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Vitória sobre conflitos pessoais

Da edição de março de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Você gosta de divergências, discussões, relações tensas? Sem dúvida, poucas pessoas gostam disso. Então, por que ocorrem?

Não será que esses eventos discordantes acontecem porque falhamos em reconhecer e demonstrar o homem espiritual e a substância espiritual, sob o controle de um Deus justo e bondoso? Não deveria esse controle divino curar conflitos com outras pessoas? Sim, cura, e a harmonia resultante é indispensável para dar prova de que cada um de nós é, em realidade, a idéia perfeita, espiritual, de Deus. A necessidade de dar essa prova é a razão de apresentar o cristianismo absoluto à humanidade. Cristo Jesus deixou bem claro que não adoramos verdadeiramente a Deus, enquanto não resolvemos todas as desavenças com nosso próximo (ver Mateus 5:23, 24).

Então é apropriado perguntarmo-nos: “Se meus pensamentos estão cheios de discórdia e conflito, não deveria eu harmonizá-los ou, melhor ainda, impedir que a hostilidade se manifeste?”

É na verdade um dever cristão fazê-lo. Certa vez, alguém pediu a Cristo Jesus que citasse “qual é o grande mandamento na lei”, ao que Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Mateus 22:36–39. Note-se que os mandamentos não dizem “Deverias amar”, mas “Amarás”. Este não é um dever improdutivo, nem um simples bilhete para salvação no futuro, mas um esforço feliz e enaltecedor que traz imensa recompensa agora.

Como iremos obedecer a esses grandes mandamentos? Mary Baker Eddy, quem descobriu e fundou a Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), explica em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras: “Quando os preceitos divinos são compreendidos, desvendam o fundamento da fraternidade na qual uma mente não está em guerra com outra, mas todos têm um só e o mesmo Espírito, Deus, uma só e a mesma fonte inteligente, de acordo com o mandamento bíblico: ‘Que haja em vós a mesma Mente que houve também em Cristo Jesus.’ ” Ciência e Saúde, p. 276. E quais seriam alguns desses preceitos, ou leis? No Sermão do Monte, Jesus incentivou-nos a responder, de forma ativa, ao rancor e aos maus tratos com amor genuíno, perdão e boas obras. Se obedecermos esse estímulo e amarmos, abençoarmos, fizermos o bem e orarmos, harmonizaremos as relações humanas. Dessa maneira, os preceitos são não só compreendidos, mas também vividos e damos prova da fraternidade.

Será que o Mestre ignorava a facilidade com que os humanos incidem em raiva, vingança e imposição egoística do eu? Era evidente que ele estava a par dessa propensão, porém ensinou que tais tentações podiam e deviam ser vencidas. E por quê? Certamente que não para o benefício dele, mas para o nosso, para que pudéssemos viver também as puras qualidades crísticas que ele ensinou e viveu.

Os mandamentos cristãos parecem difíceis só quando tropeçamos no pretensioso ego humano. O problema está em nós próprios crermos que em certa disputa estejamos certos e a outra pessoa esteja errada. Do ponto de vista humano, pode ser que seja assim, mas parar aí não resolve nada, já que o ressentimento ferve ou extravasa em argumentação aberta. A consciência oprimida por contendas pessoais arrisca a felicidade e a saúde, por isso não podemos permitir que nosso pensamento se torne em campo de batalha. Nosso objetivo, porém, é mais elevado que o de relações humanas afáveis: é viver como o homem completo e perfeito. O ego humano desaparece quando o homem é visto como a imagem do Ego divino, Deus, e nunca como um mortal material. O clamor do ressentimento e da justificação própria impediria que reconhecêssemos essa identidade verdadeira, por isso precisa ser silenciado. E silenciá-lo não tem que ser difícil. A questão de quem está certo e quem está errado pode ser tranqüilamente colocada nas mãos de Deus. Quando nos volvemos a Deus com sinceridade e seguimos Sua orientação, resulta disso uma solução justa sem referência a opiniões humanas sobre quem está “certo”. Isto é cristianismo em ação.

Volver-se a Deus é um privilégio humano, mas não é mero esforço humano. Não é força de vontade, mas o poder de Deus, e esse poder é melhor aproveitado quando Deus é compreendido e o relacionamento do homem com Deus é discernido e aceito, de forma humilde e grata.

Mas de que maneira pode-se perceber Deus e provar Sua eficácia em resolver conflitos? Como já vimos, a Bíblia é indispensável para se compreender Deus e Suas leis. Mesmo assim, a natureza exata de Deus pode permanecer um mistério. Pessoas que estudam Ciência Cristã, descobriram que Ciência e Saúde as ajuda a remover esse mistério porque define Deus espiritualmente. O livro-texto explica, por exemplo, que “Deus é Mente, Espírito, Alma, Princípio, Vida, Verdade, Amor, incorpóreos, divinos, supremos, infinitos” Ibid., p. 465.. Os sete sinônimos que compõem essa definição, descrevem a natureza fundamental de Deus. A Ciência Cristã também explica que o homem espiritual (a verdadeira identidade de cada um de nós), é o reflexo de Deus. Assim, se reconhecermos a natureza espiritual de Deus, aceitando Seu reflexo como nossa verdadeira identidade e vivendo de acordo com isso, veremos que todas as qualidades de Deus estão presentes e disponíveis para enfrentarmos com elas qualquer circunstância discordante. Se aceitarmos, sem reservas, a supremacia e infinidade de Deus, o bem, iremos crer que haja poder em qualquer coisa que Lhe seja dessemelhante ou lugar para isso? Deus não dá realidade à discórdia, pois isso violaria Seu padrão de harmonia ininterrupta. Esse deveria ser também nosso padrão. Conflitos são irreais. Aceitá-los seria negar Deus e Sua criação de todo harmoniosa.

Caso a consciência humana não esteja completamente convencida desses fatos, poderemos discutir o caso de forma detalhada, pela metafísica. Muitas vezes, é útil usar cada um dos sinônimos de Deus, citados acima, para refutar pontos específicos de discordância e para afirmar as verdades contrárias, da harmonia divina. Por exemplo: se a altercação provém de teimosa força de vontade, informações falsas, ignorância ou desconfiança infundada (por parte de qualquer dos envolvidos), podem-se aplicar as qualidades da Mente divina. Cada uma dessas presunções espúrias de lugar e poder pode ser dissolvida e substituída por nossa percepção da força divina, do conhecimento infalível, da inteligência ilimitada e da imparcialidade que inspira confiança, dessa Mente divina. Se Deus é a única inteligência (e é), qualquer pretensão fraudulenta de uma suposta mente mortal tem de ser falsa, sem fundamento. Portanto, não pode causar nem perpetuar conflitos. Os vários aspectos da Mente que é Deus deveriam ser examinados e aplicados de forma específica, conforme a inspiração nos ditar, em corrigir as falácias do pensamento mortal. Daí os pensamentos baseados no cérebro não podem falar por nós nem dirigir nossas ações.

Ou, então, consideremos Deus como Espírito. Muitos dos conflitos envolvem uma avaliação material de substância, parecendo que algo materialmente tangível esteja em jogo. Como Deus é Espírito infinito, a única substância real é espiritual. Essa compreensão protege o que é nosso e elimina o medo de que qualquer coisa possa nos ser, injustamente, tomada. Como Deus é também Amor divino, Deus cuida de todo o Seu povo de modo imparcial, por isso podemos ter certeza de que todas as nossas necessidades serão atendidas e não é preciso brigar por causa delas.

Todos os sinônimos da inspirada definição de Deus são pertinentes no triunfo sobre contendas. Um estudo cuidadoso e confiante desses termos mostrará a irrealidade de relações humanas discordantes e litigiosas, estabelecerá a realidade da fraternidade harmoniosa. Novamente, isto é o cristianismo em ação e a cada passo desse estudo alcançamos um nível mais elevado de espiritualidade e, de forma mais clara, vemos que as crenças inferiores em um ego pessoal, em orgulho, egoísmo e medo, são irreais.

Não temos de confinar nosso estudo às explanações acima. A Bíblia e o livro-texto da Ciência Cristã oferecem orientação para relacionamentos humanos, baseada em fatos espirituais. O uso a sério das concordâncias enriquece esse estudo. Alguns termos apropriados para se procurar em Ciência e Saúde são: altruísmo, fraternidade, harmonia, bondade, próximo. Encontramos soluções às discórdias quando subordinamos o pensamento àquela “Mente que houve também em Cristo Jesus”. Talvez nos seja preciso disciplinar nossas próprias atitudes, e deveríamos aceitar de bom grado essa ação purificadora do Cristo.

Ao orarmos com relação a conflitos, precisamos entender que não oramos contra outra pessoa. Aquele que consideramos nosso adversário é, na sua verdadeira identidade, a imagem e preciosa idéia de Deus, assim como nós. Tampouco oramos para ser superiores a outrem. Oramos de fato para compreender que a justiça e a bondade universal já estão estabelecidas e que nada pode impedir o reconhecimento e a manifestação dessas qualidades nos assuntos humanos. Não aquiescemos à injustiça nem ao mal, sob qualquer forma, mas nossa resistência ao mal tem de basear-se nas qualidades cristãs de paciência, humildade e perdão. Ciência e Saúde nos adverte: “Que a Verdade ponha a descoberto o erro e o destrua do modo como Deus o destrói, e que a justiça humana imite a divina.” Ibid., p. 542. Em várias ocasiões, o autor foi disciplinado quando não podia justificar uma posição teimosa com o padrão divino. É errado orar para se obter justificação própria e condenação de outrem. É certo (e, oh, tão maravilhoso!) deixar Deus ser o juiz e ceder ao Seu poder.

Uma das formas mais absurdas de conflitos é totalmente auto-imposta. Dá-se quando imaginamos ser mártires, esmagados por uma imaginária desfeita, em palavra ou ação, de um colega, ou por alguma decepção que atribuímos a outrem. Isto é como lutar com a própria sombra e perder, é como o ressentimento se autobanqueteando. O raciocínio honesto e cristão nos mostrará que Deus não criou um homem mau, nem um homem suscetível ao mal. Em Sua família, não há nada abrasivo ou prejudicial. O homem espiritual responde só ao bem. Como Deus fez o homem para amar e ser amado, este não pode ser um mortal hipersensível. As nuvens da autopiedade nos impediriam de ver esse ser espiritual verdadeiro. A disposição honesta de abandonar um sentido falso do eu e de se identificar como o ser espiritual, dissipa a confusão sombria do conflito imaginário.

Em vez de esperar por uma contenda, deveremos ser sábios e erigir a defesa apropriada de antemão. Por meio da idéia-Cristo na consciência, ditamos os termos em que aceitamos qualquer pensamento. Assim, nenhuma noção discordante conseguirá firmar-se.

Os primeiros cristãos fizeram seu o ensino de Jesus, em suas atividades diárias. Também nós podemos fazê-lo. Na Primeira Epístola de Pedro encontramos a seguinte orientação: “Sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo, pois para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por herança.” 1 Pedro 3:8, 9.

“Os preceitos divinos” de fato trazem a vitória sobre o conflito. Ao obedecê-los, recebemos “bênção por herança” e ficamos um passo mais próximos de dar prova da Vida harmoniosa e imortal, seguros na família de Deus.

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