviamos deles a nossa atenção. Deixamos de considerálos por julgarmos serem grandes demais e muito remotos. Não obstante há muito que podemos fazer.
Na verdade — no reino perfeito e sempre presente de Deus em que todos nós temos estatura e status como reflexos de Deus — não existe falta nem morte. Mas que distância parece muitas vezes existir entre a Verdade, Deus, e a experiência humana! É na consciência que o desafio fundamental tem de ser enfrentado. Somente então a humanidade será guiada a soluções duradouras.
Há alguns anos realizou-se na zona em que moro uma reunião para os Cientistas Cristãos interessados em prepararem-se para a prática pública da Ciência Cristã. Uma das recomendações feitas foi a de “tratar o mundo todos os dias”. Pensei: “Céus, já tenho o suficiente para fazer sem isto de orar pelo mundo!” Até pensei: “Como poderia fazê-lo?” Mas realmente eu já sabia a resposta. Eu havia orado pelos problemas do mundo antes. Aquilo a que eu opunha resistência era o tratar algumas coisas em que eu nem sequer queria pensar — que eu havia desligado — e coisas das quais eu pensava poder convenientemente dizer serem assuntos para outras pessoas.
Eu também estava resistindo à disciplina. O que eu realmente queria dizer é que tal consagração exigia esforço especial. Também não queria me envolver a tal ponto que fosse difícil me despreocupar outra vez. Bem, eu alimentava essas e outras desculpas e temores.
Mas a prática cristã é fundamentalmente um ministério que vai em busca de soluções. Cristo Jesus disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Marcos 16:15. Jesus, os discípulos e Paulo eram todos evangelistas no sentido de pregarem a Palavra. O Mestre disse a seus discípulos antes de sua ascensão: “Recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Atos 1:8. Também nós recebemos o Espírito Santo. Graças à Ciência Cristã temos a letra e é-nos possível cultivar o espírito da Verdade. É certo que podemos sempre compreender mais da letra e ganhar mais do espírito. Será que temos sido testemunhas “até aos confins da terra”? Embora tenhamos feito muito, sempre podemos fazer ainda mais.
Jesus havia dito: “É necessário que façamos as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.” João 9:4. Mais tarde, a Sra. Eddy escreveu: “Nosso Mestre curou os doentes, praticou a cura cristã e ensinou aos seus discípulos as generalidades do Princípio divino dessa cura; não deixou, porém, regra definida para demonstrar esse Princípio de curar e prevenir a doença. Essa regra ficou para ser descoberta na Ciência Cristã.” Ciência e Saúde, p. 147. A Ciência apresenta o poder capaz de superar o mundo, poder esse que Jesus possuía e praticava sem restrições. Nós também temos a responsabilidade de empregar esse poder. Não precisamos transferir a verdade aos povos do mundo, pois esta já está universalmente presente. Podemos reconhecer a verdade acerca da humanidade como um todo — não de maneira superficial mas de modo bem profundo.
Jesus, às vezes, curava multidões. Esta dimensão da cura certamente será fator ponderável na cura e salvação do mundo.
Podemos ajudar as pessoas em toda parte através da oração que reconhece a eterna presença do reino de Deus. Negar poder e realidade à fome, à guerra, à crueldade, à doença, à seca, às condições materiais e ao obscurantismo religioso também ajudará a humanidade.
Ao insistirmos na verdade de que o ser do homem é espiritual, verdade que nega as crenças e condições materiais, o fermento entra nas bolsas da receptividade por todo o globo. Graças à nossa consciente união com a Mente divina, a qual enche todo o espaço, podemos manter um ministério mundial, ajudando — hoje e amanhã — a suprir às mais desesperadoras condições mediante os fatos espirituais da abundância que pertence ao homem como filho de Deus.