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Em busca da Verdade

Da edição de março de 1986 dO Arauto da Ciência Cristã


O gênero humano sempre tem andado em busca da Verdade, a realidade absoluta, definitiva. Nessa busca, entretanto, a humanidade muitas vezes procurou respostas na direção errada, pedindo-as da matéria e da mente humana.

A física tenta encontrar um princípio unificador subjacente a todas as assim chamadas forças e fenômenos da matéria. A filosofia estende-se do idealismo até o niilismo, mas não pode oferecer base sólida para o bem-estar da humanidade. A psicologia sonda as profundezas da mente humana, analisando, racionalizando e justificando a presença do mal na consciência humana. Muitas explicações consideradas verdadeiras ficam, posteriormente, superadas por novas teorias baseadas na matéria. Mas não será a realidade suprema o bem imutável, que abençoa todos?

Para o materialista, o Espírito é algo tão vago e intangível que nem lhe ocorre a idéia de volver-se ao Espírito para nele achar a verdade. Se atribui ao Espírito alguma existência, é apenas a de uma faceta da natureza humana, com a predominância óbvia do que é físico. Já o cristianismo dirige nossa contemplação unicamente para o Espírito, a fim de encontrarmos aí os valores duradouros. O Apóstolo Paulo alerta: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” Coloss. 2:8.

Nosso Mestre, Cristo Jesus, prometeu a seus seguidores: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” João 8:32. Lemos no Evangelho de João que Jesus freqüentemente se dirigia a seus seguidores, dizendo: “Em verdade, em verdade vos digo.” (Na tradução inglesa The New English Bible aparece: “Em verdade, em exata verdade vos digo.”) E, então, Jesus apresentava uma verdade eterna de maneira simples.

Nos séculos seguintes, o puro sentido espiritual de seus ensinamentos, que levou os cristãos primitivos a realizarem obras inspiradas, foi, pouco a pouco, perdido de vista. A importância espiritual das palavras e obras de Jesus foi revelada novamente, em nossa época, ao pensamento receptivo de Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã. Aqueles que estudam e praticam esta Ciência, logo se convencem de que para eles sua busca terminou, pois encontraram a verdade absoluta pela qual procuravam.

A Ciência Cristã ensina-nos que a Verdade (com V maiúsculo) é um sinônimo de Deus. A Verdade é aquilo que existe eternamente — Deus, o Eu Sou, o Tudo-em-tudo, o Ser infinito, auto-existente. Este Ser verdadeiro é refletido pelo homem que, por sua vez, é feito à imagem de Deus e está livre de pecado, doença, perigo, carência ou qualquer outro tipo de dicórdia, livre de tudo quanto possa ser destrutivo ou destrutível. Esses males, por serem o oposto da Verdade, são erros. Não são verdadeiros, nem reais, nem fazem parte da criação perfeita, espiritual, de Deus. Esses erros são o reverso da verdade, crenças de vida e inteligência existentes na matéria e dela provenientes.

Na experiência humana encontramos opiniões diversas, muitas vezes contraditórias, sobre as coisas, mas na Ciência divina existe um único conceito verdadeiro a respeito de algo. É esse conceito verdadeiro o que queremos conhecer, a fim de expulsar o erro. Na mente carnal, a que Paulo se refere como “inimizade contra Deus”, está incluído todo problema humano concebível. A Mente divina, Deus, inclui a solução para todo e qualquer problema: desde uma dificuldade pessoal até os problemas desconcertantes com que o mundo se defronta. Se, portanto, ao invés de nos determos no problema, alinharmos o pensamento com a Mente divina, seremos guiados à solução: à cura, à restauração, à paz.

Deus tem consciência apenas de Sua própria infinidade. Referindo-se a Deus, a Sra. Eddy escreve em seu livro Unity of Good: “Se Ele é Tudo, não pode ter consciência de coisa alguma dessemelhante dEle; porque, se Ele é onipresente, não pode haver nada fora dEle.“ Un., p. 3. Assim, o que quer que seja dessemelhante de Deus, ou contrário a Deus, não é verdadeiro. Somente é verdadeiro aquilo que Deus sabe a respeito de Seus amados filhos.

É importante termos o pensamento imbuído daquilo que Deus conhece. Se nos aquietarmos e escutarmos, Deus dará esse conhecimento ao coração humilde, expectante. A harmonia e a perfeição são fatos espirituais presentes, demonstráveis universalmente. Na Ciência Cristã não se força as coisas a acontecerem. Com gratidão, porém, e regozijo, se reconhece o que já é. O que ocorre é uma mudança de base no pensamento, da matéria para o Espírito. O efeito dessa mudança mental é, inevitavelmente, a cura. Por quê? Porque o corpo não age por si mesmo. Sua ação está subordinada aos pensamentos. Lemos em Ciência e saúde de autoria da Sra. Eddy: “A consciência constrói um corpo melhor quando vencida a fé na matéria. Se corrigires a crença material pela compreensão espiritual, o Espírito formar-te-á de novo.” ciência e Saúde, p. 425. A cura não é, então, um processo material, e, sim, o desdobramento da verdade ao pensamento humano.

Jesus revelou a seus seguidores de todas as épocas a idéia correta de Deus, Pai amoroso que se interessa profundamente por todos nós individualmente, que nos mantém nEle mesmo, no Amor, confortando, protegendo, sustentando, curando e restaurando-nos a todos. Podemos confiar totalmente neste Pai querido que é Amor infinito. Jesus confiava nEle em quaisquer circunstâncias aflitivas, sabendo que Deus é maior do que a mais angustiante situação humana. Jesus provou que a Verdade sempre triunfa. Oh, possamos nós ser seus fiéis seguidores!

A mente humana é lenta em aceitar verdades espirituais; condicionou-se a acreditar que o mal são igualmente reais e poderosos. O mundo a nossa volta aparece como que desesperadamente mergulhado no mal: crimes, terror, guerras, doenças, fome, tristeza. De que modo podemos, frente a tudo isso, estar certos de que só o bem é real, é o único poder, e como o demonstraremos?

Ao raciocinar, começamos com Deus. O que os sentidos físicos vêem não é criação da infinita sabedoria, Verdade e Amor, a causa perfeita. Quando a glória de Deus, de Sua totalidade e bondade, ilumina-nos o pensamento torna-se mais óbvia a irrealidade do mundo temporal das crenças materiais, Tal percepção espiritual liberta-nos progressivamente de ansiedades, temores e preocupações e, daí, podemos descansar, seguros da aliança eterna entre Deus e o homem.

Sempre que em nosso próprio pensamento nos livramos da crença em um poder separado de Deus, também libertamos, na mesma proporção, o pensamento do mundo e, dessa forma, promovemos a paz. Paulo escreve: “Embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” 2 Cor. 10:3–5. Com o auxílio de Deus, podemos disciplinar nosso pensamento para que, imperturbado ante as evidências materiais em contrário, se atenha à verdade, àquilo que entendemos espiritualmente a respeito de Deus e do homem. E com isso contribuímos para a cura de toda situação discordante com a qual estejamos nos defrontando.

Às vezes, em um momento de inspiração, temos curas instantâneas. Em outras ocasiões, travamos luta prolongada e penosa contra algum erro renitente. É aí que precisamos ter persistência ainda maior em ater-nos à verdade, nunca desanimando. O êxito é sempre garantido, e não o afeta o tempo transcorrido, em razão de que a harmonia já está presente. Para que a experimentemos, precisamos apenas cessar de acreditar no erro e adotar o arrependimento sincero e a reforma.

A Verdade é poder, é o único poder. Nenhum erro consegue manter-se na sua presença. Jesus tinha certeza disso, dirigindo-se sempre ao erro com autoridade absoluta. Repreendia a febre, ordenava que os maus espíritos se fossem, que o vento e as ondas se acalmassem. Ordenou que a mão ressequida ficasse normal e que o paralítico andasse. E a harmonia era restaurada instantaneamente. Jesus enviou seus discípulos para que fizessem o mesmo, dizendo-lhes: “Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo.” Lucas 10:19

A Ciência Cristã, esclarecendo os ensinamentos de Jesus, encoraja os que a estudam a falar ao erro com autoridade e segurança, assim como o fez o Mestre: rejeitar as pretensões do erro, resistir às suas insinuações, silenciar, com a verdade, seus falsos argumentos.

Certo dia, depois de inclinar-me bruscamente, eu não conseguia endireitar-me sem sofrer grande desconforto. Depois de alguns dias de oração dedicada senti alívio, mas o problema se manifestava periodicamente, a despeito de eu apegar-me à verdade e apesar das orações amáveis solicitadas, de quando em quando, a uma praticista da Ciência Cristã. O problema não cedia, porque eu estava com medo e me sentia como vítima. Tal atitude mental exclui a verdade. Absortos em autopiedade, não ouvimos a mensagem angelical de cura que vem de Deus. Mas isso não precisa acontecer. Ciência e Saúde nos anima: “Eleva-te na força do Espírito para resistir a tudo o que é dessemelhante do bem. Deus fez o homem capaz disso, e nada pode invalidar a faculdade e o poder divinamente outorgados ao homem.” Ciência e Saúde, p. 393. Elevate! Resiste por meio do poder de Deus, que é sempre refletido por Seus filhos!

Assim, numa manhã ensolarada, tendo orado e mantendo-me na expectativa do bem, inclinei-me para pegar alguma coisa, enquanto ia a caminho do ônibus e, novamente, não pude me endireitar. Mas, repleta da verdade e do amor devido ao meu estudo matinal, lembreime daquelas palavras estimulantes da Sra. Eddy e me rebelei veementemente contra aquela imposição de sofrimento. Falei-lhe, em essência: “Você é simplesmente uma mentira, uma sugestão mental agressiva; não pode me impedir de amar, de ter minha atividade, de estar no meu lugar certo, porque Deus me fez íntegra, sã e livre. Você não pode se interpor no caminho de Deus ou no meu caminho. Eu posso, na Verdade, endireitar-me e caminhar livremente, neste exato momento!” E assim foi. Eu estava livre. Com reverente gratidão ao meu amado Pai, segui meu caminho. O problema nunca mais se manifestou.

Inúmeras vezes, durante um dia ocupado, vem-nos o desafio de afirmar a verdade. Isto não é nada penoso; é alegre e mantém nosso pensamento elevado. Aprendemos a acompanhar Deus, a andar com Deus, a conversar com Deus e a deixar que seja nosso guia e professor. Nossa união com Deus é a verdade que nos liberta.

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