Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

Não se zangue nem se desforre, eduque-se!

Da edição de março de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Um dos ditados que atualmente está tendo sucesso nos Estados Unidos da América, é este: “Não se zangue — desforre-se.”

Embora a frase pareça inteligente, sugere a substituição de uma atitude negativa por outra atitude negativa frente aos relacionamentos humanos — trocar a raiva pela vingança. Uma situação onde ninguém sai ganhando.

Os evangelhos relatam um incidente dramático ocorrido pouco antes da crucificação. Uma multidão ameaçadora cercava Cristo Jesus. Percebendo a violência iminente contra seu líder, um dos seguidores de Jesus, o discípulo Simão Pedro, feriu Malco, servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a orelha. Lucas registra: “Jesus acudiu, dizendo: Deixai, basta. E, tocando-lhe a orelha, o curou.” Lucas 22:51.

O que curou Malco? A compreensão que Jesus tinha, do bem. Jesus provou que o aparente conflito entre o bem e o mal, não é nem sequer uma disputa. Como Deus, o bem, é tudo o que existe, o mal não tem poder. O conflito ilusório entre o espiritual e o material é solucionado, por fim, pela compreensão da onipotente onipresença de Deus. A raiva e a vingança foram neutralizadas pela radiação da compreensão de Jesus e depuseram seu poder imaginário. Quando a raiva e a vingança ficaram subordinadas ao poder da compreensão, o resultado foi a cura.

Que poderosa lição encontra-se neste exemplo clássico do conflito entre o Cristo, a Verdade, e a mente mortal, a crença num poder ou criador separado da Mente divina, Deus. A mente mortal vê somente a si mesma — um falso conceito de homem sujeito à raiva, à vingança, ao ressentimento, ao ódio, ao ciúme e a todos os efeitos debilitadores gerados por estas emoções negativas — mas o Cristo, a Verdade, nos liberta desta falsidade.

Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, arranca o disfarce da mente mortal ao descrevê-la como “o nada, que pretende ser alguma coisa, pois a Mente é imortal...” Ciência e Saúde, p. 591. Quão radicalmente esta definição contrasta com a do “Cristo”, que também se encontra em Ciência e Saúde: “A divina manifestação de Deus, que vem à carne para destruir o erro encarnado.” Ibid., p. 583.

A cura de Malco, que se deu pela compreensão crística de Jesus a respeito do homem, proporciona um exemplo para toda a humanidade. Todos nós teremos um Malco a enfrentar vez ou outra. Como o enfrentaremos? Veremos no nosso Malco um inimigo humano como Pedro via? Ou imitaremos Jesus, veremos o homem à semelhança do Cristo — e curaremos? A escolha é nossa. No livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy declara: “Jesus via na Ciência o homem perfeito, que lhe aparecia ali mesmo onde o homem mortal e pecador aparece aos mortais. Nesse homem perfeito o Salvador via a própria semelhança de Deus, e esse modo correto de ver o homem curava os doentes.” Ibid., pp. 476–477.

Numa noite de inverno, um jovem robusto sob a influência do álcool atirou-se repetidamente contra a porta lateral de nossa casa, tentando derrubá-la. Mais uma arremetida e ele e a porta cairiam dentro da nossa sala de estar. Fiquei “louco” e agarrei uma faca de cozinha com a qual “me desforrar” se fosse atacado. De repente, ele se afastou daquela porta e encaminhou-se para a porta da frente, quase toda de vidro. Bastaria um só empurrão e ele a atravessaria numa chuva de cacos. Mesmo enquanto lhe gritava que fosse para casa dormir, eu lutava contra minha própria raiva. Orei para vê-lo como o homem perfeito da criação de Deus, incapaz de querer machucar os outros.

Minha zanga — e a dele — amainaram. A vingança que eu poderia ter-lhe infligido em nome da autodefesa, nunca ocorreu. A raiva e a vingança (ficar zangado e desforrar-se) foram curadas com a compreensão da verdade de que todos os filhos de Deus vivem realmente em harmonia.

Virando-se cambaleante, o rapaz caminhou com dificuldade pela rua até ser recolhido pela polícia, que atendeu ao nosso telefonema. Alguns dias mais tarde, abalado e contrito, ele veio a nossa casa e pediu desculpas a minha esposa e a mim pelo pavor que causara e pagou o prejuízo ocasionado a nossa propriedade. Escutou com atenção minha explicação de como ocorrera a cura. Falei-lhe no trecho de Ciência e Saúde citado anteriormente.

Talvez ele não compreendesse inteiramente a verdade espiritual que nos salvou a ambos de possíveis danos. Sou grato, porém, por ter testemunhado a mudança nos acontecimentos, pois esta ajudou-me a compreender que a humanidade precisa disciplinar-se, precisa abandonar o pensamento mortal. Todos precisamos aprender a não nos zangarmos, a não nos desforrarmos, mas a obter a compreensão crística do bem. “O Amor dá à menor idéia espiritual poder, imortalidade e bondade, que brilham através de tudo, assim como através do botão transparece a flor” Ibid., p. 518., declara Ciência e Saúde. À medida que se põe esta compreensão em prática na vida diária, a amargura de há séculos, que faria nação lançar-se contra nação, cultura contra cultura, irmão contra irmão, se desfaz no nada, porque será compreendida como sendo nada.

A humanidade clama pela prática da “fraternidade”, não apenas durante determinada semana ou dia, mas como o modo de viver. A fraternidade espiritual, compreendida, supera a antiqüíssima ação e reação de zangar-se e desforrar-se. Substitui estas reações pela paz do entendimento proveniente de compreendermos verdadeiramente que o Pai-Mãe Deus é o Pai-Mãe de todos nós. Portanto, todo homem é nosso irmão, toda mulher nossa irmã e toda criança é nossa para ser amada e protegida.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / março de 1985

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.