Apesar das notícias de que o crime está aumentando, podemos ficar completamente livres de perigo quando compreendemos o domínio e a proteção que nos advêm de confiarmos em Deus, como o ensina a Ciência Cristã.
Temos de curar o medo do mal e não conviver com ele. Pensar na situação de modo passivo, não é suficiente. Pedro nos diz, na Bíblia: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” 1 Pedro 5:8. Quando nos recomendava sermos vigilantes, Pedro não se referia ao tipo de vigilância que pensa encontrar segurança numa arma. Temos de olhar para além do medo do mal e remover seu suposto poder e sua habilidade imaginária de nos controlar.
A Sra. Eddy declara: “Temos de aprender que o mal é a terrível ilusão e irrealidade da existência. O mal não é supremo; o bem não é impotente; nem são primárias as assim chamadas leis da matéria, nem é secundária a lei do Espírito.” Ciência e Saúde, p. 207. Cristo Jesus mostrou-nos como viver em paz, livres de medo do perigo, por meio da oração. Por exemplo, o ensinamento de Jesus repreendendo a cegueira espiritual, irritou os habitantes de Nazaré. A Bíblia relata: “Todos na sinagoga, ouvindo estas cousas, se encheram de ira. E levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cume do monte sobre o qual estava edificada, para de lá o precipitarem abaixo. Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.” Lucas 4:28–30.
Como é que Jesus permaneceu calmo e desimpressionado em meio à turba violenta, em face de tão grave perigo pessoal? Sem dúvida, o Mestre sabia que o mal não partilha com Deus, o bem, nem poder nem lugar. Só Deus é poderoso e nada pode se opor ao Espírito, o Amor. Na realidade, não há mente nem propósito maus, pois Deus é Mente e o homem é Sua idéia espiritual pura, Seu reflexo. O reflexo (o homem) não possui o que o original não tem. O mal não provém de Deus, portanto não pode provir do homem.
Ora, então o mal tem alguma base ou autoridade para sustentá-lo? Nenhuma. Deus, em Sua totalidade, é a autoridade suprema. As Escrituras afirmam: “Do Senhor é o reino, é ele quem governa as nações.” Salmos 22:28.
Os acontecimentos quase nos fariam crer que o mal poderia atacar pessoalmente alguém, mas isso não é assim. Além disso, o mal argumenta que é real, que pode perturbar a harmonia e esmagar a inocência. Quando despersonalizamos o mal, o que acontece? Vemos que o ataque se dirige, mesmo, à inocência e à integridade da criação espiritual de Deus. Ora, o mal é uma mentira desprovida de poder. O medo do mal é, mesmo, o medo do nada que alega ser real. Apesar de seus apelos ao racional e de seu clamor por atenção, o medo não encontra onde lançar raízes se alinhamos nosso pensamento com o Cristo, a Verdade. Uma mentira não consegue fazer parte da Verdade.
A Sra. Eddy diz: “Essa falsa pretensão — essa velha crença, essa antiga serpente cujo nome é diabo (o mal), que pretende que haja inteligência na matéria, seja para beneficiar seja para prejudicar os homens — é pura ilusão, é o dragão vermelho; e assim fica provado não ter poder essa pretensão, que é expulsa pelo Cristo, a Verdade, a idéia espiritual.” Ciência e Saúde, p. 567. A serpente do crime e os receios a ela ligados também são ilusões a serem destruídas pela Verdade. O potencial para o perigo está em nosso modo de pensar nela. Temos de transpor a crença de que o mal tenha poder, para a compreensão de que na criação de Deus não existe oponente ao bem. Não há dois conjuntos de leis governantes: boas e más. A lei divina é a lei do Amor, justa e perfeita. Estaremos totalmente convencidos desse fato? Então ficaremos calmos e desimpressionados, tal como Jesus ficou, mesmo que as circunstâncias pareçam perigosas. Podemos estar certos de que o homem, a idéia de Deus e o nosso ser verdadeiro, está unido ao Amor divino e não pode estar separado de Deus.
Uma jovem senhora provou-o enquanto visitava uma cidade em outro país. Algumas horas após sua chegada, foi jantar com amigos em outro bairro da cidade. A reunião terminou tarde e cada um seguiu seu caminho. Ela não tivera tempo de familiarizar-se com a região, por isso explicou ao motorista do ônibus onde estava hospedada. O motorista lhe assegurou que a deixaria perto. Ao descer do ônibus, não havia luar e começou a chover. De início, não se preocupou, pois o motorista lhe dissera que o hotel ficava a alguns quarteirões dali. Ela caminhou e caminhou muito. O silêncio e a chuva tornavam a atmosfera lúgubre e a noite estava das mais escuras.
Era quase meia-noite. Não havia ninguém nas ruas exceto uns e outros bandos desordeiros de jovens bêbados que passavam. A vizinhança não era das melhores e ela não apreciava estar ali sozinha. Começou a ter medo das ruas desertas, da escuridão, do desconhecido e das turmas — que metiam medo com sua aparição repentina e ameaçadora, sua linguagem desconhecida.
A mulher, àquela altura, estava completamente perdida e muito assustada. Viu que a única coisa a fazer era orar. Tinha de entender que o mal não é um poder emboscado em ruas escuras, procurando vítimas inocentes. Tinha de deixar de pensar nessas pessoas como em estrangeiros ou criminosos em potencial. O mal não é uma qualidade de Deus, nem é um elemento de Seu universo, logo não tem presença. Só o Amor e sua idéia estão presentes. O medo foi conquistado por ela, quando compreendeu que o mal é uma sugestão mental agressiva e que esta requeria sua aceitação para ter credibilidade. A mulher declarou, e reconheceu, que estava segura porque há uma única criação de Deus, e Suas idéias trabalham juntas em harmonia, não se guerreiam. Aceitar o mal como legítimo seria não confiar em Deus e em Seu amor que a tudo abarca. Privado de seu suposto poder, o mal passa a ser nada. O medo dela desapareceu e não se sentia mais sozinha nem desamparada. Pelo contrário, sentiu a força e a presença do bem à sua volta.
Levantou os olhos e viu uma jovem dirigir-se para ela. Conversaram amigavelmente em sua própria língua e a nova amiga soube explicar exatamente o caminho do hotel. A jovem senhora caminhou, então, sem medo para seu alojamento, em completa segurança.
“Vences o erro negando-lhe veracidade”, escreve a Sra. Eddy. “Nossas diversas teorias nunca perderão seu poder imaginário para o bem ou para o mal, até que percamos a fé que temos nelas e façamos com que a vida seja, ela mesma, prova de harmonia e de Deus.” Ibid., pp. 339–340. A consciência repleta de pensamentos sanadores, que expressam Deus, não se impressiona com o medo do crime. Ausência de medo é a convicção de que Deus, o bem, é o poder máximo e único, sempre no controle.
 
    
