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O amor à igreja

Da edição de março de 1985 dO Arauto da Ciência Cristã


Algumas pessoas cultivam a idéia de que as tarefas na igreja são um fardo a carregar. Talvez considerem afortunado o membro que, por outros afazeres, não pode comparecer às reuniões ou aceitar encargos.

Mas, serão as atividades na igreja realmente um fardo? Não, e jamais o virão a ser, se identificarmos e erradicarmos as sugestões que nos impediriam de executar esse abençoado trabalho. Os encargos na igreja exigem disciplina espiritual contínua e esta, quando seguida, governa não somente o trabalho na igreja mas também nossa vida pessoal, trazendo a esta controle e ordem crescentes.

Com tanto a ganhar, quereríamos, realmente, dar ouvidos ao mais gritante dos argumentos contra o trabalho na igreja: “Não tenho tempo”? Essa sugestão do pensamento mortal, fazendo-se passar por nosso próprio pensamento, tentaria convencer-nos de que todos os momentos que passamos acordados deveriam ser dedicados à luta pela sobrevivência, do contrário, perderíamos o emprego, o lar, a saúde ou outra coisa qualquer que valorizamos. A verdade, nisso, é que o homem, como filho de Deus, já tem, por herança, inteligência, sabedoria, habilidade e substância infinitas — e permanentes. Quando entendemos que o homem é a expressão ativa do Espírito divino e não um bravo autor pessoal, nossas experiências diárias desdobrar-se-ão com menor esforço e maior alegria.

Exercer alguma profissão e trabalhar na igreja proporcionam oportunidades de obedecer à vontade de Deus e, dessa maneira, a pôr em ação a lei divina do bem. Isso ajusta a ocasião própria e o equilíbrio das coisas, de modo a termos tempo suficiente para todos os compromissos necessários.

Relembro uma ocasião em que eu despendia algumas horas numa Sala de Leitura da Ciência Cristã, trabalhando dedicadamente, em oração, no problema de suprimento de uma igreja filial. Nas semanas seguintes ocorreu-me uma abundância de idéias novas para o meu trabalho, o que teve efeitos marcantes em minha carreira profissional.

Uma variação do argumento de que o trabalho na igreja interfere com uma vida bem sucedida e feliz é pensar que a Ciência Cristã é uma causa humanitária vital cujos membros disponíveis são insuficientes para propagá-la. Em vez de nos sentirmos oprimidos pelo trabalho, podemos ver que desempenhá-lo resulta direta e inevitavelmente da operação da lei espiritual. Então, quer sejamos muitos quer poucos, sentiremos o apoio e a proximidade desta lei, ao nos desin-cumbirmos de nossos deveres.

As leis materiais que condenariam o consciencioso trabalhador na igreja a uma impressão desnecessária de estar sobrecarregado não podem resistir ao poder da Mente inteligente e toda atuante, quando esta é compreendida. A Mente não conhece exaustão e, por isso, o reflexo de Deus, o homem, não pode ficar exausto. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “É proverbial que Florence Nightingale e outros filantropos empenhados em obras humanitárias puderam suportar, sem sucumbir, fadigas e exposição às intempéries, as quais pessoas comuns não teriam podido suportar. A explicação está no sustento que recebiam da lei divina, que se eleva acima da lei humana. A exigência espiritual, que silencia a material, proporciona energia e resistência que superam todos os outros auxílios e obstam a penalidade que nossas crenças procuram aplicar às nossas melhores ações.” Ciência e Saúde, p. 385.

Essas palavras não explicam apenas realizações passadas. Podem, também, ser encaradas como promessas de que nossa própria consagração ao trabalho na igreja estará abençoada.

Recentemente minhas atividades incluíam deveres como organista da igreja, obrigações com a casa e a família e um emprego de meio período. Estava, também, nos primeiros meses de gravidez, esperando nosso segundo filho. Além disso tudo, fiquei encarregada de grande parte do projeto de instalação de uma Sala de Leitura de nossa igreja filial, num centro comercial público.

Logo verifiquei que, quanto mais tempo eu aplicava em oração, tanto menos tempo e esforço se faziam necessários em resolverem-se problemas de indecisão e atraso concernentes à nova Sala de Leitura. Cada vez que eu estudava a lição-sermão No Livrete trimestral da Ciência Cristã. da semana com o fim específico de entender mais da estrutura e do propósito espirituais de nossa igreja, outra parte do projeto rapidamente avançava.

Todo este trabalho e oração sustentaram e revigoraram-me. Raramente eu precisava tirar uma sesta e nunca perdi nenhum dia de trabalho. Sentia-me mais completamente compelida, impelida e apoiada do que jamais. Uma forte dor de ouvido que nossa filhinha teve e, também, um grande mal-estar ocasionado por um dente do siso foram curados em poucas horas, com minha própria aplicação da Ciência Cristã. E, após muitos anos de luta para vencer o medo, ficou mais fácil para mim cumprir os meus deveres de organista.

Todos os argumentos de que o tempo é limitado e de que o trabalho na igreja deveria ficar por último, devem ser expulsos especificamente pelo entendimento mais profundo da razão de realizarmos o trabalho na igreja. Se olharmos para o nosso quadro de membros e as obrigações vendo neles apenas o companheirismo agradável entre indivíduos que pensam da mesma maneira, estarão ausentes a convicção profunda e o propósito necessários, de elevar a raça humana e levar avante, nesta época, a Causa da Ciência Cristã.

Em Ciência e Saúde lemos: “... a missão da Ciência Cristã, agora como no tempo de suas demonstrações anteriores, não é principalmente a cura física. Agora, como então, operam-se sinais e milagres na cura metafísica de moléstias físicas; esses sinais, porém, servem apenas para demonstrar a origem divina dessa cura — para atestar a realidade da missão mais elevada da força-Cristo, a de tirar os pecados do mundo.” Ciência e Saúde, p. 150.

Nosso compromisso com a igreja é, portanto, o compromisso com libertar o mundo de seus sonhos confusos de pecado, doença e morte. E o progresso de nossa igreja está em proporção a cada passo de nossa ascendência individual sobre todas as fases da mortalidade.

Este compromisso constante, é, entretanto, justamente o que a mente mortal, o erro, com todas as suas crenças e leis do viver material, não quer que tenhamos, porque a compreensão espiritual aniquila falsas crenças.

Às vezes, a resistência da mente mortal mostra-se na forma de graves e até desanimadoras experiências pessoais que acompanham nosso devotado desempenho do trabalho na igreja. Então é reconfortante perceber, de modo mais completo, que somos um com o Pai, o Amor, como descendentes Seus. Não nos deixamos afetar nem perturbar quando admitimos e percebemos que o nosso eu espiritual, em Cristo, é o nosso verdadeiro ser. Nenhum desafio da mente carnal, que se nos apresente, jamais pode interferir com nossa completa segurança na imagem e semelhança imortal de Deus. Ciência e Saúde declara: “A reconciliação é um problema difícil na teologia, mas sua explicação científica está em que o sofrimento é um erro do sentido pecaminoso que a Verdade destrói, e que tanto o pecado como o sofrimento cairão finalmente aos pés do Amor eterno.” Ibid., p. 23.

Lembrar que cada um é, na verdade, inseparável de Deus e da lei divina em ação prevenir-nos-á, também, de recear que pessoas dentro ou fora da igreja nos perseguirão ou que criticarão nosso trabalho em prol da humanidade. Ver a criação de Deus, ou um indivíduo, nela, como menos do que totalmente bom é contradizer a Ciência Cristã. Esta ensina que o homem é espiritual, é governado inteiramente pelo Princípio divino, o Amor. Podemos regozijar-nos na perseguição, porque sabemos que esse sofrimento é irreal e que, simplesmente, nenhum indício de maldade há na verdadeira imagem que é o homem. Paulo escreveu aos coríntios: “Sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando sou fraco, então é que sou forte.” 2 Cor. 12:10.

Cada um de nós tem especial valor e serventia para as atividades numa igreja filial. Quando apoiamos o que nos apóia, encontramo-nos em obediência à vontade divina e em harmonia com esta vontade, o plano perfeito de Deus. Podemos aguardar que apareça mais e mais, em nossa própria experiência, a visão bíblica de paz e bem, abundantes, evidenciando a realidade de nosso ser. A oportunidade de servir a Deus encontra-se tão acessível como o Próprio Deus, e os benefícios, tanto para nós como para a humanidade, são perenes.

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