Será que, às vezes, caímos na armadilha do “se”? “Se eu tivesse um emprego melhor, estaria feliz” ou “Se pudéssemos mudar-nos para um bairro mais agradável, ficaria contente.” A lista parece não ter fim quando encaramos a existência desde um ponto de vista materialista. A maioria de nós sem dúvida admitirá que já passou por alguma situação em que, depois de obter algo que desejara muitíssimo, viu que isso passou para segundo plano, dando lugar a novo desejo. O mesmo tornará a ocorrer até aprendermos de onde provém a verdadeira satisfação.
Enquanto procurarmos a felicidade em uma pessoa, um lugar ou uma coisa, correremos o risco de ficar decepcionados. Ao contrário, precisamos volver-nos à fonte do bem interminável, da alegria ilimitada e do suprimento infindável. Só há uma fonte que corresponde a essa descrição: o único criador de tudo, ou seja, Deus, o Espírito.
Para encontrar satisfação em Deus, temos de reeducar pensamentos e desejos. O ponto de vista mais elevado requer a visão espiritual. Esta advém do humilde desejo de conhecer melhor a Deus e Sua expressão, o homem. À medida que aprendemos a ver a infinitude do Amor que é Deus e reconhecemos as carinhosas dádivas de sabedoria, compreensão, saúde, harmonia, beleza, inteligência e alegria que o Pai dá a cada um de Seus filhos, vemos que essas são as realidades da existência. São duradouras, ao passo que o falso desejo por mais dinheiro, fama ou posses materiais é fugaz e volúvel. A Sra. Eddy declara em Ciência e Saúde: “As dores dos sentidos são salutares, se desarraigam as crenças errôneas nos prazeres e transplantam as afeições do sentido para a Alma, onde as criações de Deus são boas e ‘alegram o coração’.”Ciência e Saúde, pp. 265–266.
Todo mundo — cada mulher, criança e homem — tem a oportunidade de compreender melhor a natureza e a presença do Espírito. Tal compreensão torna-nos mais conscientes do bem que está sempre conosco e ela se evidenciará em maior grau em nossa vida. Deus não está mais presente em um lugar do que em outro. Não há algo como um pingo de Deus aqui e um monte de Deus acolá. Deus é Tudo-emtudo. Deus, o bem, está presente em toda parte, de forma igual. Os seguintes versos do Hinário da Ciência Cristã explicam:
E quando tudo mais falhar,
Só Tu me restarás;
Que satisfeito possa eu
Teu nome celebrar.Hinário, n° 224.
Sábio seria aderirmos ao bom conselho que Cristo Jesus nos deu: “Não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? ... buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino [o reino de Deus] e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Mateus 6:31, 33. Precisamos persistir e estar alerta para não nos inquietar (não nos preocuparmos nem ficarmos ansiosos) quanto a nossa vida. E temos de buscar o reino de Deus com sinceridade: pelo reino de Deus, não pelas coisas acrescentadas. Na Ciência Cristã, provamos que esse enfoque não é uma abstração desprovida de resultados demonstráveis. Realmente, buscar a Deus em primeiro lugar é o caminho mais certo para se encontrar satisfação e harmonia duradouras.
À medida que aprendemos mais sobre as realidades espirituais da Vida, da Verdade e do Amor, substituímos as crenças falsas, ou ilusões de que a vida esteja sujeita ao acaso e seja uma mistura de bem e de mal, pela convicção mais firme de que o bem é imutável. Quando aprendemos mais sobre o amor, o cuidado e o apoio de nosso Pai, ficamos cada vez mais gratos pelo amor e pela beleza à nossa volta. De fato, vislumbramos o homem ideal, a criação verdadeira, inseparável do Pai amoroso. A compreensão crística inunda a consciência e passa a mudar-lhe o sentido mortal para o espiritual, o irreal para o real. Quando isso acontece, somos visivelmente abençoados com relações mais harmoniosas, melhor saúde e um ambiente mais agradável.
Suponhamos, por exemplo, que alguém se encontre carente de algo e busque o reino de Deus por meio do estudo e da oração. Essa pessoa aprenderá mais a respeito da natureza infinita da Mente e suas idéias infinitas, sempre presentes e à disposição do homem. Como não há carência na Mente, o homem, como reflexo da Mente, reflete abundância infinita. Ao aprender tais verdades, a pessoa irá vislumbrar algo da natureza do reino de Deus. Essa compreensão mais aprimorada acerca do suprimento, vendo-o como o fluxo constante das idéias da Mente para o homem, resultará inevitavelmente em uma mais abundante percepção na sua vida diária.
“Isso não é possível”, você diria? Eliseu provou-o possível ao ajudar a viúva a ver seu farto suprimento de azeite. Ver 2 Reis 4:1–7. Jesus provou-o possível ao alimentar as multidões com alguns pães e peixes e ao ordenar a Pedro que pegasse um peixe e lhe encontrasse na boca o dinheiro para pagar os impostos. Ver Mateus 14:15–21 e 17:27. Além disso, Jesus também disse: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai.” João 14:12.
Embora não haja para isso fórmulas, e ainda que a inspiração com a qual resolver problemas na Ciência Cristã varie de uma pessoa a outra, é sempre a verdadeira visão acerca de Deus, do relacionamento entre o homem e Deus, é a percepção da presença do Cristo o que de fato promove a cura.
Encontramos, portanto, satisfação real, quando nos libertamos de crenças falsas, quando passamos a reconhecer que Deus é o provedor sempre presente e ilimitado do bem, quando realmente nos conscientizamos disso. Cada um de nós expressa a Mente divina de maneira única e individual. Cientes disso, podemos comprovar que nunca somos indivíduos obtusos, enfadonhos ou limitados, mas vibrantes e repletos de idéias novas. Toda beleza, graça e harmonia que existe é nossa, porque somos o reflexo da Alma. Nosso verdadeiro ser nunca fica doente nem morre, pois está sempre ativo e completo, em união com a Vida. Que feliz satisfação certamente será a nossa, quando desenvolvermos de forma cada vez mais constante a habilidade de expressar as qualidades de Deus: de vivê-las a todo momento! Esta satisfação está garantida.