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Transladando a substância para a Mente

Da edição de setembro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Pelo fato de Cristo Jesus ter sido o Guia da humanidade, é preciso que seus discípulos, inclusive os do mundo de hoje, sigam o caminho que ele seguiu. Mas não se pode emular a missão de Jesus até que se compreenda, pelo menos em certo grau, o propósito da obra do Mestre.

A missão de Jesus era universal. Destinava-se a revelar o reino dos céus, redimir os pecadores, mostrar o caminho da salvação. Jesus veio para mudar o conceito que o mundo tinha, de substância. “Sua missão terrena foi de transladar a substância para o seu significado original, a Mente” Miscellaneous Writings, p. 74., escreve Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss). Quando Jesus ressurgiu do túmulo, libertando-se da mortalha que o envolvia e revolvendo a pedra que cobria a entrada, seu triunfo sobre a crença de que a matéria podia ser a substância da vida estava quase completo. Quarenta dias após, sua ascensão provou sem sombra de dúvida que o Espírito é a substância da Vida. Jesus não deixou nenhum corpo material para ser enterrado.

A humanidade ainda está sepultada na crença de que a matéria é a condição da vida. O indivíduo precisa sobrepor-se a esse falso conceito acerca de substância e revolver a pedra que o prende a essa crença. Esta pedra é a crença empedernida de que a vida está na matéria. O indivíduo precisa revolver tal crença e libertar-se do sepultamento mental que procede do modo de pensar materialista. À medida que alguém se desfaz do conceito de que a vida existe na matéria, à proporção que adquire compreensão espiritual, começa a libertar-se do sentido material de substância e capta o significado da Vida como a Mente, Deus.

O triunfo do Mestre sobre a morte e o túmulo não aconteceu num só momento. Cada demonstração de Jesus que antecedeu a sua ressurreição provou a superioridade do poder espiritual sobre a assim chamada força material. Seus três dias no sepulcro foram o clímax de toda a sua vivência terrena.

Sua transladação da substância à Mente começou de maneira modesta, quando ele transformou a água em vinho, simbólico, poder-se-ia dizer, de transladar a substância do mundano e do habitual para algo que inspira. Suas demonstrações aumentaram, quando alimentou as multidões com uns poucos pães e peixes, quando deu visão ao cego, ouvido ao surdo. Curou todo tipo de doença e pecado, andou sobre as ondas e provou seu domínio sobre a suposta substância da vida ao ressuscitar outros e, finalmente, a si mesmo, da morte.

Contudo, Jesus nunca mudou uma substância material “real” numa substância espiritual. Antes pelo contrário, ele estava ciente de que a única substância que existe é a substância do Espírito. A matéria pode parecer substância, mas ela não passa de uma objetificação da mente carnal, que não é mente alguma. A substância da matéria nunca foi mais que a substância irreal de uma ilusão. É por isto que Jesus pôde exercer domínio imediato sobre essa falsa crença. O discípulo de hoje passa a emular a obra da vida do Mestre quando começa a ter êxito na transladação da substância para a Mente porque compreende a irrealidade da substância material e a realidade da substância espiritual. Cada cura por meio da Ciência Cristã solta a pedra que pretenderia aprisionar o indivíduo nas limitações do corpo material.

A sepultura mental da doença ou do pecado é, muitas vezes, de autoria do próprio indivíduo, e o corpo é restaurado quando o ser humano se lança para fora das limitações de estar sepulto num conceito mortal de vida e busca compreender a liberdade gloriosa do homem como o reflexo da Vida divina. Quando isto se dá, ocorre a cura, porque o corpo corresponde ao pensamento do indivíduo. Mas esta cura espiritual é muito mais do que ver-se livre de condições materiais discordantes, pois inclui uma regeneração do pensamento, a adoção de um conceito moral de vida fundamentada na espiritualidade. Requer pureza e amor.

O discípulo de hoje regozija-se com cada experiência que prova, em certo grau, que ele compreende suficientemente os ensinamentos de Jesus e troca o sentido falso de substância como matéria pelo seu significado verdadeiro — a Mente. Essas experiências tornam-se parte de sua própria ressurreição.

Se a transladação de substância se faz necessária para a própria ressurreição e ascensão, como se tem de agir para realizar essa transladação? Toma-se o conceito material de qualquer coisa, inverte-se os erros associados a ele e se os substitui pela idéia original da Mente a que o conceito alude. A verdadeira substância da idéia não está na matéria, mas no Espírito; sua estrutura está na Verdade, não no erro. A Sra. Eddy diz: “A metafísica reduz as coisas a pensamentos e substitui os objetos dos sentidos pelas idéias da Alma.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 269.

Por exemplo, desde sua mais tenra meninice uma Cientista Cristã que conheço sofria de asma. Essa falsa crença lhe sugeria que ela vivia num corpo material que, muitas vezes, parecia ser-lhe inadequado e funcionar mal. A asma continuou até a idade adulta, apesar de serem feitas muitas orações em Ciência Cristã.

Após anos de sofrimento, a mulher começou finalmente a entender o fato espiritual de que “o sopro do Todo-poderoso” Jó 33:4., mencionado na Bíblia, significava que Deus “respira”, isto é, que Deus é realmente a Vida e a fonte de todas as funções da vida. Isto não significa que ela tivesse vislumbrado uma Divindade espiritual que participasse de um processo material de respiração. Antes, sabia ela, Deus é Espírito; portanto, a respiração tinha de ser uma função puramente espiritual e não uma função material. A partir desta base raciocinou que, se o homem reflete Deus, o homem reflete a ação divina ao respirar. Que o homem reflete esta ação divina é a substância verdadeira do sopro da Vida. Desta maneira, a mulher transladou, da matéria para a Mente, a idéia de respirar e constatou que o respirar era a inspiração do Espírito fluindo de Deus para o homem. Percebeu que respirar era uma função não só do homem, mas de Deus. E, uma vez que, quando respira, o homem reflete a ação divina, esta não podia ser obstruída nem comprimida. O homem, a idéia espiritual de Deus, aspira de seu Criador, o Espírito, esta inspiração espiritual e a expira livremente por reflexo. A respiração baseia-se na Mente, não na matéria, e o homem tem toda a respiração de que necessita por reflexo.

A Bíblia instrui: “Afastai-vos, pois, do homem cujo fôlego está no seu nariz. Pois em que é ele estimado?” Isaías 2:22. Ao considerar sua respiração como manifestação da Vida divina, a mulher compreendeu que respirava por autoridade divina. Afastou-se, pois, da crença num homem material que depende de nariz e de pulmões para sentir “o fôlego de vida” Gênesis 2:7..

Esse raciocínio, certamente, substituiu “a substância” de uma crença em respiração obstruída e difícil pela inspiração do Espírito, que era a verdadeira essência e substância do fôlego de Vida. A cura esperada havia tanto tempo e muito bem-vinda aconteceu.

As restrições de uma existência limitada ficaram desfeitas e a pedra da voluntariosidade obstinada e do pensar inflexível foi revolvida. A cura assemelhava-se à ressurreição para uma vida de muito maior liberdade.

Uma só cura não resulta em ascensão, mas dá início a ficar-se livre do aparente sepultamento numa substância material que pode estar doente, em pecado ou à morte.

“Nega a existência da matéria, e poderás destruir a crença em condições materiais” Ciência e Saúde, p. 368., escreve a Sra. Eddy. Para curar espiritualmente é essencial compreender a irrealidade da matéria. Os Cientistas Cristãos aprendem a afastar o olhar da evidência dos sentidos materiais e a se tornarem mais cônscios da substância espiritual. Negar a matéria, contudo, não significa tentar obliterar o corpo humano. Significa antes transladar o conceito que se tem acerca de corpo, da matéria para a Mente. Então, a identidade é percebida como a corporificação das idéias da Mente, controladas pela Mente. As idéias da Mente nunca podem entrar na matéria. À medida que o conceito que temos acerca do ser se transporta de uma estrutura material para a idéia espiritual, o corpo responde a essa compreensão em termos de saúde e harmonia. Isto é ressurreição!

Enquanto no túmulo, Jesus demonstrou a substância de seu ser verdadeiro em Deus. Apenas uma compreensão espiritual a respeito da Vida poderia ter-lhe ressuscitado o corpo crucificado e tê-lo libertado da mortalha e do túmulo.

As crenças inflexíveis de seus inimigos — ódio e ignorância, representados por pensamentos farisaicos — formavam a pedra que fechava a sepultura. O Amor divino dissolveu o ódio e revolveu a pedra. Mas Jesus tinha de corresponder a sua própria glória neste Amor, a fim de utilizá-la. Tivesse ele passado os três dias num estado de depressão por causa da resistência do mundo a sua missão, e não poderia ter ressuscitado a si próprio.

Quando a glória do ser do homem for reconhecida como a imagem refletida de Deus, o homem já não será visto como sepultado no conceito limitado de um corpo material. Ao invés, compreender-se-á que o homem corporifica, por reflexo, as idéias espirituais de Deus, idéias essas cuja substância é a Mente, não a matéria.

Em realidade, não há Mente na matéria. Logo, em realidade, não há sepultamento material e não há sepultamento material e não há pedra a ser revolvida. Tudo é a Mente e sua idéia. A substância desta idéia é espiritual, para sempre livre de decomposição, mudança e morte.

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