Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Cuidar dos negócios de nosso Pai

Da edição de dezembro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


O homem — o reflexo puro do Espírito — é criado por Deus e vive por decreto divino. Deus é a origem e a substância do ser do homem. A verdadeira ocupação deste é dar testemunho do poder, da atividade, da presença e da inteligência de seu Criador. O homem reflete, com perfeita precisão e clareza, a sabedoria e a criatividade divinas. Nisso está a sua ocupação. O verdadeiro emprego, ocupação ou negócio do homem é divino. Tal negócio é de duração eterna, é a atividade da Vida e do Amor.

Jesus de Nazaré treinou para ser carpinteiro. E, ainda que manifestamente tivesse seguido essa profissão durante certo número de anos, indubitavelmente com grande excelência e perícia, Jesus, em sua juventude, deixara claro que lhe cumpria cuidar dos negócios de seu Pai. Cristo Jesus foi o caminho, a verdade e a vida. Sua vida ilustrou para a humanidade a verdadeira ocupação do homem.

Geralmente, quando se fala em negócios e transações comerciais, presume-se que nada tenham a ver com coisas espirituais. Consideram-se negócios e transações comerciais como algo que só tenha a ver com o que é material — com produção, manufatura, troca e manutenção de bens materiais, de recursos materiais. No assim chamado mundo dos negócios, o valor é determinado, em grande parte, pela escassez, pelo grau de disponibilidade de algum produto ou serviço. Recursos naturais, mercados, financiamento etc., são encarados como algo finito e exaurível. Presume-se que o sucesso dependa dos talentos das pessoas encarregadas das operações, do clima dos negócios, do poder e da influência pessoais e do acaso ou da boa sorte. É lamentável adotar essa perspectiva materialista a respeito de negócios e transações comerciais, porquanto, embora dando margem a lucro e sucesso, também consente em recessão, inflação, estagnação, desemprego e fracasso. Também incentiva os abusos, o mero comercialismo, a cobiça, a ambição pelo poder e a dominação.

Enquanto mantivermos tais opiniões materialistas, estaremos cegos para a verdadeira natureza dos negócios. Durante a infância, Jesus cuidava dos negócios de seu Pai. Enquanto carpinteiro, cuidava dos negócios de seu Pai. Enquanto se desincumbia de ser o sanador e mestre da humanidade, Jesus cuidava dos negócios de seu Pai. O trabalho de Jesus e os seus negócios eram os de dar testemunho do Cristo em tudo o que fazia. Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), escreve: “Esta idéia espiritual, ou Cristo, teve que ver com todos os detalhes da vida do Jesus pessoal. Fê-lo um homem honrado, um bom carpinteiro, um homem de bem, antes que pudesse torná-lo o glorificado.” Miscellaneous Writings, p. 166.

Nossa vida deve dar testemunho do Cristo. Este ilustra o fato eterno de que o homem é descendente do Espírito, não da matéria. Parafraseando Paulo, o homem vive, move-se e existe no reino do Espírito. O homem expressa a atividade, a saúde, a energia, o propósito e a aptidão que o Espírito transmite. Como criação do Espírito, o homem dispõe dos ilimitados recursos da Alma, da vitalidade e do vigor eternos da Vida, da infinita criatividade e produtividade da Mente. O reconhecimento constante da verdade há de transmitir essa compreensão que cura a carência, a incompetência, o trabalho infrutífero, o fracasso. A Bíblia registra que, certa vez, Simão Pedro e seus companheiros, pescadores, haviam se esforçado a noite toda para pescar e não haviam apanhado coisa alguma. Pela manhã, Jesus sentou no barco de Simão e falou ao povo a respeito do reino de Deus. Concluído o ensinamento, disse Jesus a Simão que se fizesse ao largo e lançasse ao mar suas redes. Simão replicou: “Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sobre a tua palavra lançarei as redes.” E, quando assim fizeram, “apanharam grande quantidade de peixes”  Lucas 5:5, 6..

Não aumentará com essa experiência a profundidade do ensinamento de Jesus, de que o reino de Deus está à mão? Ilustra a coincidência natural da existência humana com os fatos espirituais que a Ciência revela. Jesus pregou a existência de um só Deus: o autor de toda lei, a origem de todo poder. Exemplificou seus ensinamentos em sua própria vida. Provou que há poder na compreensão espiritual e que esta remove as restrições e as penalidades das assim chamadas leis materiais e físicas. Doenças e enfermidades foram curadas. O trabalho dos discípulos passou a dar frutos. Preocupações com o suprimento humano limitado desfizeram-se em presença da munificência divina, ao serem alimentadas cinco ou quatro mil pessoas. Longe de serem milagrosos, esses acontecimentos ilustram o que Jesus ensinava. O ensinamento do Mestre despertou, para homens e mulheres, uma nova perspectiva do ser. A força da Mente divina desfez as opiniões materiais infrutíferas e revelou que o homem tem a capacidade de demonstrar a afluência de Deus, a afluência do bem.

Que significa afluência espiritual? Por certo, não significa estar na posse ou no controle de grandes quantidades de títulos e ações, de dinheiro, de imóveis. Essas coisas representam os cuidados do mundo, não as riquezas do céu.

Os que estão cuidando dos negócios de seu Pai têm acesso à afluência da Mente. Os tesouros da Mente são idéias; estão ativos, são produtivos e substanciais. Expressam a natureza da Mente, Deus. O homem, sendo o reflexo pleno e ativo da Mente divina, inclui a inteligência, a sabedoria, a criatividade, a habilidade, a capacidade, a aptidão que seu Criador lhe concede amplamente. O reconhecer e compreender nossa verdadeira identidade na semelhança de Deus dá acesso aos recursos totais e ao poder da Mente.

As riquezas da Mente não podem ser acumuladas nem monopolizadas. São universais e infinitas. Mas seu valor não é, não pode ser, diminuído por isso. Tais riquezas não encerram nenhuma das limitações da matéria. Por exemplo: Se tenho um artefato e lho presenteio, você passa a tê-lo e eu fico sem ele. Mas se eu tenho uma idéia e lha comunico, nós dois a temos, dela nos podemos beneficiar, podemos empregá-la livremente e prosperar em razão dela.

Semelhantemente, a inteligência da Mente é infinita, e o bem que a Mente produz desdobra-se de maneira infinita. O verdadeiro negócio do homem é expressar a sabedoria, o amor, a bondade da Mente. O homem é criado por Deus para esse propósito. Não há concorrência, mas existe o apreço eterno de Deus por aquilo que Deus, a Mente, criou. O homem que encontra-se cuidando dos negócios de seu Pai está incontaminado e incircunscrito pelas limitações e condições materiais, pois ele está consciente de que o único reino ou governo é o divino. Sabe que Deus, o bem, é Tudo-em-tudo. O homem possui a afluência da Mente.

Os negócios da Mente não são medidos pelo piso proverbial. O sucesso comercial alcançado por uma pessoa não é determinado realmente pelo montante do lucro que alcançou neste trimestre, pela vitória contra um concorrente, pela conquista de um novo cliente ou pelo êxito em desenvolver e colocar um novo produto. Medir o sucesso e o crescimento dos discípulos pelo número de peixes que apanharam seria medir de forma errada. Os negócios do homem estão inteiramente separados da matéria, de métodos e condições materiais. O sucesso comercial de uma pessoa é conferido pela prova da cura.

Em nosso viver diário, a inspiração da Mente liberta-nos das limitações e concede-nos a autoridade de levar cura ao mundo. Cristo, a Verdade, é nosso Salvador e salva-nos das crenças de limitação, sejam as de tempo limitado, de oportunidades ou de recursos limitados. Quando nos afastamos das provas colhidas dos sentidos materiais e nos voltamos para os fatos espirituais, obtemos inspiração. A ação harmoniosa e inteligente aparece junto com a eficiência, a cooperação. Descobrimos que as idéias inspiradas da Mente divina têm substância e força de lei. A Sra. Eddy observa: “O Salmista diz: ‘Ele dará ordens aos seus anjos para que te guardem.’ Deus vos dá Suas idéias espirituais, e estas, em troca, vos dão o suprimento diário.” Mis., pp. 306–307.

Quando reconhecemos Deus em todos os nossos caminhos e buscamos Sua presença, constatamos que tudo o que fazemos relaciona-se com o caráter do que é divino e serve para cumprir Sua vontade. O medo é expulso. A ação do Cristo destrói todos os elementos do medo ou da dúvida que haveriam de impedir que nos voltássemos para Deus e confiássemos na Mente divina para guiar-nos e dirigirnos. Cristo torna-nos obedientes ao Princípio divino do primeiro mandamento, de que temos um só Deus e nenhum outro. Desse modo, demonstramos esta verdade infalível, contida no livro dos Provérbios: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.... Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino.”  Prov. 3:5, 6, 13, 14.

Oração, confiança, atenção e resposta são elementos-chaves da demonstração espiritual. Cristo revela o elo indissolúvel existente entre o homem e a Mente e proporciona o sentido científico do ser e da ação. O medo fica completamente expulso quando utilizamos este sentido espiritual. O medo não pode nublar nossa demonstração. Damo-nos conta de que a criação originada na Mente é prolífica em bondade e que a atividade do homem reflete tal fecundidade.

Para demonstrar na prática essas idéias é preciso que mantenhamos a meta espiritual firmemente em foco. Jesus advertiu as multidões que o seguiam: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque Deus, o Pai, o confirmou com o seu selo.”  João 6:27.

O ensinamento de Jesus não visava dar aos homens e às mulheres uma existência material de maior conforto. Apontava para uma base de vida inteiramente nova. A vida devia ser orientada para Deus, centralizar-se em Deus. A vida devia romper de todo seus liames com a matéria e ilustrar o domínio e o poder do Espírito.

Paulo foi um dos cristãos de destaque. Também era fabricante de tendas. Integridade, honestidade, fidedignidade, eqüidade e habilidade deviam ser, por certo, inerentes à sua obra. Mas sua visão e seu poder espirituais dirigiam-se a alcançar algo mais que sucesso material. O fabrico de tendas, com o qual ele se mantinha, não excluía que desse atenção às coisas do Espírito. Seu cristianismo, seu trabalho pela igreja, nunca estiveram subordinados a outras ocupações, antes pelo contrário. Sua atividade comercial tinha o seu lugar. Servia a um bom propósito, mas era apenas um meio que lhe permitia manter sua atividade designada por Deus, a de dar testemunho do Cristo, a Verdade.

Isso oferece ao cristão de hoje muito material para ponderar, quando avalia seus próprios motivos e objetivos para desempenhar a profissão de sua escolha. Participação nos negócios é algo importante. Nesta área faz-se indispensável demonstrar a Ciência Cristã. Mas, para fazer-se da prática comercial uma demonstração, em Ciência Cristã, é preciso lembrar do que significa ocupar-se dos negócios do Pai. Por certo, desde logo, o cristianismo precisa pontilhar o relacionamento de uma pessoa com outra. Mas a meta do Cientista Cristão será muitíssimo diferente da meta daqueles que estão meramente perseguindo a atividade comercial, ou a mera excelência em sua profissão ou ocupação.

O ensinamento que Jesus deu no Sermão do Monte merece ser bem ponderado. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.”  Mateus 6:24. Tal ensinamento não nos afasta necessariamente do mundo dos negócios, mas altera em muito nosso modo de abordá-los. E esta maneira diferente de encará-los, os valores morais e espirituais que introduz, bem como os triunfos que traz sobre o materialismo e as limitações e males deste, são aquilo de que o mundo mais necessita hoje em dia.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / dezembro de 1984

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.