As pessoas encontram-se desesperadas para evitar uma catástrofe nuclear, porém muitas estão entorpecidas de medo, desapercebidas de que Deus é onipotente. A Bíblia faz com que o poder divino se torne prático para nós. A profecia de Isaías aguarda ser cumprida: “Ele julgará entre os povos, e corrigirá muitas nações; estes converterão as suas espadas em relhas de arados, e suas lanças em podadeiras: uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra.” Isaías 2:4. O aspecto prático dessa profecia e a certeza de que eventualmente será cumprida assentam nas verdades do Sermão do Monte, as quais Cristo Jesus praticou e ensinou seus seguidores a praticar. A profecia firma-se no fato de que a natureza real de Deus é boa e não tem um único elemento do mal; de que a natureza real do homem é a de reflexo espiritual de Deus; de que é nosso direito divino provar que a individualidade perfeita do homem é a nossa única individualidade verdadeira.
O homem de Deus é indivisível e indestrutível, não é destrutivo. Mas se for para apressar-se o cumprimento da profecia de Isaías no viver humano, será necessário despertar deste conceito errado, conceito onírico, de que o homem está separado de Deus e se divide em mortais antagônicos. O remédio para o sonho inclui o defendermo-nos espiritualmente das tentações que confundiriam tal sonho com a realidade de que o homem é inseparável de Deus. Podemos volver-nos ao Cristo, a verdadeira idéia do homem perfeito, e encontrar nele o entendimento mais elevado de nossa própria natureza. Podemos estabelecer a disciplina diária de viver de acordo com os preceitos cristãos. Desse modo, somos capazes de demonstrar controle sobre as crenças de que uma guerra material e suas superarmas são necessidade inevitável e contínua ameaça para a existência, e podemos reduzir essas crenças. No esforço global de despertar para a verdade do ser, é-nos de fato necessário lutar contra o erro. Esta luta, no entanto, não é física, mas mental, e suas armas são espirituais.
Em Ciência e Saúde, Mary Baker Eddy escreve: “Judas tinha as armas do mundo. Jesus não tinha nenhuma delas, e não escolheu os meios de defesa do mundo. Ele ‘não abriu a boca’. O grande demonstrador da Verdade e do Amor calou-se ante a inveja e o ódio.” Ciência e Saúde, p. 48.
Jesus não se calou nem permaneceu exteriormente submisso ante a inveja e o ódio porque ignorasse o mal ou porque a ele se rendesse, mas porque negava o mal pelo que o considerava, um mentiroso (ver João 8:44). Tal acontecimento, no entanto, deu-se no final de uma carreira em que Jesus desarmara e destruíra as pretensões do mal a cada oportunidade. Na proporção em que também nós desarmarmos e destruirmos o erro pelo que ele é — uma mentira sobre Deus e o homem — haveremos de, cada vez menos, necessitar fazer uso de recursos humanos para nossa defesa.
Quer isto dizer que devemos rejeitar o uso de armas? Certamente o ideal é a paz perfeita e a constante boa vontade entre os homens. Contudo, cada indivíduo porá em prática, devido à oração, aquilo que lhe parece mais próximo do correto, em dada circunstância por que ele e/ou seu país estará passando. Encontra-se um ponto de vista equilibrado sobre este assunto nas citações da Sra. Eddy no capítulo “Paz e Guerra”, em seu livro The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany (ver pp. 277–286). Na construtiva luta cristã para vencer, porém, a crença de que algo se oponha a Deus e Sua idéia, o homem — crença esta que é o erro subjacente à luta destrutiva — o livro Ciência e Saúde emite uma nota imperativa: “Os cristãos têm de pegar em armas contra o erro, em casa e fora de casa. Têm de lutar contra o pecado em si mesmos e nos outros, e continuar essa batalha até que tenham completado sua carreira.” Ibid., p. 29.
Lutar contra a crença no mal vem a ser embate espiritual e requer armas espirituais. O Apóstolo Paulo escreve: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo; e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa submissão.” 2 Cor. 10:3–6.
Com tal compreensão, tal vigilância e tal obediência, provamos que o homem é inofensivo e inatacável, que ama e é amado. Demonstramos, em certo grau, que Deus, o bem, é Tudo-em-tudo e que o mal nada é — nem pessoa, nação, objeto nem arma. Assim, passo a passo, desarmamos o ódio, a animosidade, a avareza, a agressão, a opressão, o medo, toda crença no mal. Quando, em vista de demonstrar-se que o Amor divino é tudo, se dá prova de que esses erros nada são, já não se detonará o seu potencial destrutivo por querer ou por acidente. Todos contribuiremos para esse resultado, se nos disciplinarmos em repreender a sugestão de que algo existe em separado de Deus, o bem — quer ao dirigirmos o carro em trânsito difícil, ao ajustarmos uma contenda familiar ou arbitrarmos uma contenda sindical, bem como ao debater a questão nuclear ou pôr-lhe termo.
É evidente que nossa posição atenta na luta cristã contra a crença no mal deve ser radical, meticulosa e resoluta. Quando ficamos indivisos em nossa aceitação silenciosa e vigilante de que o poder espiritual é invencível, a pureza é incorruptível e é invulnerável a presença da Vida, da Verdade e do Amor, provamo-nos inseparáveis da unidade e da harmonia divinas. No panorama humano, tal compreensão de Deus e do homem dota-nos de sabedoria, coragem, paciência e diplomacia para chegar a acordos e mantê-los com aqueles cujas opiniões divergem das nossas. Com praticarmos a compreensão espiritual ensinada na Ciência Cristã, virão soluções de paz.
As promessas bíblicas serão cumpridas quando a consciência humana ficar espiritualizada. Apenas os maus pensamentos e as más ações perecem. Motivos e obras corretos são invulneráveis.
O campo de batalha de Armagedão é um campo mental; temos de superar a crença individual e coletiva no mal. A questão realmente crucial a ser considerada é ter somente uma Mente — Deus, o bem — e amar o próximo como a si mesmo. Ao abraçarmos armas poderosas em Deus — a compreensão espiritual, a vigilância devotada e a absoluta obediência à lei divina — defendemo-nos da tentação de crer que o mal seja realidade. Nossa luta interior, que desarma o mal espiritualmente, desperta-nos.
Finalmente, no momento em que despertamos espiritualmente na semelhança de Deus, vemos toda a criação como ela realmente é agora — o reflexo harmonioso do Amor cheio de amor, da Verdade pura e da Vida imperecível. Então, até mesmo as armas e a guerra espirituais ficam substituídas pela compreensão espiritual e pelo amor fraternal. Assim, cumpre-se a promessa de Cristo, a Verdade, que acha palavras com a Sra. Eddy: “Quando a boa batalha foi travada, o erro entrega suas armas e beija os pés do Amor, enquanto a paz de brancas asas canta ao coração um cântico angelical.” Miscellaneous Writings, p. 204.
